O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
A ex-mulher muda do bilionário
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
Um vínculo inquebrável de amor
Lisley Coby
Dois anos atrás
Estava casada há 10 anos, tinha um filho que amava, mas o relacionamento era doente, eu estava doente, mas não enxergava isso, vivia procurando justificativas para as grosserias do meu marido, para os desrespeitos dele, era um fantoche para ele e para a família dele, e o pior que eles me faziam mal, e eu que me sentia culpada.
Peguei algumas traições dele ao longo dos anos, mas ele sempre dava uma justificativa, e ainda me colocava como errada na equação, eu me sentia mal, e comprava aquelas desculpas esfarrapadas, isso foi minando meu brilho.
Fui uma adolescente cheia de vida, de energia, sempre amei me divertir, dar risada, cantar, dançar, nem sei mais o que é isso, minha vida sintetizou em uma bolha, onde trabalho, cuido de casa, do meu filho, minhas aspirações profissionais paralisaram, não me cuido, não sobra tempo nem dinheiro para tal, meu marido diz que é desnecessário ir em um cabelereiro ou em uma manicure.
Quanta ironia da vida, era demasiado desnecessário eu me cuidar, mas ele achava interessante admirar as mulheres que estavam arrumadas e bonitas, elogiá-las, aff, como nos sujeitamos a situações degradantes, por não aprendermos a nos valorizar e nos colocar em prioridade, e isso não vai nos tornar menos mulher, ou menos mãe, ou menos esposa, se houver um marido de verdade ao lado, ele iria valorizar e reconhecer a
mulher que tem.
Descobri, aliás mais uma vez peguei fatos, provas da traição dele, eu trabalhando dando um duro, para construir nossas idealizações, deixava de me cuidar, de me permitir comer algo que queria, de fazer algo por mim ou pelo meu filho, para comprar nossa casa, enquanto isso, ele gastava em restaurante caro com outra mulher, e sabe o que mais me machucou nisso tudo, não que o fato da traição, tenha machucado menos, mas ver ele e a família fazendo chacota com minha cara, achando bonito o fato de ele estar me enganando, e olhe só, depois de ter visto tudo isso, ele mais uma vez tentou dar uma desculpa como sempre, tentou virar a mesa, se fazer de vítima e me colocar como a errada, a louca, sim fiquei extremamente chateada, e dei um chilique, chorei, gritei, esbravejei, eu que nos últimos anos, só ficava calada quando começava uma discussão, ele gritava, apontava o dedo e eu simplesmente abaixava a cabeça e ouvia calada, para evitar discussões, e brigas maiores, não era aquele ambiente que queria que meu filho crescesse assistindo, mas ele nem se importava.
Mas depois de 10 anos, vivendo para empurrar os dias e uma relação com a barriga, e para fazer de conta para os outros que estava tudo bem, sendo que não estava nada bem, e depois de aguentar tantos desaforos, tantas humilhações, eu já estava cansada, cansada de chorar, cansada de sufocar minhas tristezas, minhas dores, cansada de ser feita de boba, de fingir que não via enquanto estava sendo sumariamente desrespeitada, mas precisei cair, cair num poço escuro e bem fundo, que me machucou bastante, doeu, doeu tanto que pensei que iria morrer, aliás, eu quis morrer, porque parecia ser a única solução para suportar tudo aquilo.
Dessa vez, eu senti o soco de uma forma diferente, já havia sido agredida algumas vezes, mas eu nunca contei para ninguém, porque parecia que eu quem havia feito algo errado, me sentia envergonhada, culpada, me sentia um lixo por aquilo, e não falava para ninguém, pelo contrário, fingia que vivia em um relacionamento "perfeito", pintava ele como o marido perfeito, mesmo quando algumas pessoas viam o contrário, eu o justificava, pior erro que cometemos, defender e justificar alguém que nos machuca, que nos magoa, mas tudo bem, a vida tem fatos que nos fere, mas também há aqueles que nos cura, ou pelo menos nos proporciona alívio, e nos ensina a sermos mais fortes e resilientes.
Eu estava doente, sim doente de alma, de espírito, e isso estava refletindo em meu corpo, descontava tudo em comida, cabelo caindo, ganho de peso, queria me isolar de tudo e de todos, ficar deitada,, mas meu filho me dava motivação nesse processo, me levantava da cama por ele, saia à luta porque sabia que não poderia desmoronar lá dentro daquele poço, ele necessitava de mim, era só uma criança estava com seus 4 aninhos, um menino incrível.
Descobrir a traição só agravou meu quadro, eu que já vinha suprimindo aquele meu estado de saúde, não consegui me conter, dormia chorando e acordava, chorando mais ainda, parecia que a dor no coração iria me estraçalhar, a dor de uma traição ela não é apenas "coisa da mente" como alguns deduzem, ela dói no físico também, e como doeu, a dor do parto não me causou a dor que eu tive ao constatar aquela traição, e conforme ia pensando e refletindo sobre o que vi e ouvi, a ficha ia caindo sobre tudo.
Comecei a me afogar naquele poço que caí, estava lutando para não me afogar, porque mesmo querendo simplesmente abandonar tudo, o amor maior pulsava em mim, que era o meu filho, então eu sabia que precisava luta e reagir por ele. Mas como fazer isso, quando você se encontra perdida, ferida, ali você esquece que tem identidade. É, descobri isso, relacionamento tóxico, faz com que a pessoa perca a sua identidade, perca sua autonomia de Ser. Trabalhava, era independente, mas só mesmo tempo, me sentia dependente das migalhas que me era ofertada, fui sendo moldada para aceitar aquilo, e que se eu não o fizesse, quem perderia seria eu.