Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
Um vínculo inquebrável de amor
O caminho para seu coração
O retorno chocante da Madisyn
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Lágrimas da Luna: Dançando com os príncipes licantropos
MICAELA
Marcelo me pegou no colo e subiu os poucos degraus que davam acesso a abertura do tanque de tubarões e arraias. Minha cauda furta cor pesava uns vinte quilos e depois de vestida, era impossível andar. Ele me colocou sentada na beirada, as crianças e pessoas logo abaixo ficaram eufóricas quando viram parte da grande barbatana dentro da água. Verifiquei a firmeza da coroa com as mãos e mergulhei.
Eu era uma sereia e apesar de amar minha profissão, existiam questões que a maioria sequer imaginava. Manter os olhos abertos em águas salgadas era doloroso e eu vivia à base de colírios, o cabelo exigia que eu gastasse uma boa quantia com hidratações e produtos. A temperatura dos tanques era baixa, no outono piorava. Na época do frio, eu não me apresentava, mas além de ganhar bem, o que me permitia guardar um dinheiro todo mês, eu também tinha o meu ateliê, onde confeccionava caudas lindas e resistentes. Conquistei clientes até fora do México.
Além do aquário, eu também me apresentava em algumas festas. Treinava todos os dias, chovesse ou fizesse sol, lá estava eu na piscina do prédio ou na praia. Conseguia segurar a respiração por até três minutos debaixo d’água, mas queria chegar a quatro. Confesso que a parte mais
chata, era aguentar os assédios, apesar de não acontecerem com frequência. Eu tinha sorte, conversava com outras mulheres que conheci no curso de sereias nas Filipinas e parte delas chegaram a desistir por causa do número alto de propostas indecentes.
Após quinze minutos de show, fui retirada do tanque e mais uma vez, Marcelo, um dos meus auxiliares, me ajudou. Assim que entrei no camarim, duas moças vieram desenrolar a minha cauda. Era um alívio. Vesti meu roupão e quando estava entrando no banheiro, alguém bateu na porta.
— Micaela, já está trocada? — Marcelo perguntou.
— Pode entrar — gritei.
Ele não estava sozinho, uma senhora muito elegante o acompanhava e assim que ela me viu, sorriu.
— Essa é dona Vera Bicalho, esposa do senhor Álvaro...
— Dono da AVB Genetics, certo?
— Isso mesmo! — Vera estendeu a mão e eu a apertei com firmeza. — Prazer — ela olhou ao redor, curiosa. — Sua maquiagem é bem resistente!
— Tem que ser — sorri. — Como posso ajuda-la dona Vera? — sentei no pequeno sofá e apontei para a poltrona, a convidando para fazer o mesmo.
— Meu marido e eu vamos dar uma grande festa na ilha de Cozumel e gostaria que você estivesse lá, recebendo os convidados na praia, muitos vão chegar em seus iates, seria muito peculiar serem recebidos por uma sereia tão linda!
Era sobre essas festas que eu estava falando, geralmente de milionários que não sabiam mais onde enfiar tanto dinheiro e achavam bacana ter uma sereia de estimação no deck recepcionando seus convidados tão ricos quanto eles.
— Quando e por quantas horas? — perguntei.
— É só em fevereiro, ainda temos um pouco mais de trinta dias e seria por quatro horas, você sabe Micaela, muitos vão querer tirar fotos, as crianças vão amar, caso a gente precise de mais tempo, pago o extra, até porque, sugiro que durma na nossa casa e pegue o voo de volta no dia seguinte, assim você descansa. — Vera tinha a voz suave e gestos delicados, uma verdadeira dama.