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Helen saiu da igreja e passou por seu segurança e viu que ele estava como sempre atento a tudo ao redor. Ela odiava ter um, mas viu-se obrigada a aceitar essa exigência de seu pai. Desde que se conhecia como gente via sua liberdade violada. Não podia ir para nenhum lugar sem que tivesse a tiracolo um capanga de seu pai.
Sua mãe havia morrido assassinada quando ela tinha treze anos.
Como isso aconteceu até agora era um mistério. Simplesmente uma noite, homens entraram em sua casa e a sequestraram. Dias depois exigiram o resgate. E mesmo a quantia sendo paga o corpo de sua mãe foi colocado sem vida em frente a mansão.
Estava sem roupas e a garganta cortada.
O laudo dissera que ela havia morrido há pelo menos doze horas atrás, ou seja: Já estava morta quando o resgate foi pago.
Aquilo havia mexido com ela.
Helen tinha pesadelos terríveis e há dez anos era obrigada a aceitar que um homem a acompanhasse aonde quer que fosse.
Seu nome era Raul. E já estava naquele cargo há pelo menos três anos.
Helen lembra quando o conheceu. Nunca teve um segurança tão bonito e atraente.
E Raul era isso. E muito mais!
Ele colocou uma mão em suas costas e a conduziu até o carro brindado parado à frente da igreja.
Ela entrou e ele logo a seguir, dando sinal para ao motorista que podiam ir.
- Não demorou muito hoje.
A voz dele era rouca e forte. E todas as vezes que o ouvia, sentia algo dentro dela inexplicável.
- Preciso terminar um quadro e não estava muito inspirada hoje nas minhas orações.
Ele deu um risinho debochado.
- Preciso que você escolha outra igreja para suas orações Helen... Essa aqui está muito afastada e muito visada.
- Ah... Não Raul, eu gosto dessa. Minha mãe vinha aqui e tem essa coisa em memória à ela.
Ele a olhou sério:
- Sinto muito Helen! Mas será necessário.
Ela cruzou os braços irritada.
- Eu não tenho escolha, certo?
- Exatamente. – Respondeu ele.
Helen encostou a cabeça no encosto do carro.
Droga!
- Que vida miserável. Daria tudo para ser uma mulher comum!
Raul a olhou e olhou o relógio:
- Muitas mulheres queriam sua vida!
- Pra quê Raul? Hoje é sexta feira e uma pessoa normal estaria sentada num bar, restaurante, na rua comendo um cachorro quente... Eu tenho que ir correndo para casa, pois uns loucos buscam-me sequestrar há mais de dez anos!
- Correto!
Ela fechou os olhos, totalmente irritada.
- Você não se importa não é? Tem sua vida! É livre!
- Eu fico vinte quatro horas por dia da minha vida atrás de você. Salvo os dias de minha folga!
Ele fez o sinal do indicador.
- Tenho um dia de folga Helen. Acha mesmo que sou livre?
Ele desviou o olhar para fora do carro, à noite começando a cair.
- Mas você tem escolha Raul. Eu não!
- Não tenho escolha.
- Se você quiser, pode conseguir outro emprego e viver sua vida. E eu?
Sua voz era triste e Raul a encarou, seus olhos eram frios e sem expressão.
- Estamos chegando.
Helen viu as luzes da mansão e suspirou. Ele deveria achá-la essas meninas ricas e mimadas que não tinham direito a reclamar de absolutamente nada. Olhou de novo a mansão. Teria a noite de sempre: Na frente de uma tela. Captando sentimento e colocando nela. Durante anos esse era seu hobby principal. A vida estava desfilando na sua frente e o que ela fez de emocionante? O que era sua vida? Além de ir à igreja e voltar correndo para pintar? Nunca teve grandes amizades, os rapazes que conheceu no período da faculdade tinham pânico dos seguranças que viviam em seu encalço. Só conseguiu dar seu primeiro beijo na formatura e mesmo assim, o rapaz havia sido empurrado para longe dela.
Teve que sair às pressas sem mesmo conseguir o contato dele para quem sabe marcarem um encontro.
Uma noite ela conseguiu fugir, tinha dezesseis anos. E aquele dia havia sido o mais triste e violento de toda sua vida. Com a ajuda da sua babá, que na época ainda morava lá, uma espécie de acompanhante e governanta. Ivone planejou uma festa com suas colegas e sem que os seguranças soubessem, ela saiu. Com a promessa que voltaria antes de amanhecer. Como a festa era a fantasia, a chance de ser descoberta era mínima.
Porém naquele dia um dos seus colegas resolveu dar a Helen uma das piores experiências, que nenhuma mulher gostaria passar.
Roberto era seu nome, o garoto mais bonito da escola, simplesmente queria ficar com ela naquela noite e então depois de beber algumas cervejas ela havia ido para um quarto com ele. As coisas foram ficando tensas quando ele percebeu que ela ainda era virgem. Mesmo insistindo que Roberto fosse carinhoso o rapaz simplesmente não conseguiu controlar-se e o que deveria ter sido sua incrível primeira transa, foi uma cena de horror, que ela nem gostava de lembrar. No final, depois que Roberto havia gozado, se levantou da cama e riu de sua pouca experiência. Em seguida entraram mais dois rapazes e abusaram dela, mesmo sob seu protesto. Depois de praticarem o ato, eles foram embora deixando uma envergonhada e triste menina deitada sobre a cama, nua e sem coragem de sair.
Ela lembra que o sol já começava a surgir quando seu pai e Ivone chegaram a casa. Seu pai aos berros perguntando o que havia acontecido e Ivone chorando pedindo desculpas. Isso custou à demissão da amada Ivone! Depois disso, elas nunca mais se viram.
O pai nem mesmo permitiu que se despedisse da velha amiga.
Ivone ficou tão preocupada que ela não retornou no horário combinado que acabou confessando que havia ajudado Helen para ir à festa. Seu pai havia praticamente arrastado ele até aonde acontecia a festa, e quando a encontraram daquela forma lastimável, furioso havia demitido a sua babá.
Meses depois os três rapazes haviam sido presos. Era impossível que o grande magnata do petróleo deixasse que eles saíssem impunes daquilo.
Eles confessaram que haviam feito amor com ela, mas com seu consentimento. Então, eles acabaram sendo libertos. Porém, meses depois Helen ficou sabendo da morte dos três rapazes, o carro que eles estavam perdeu o controle e todos haviam perdido a vida no acidente.
E essa havia sido sua única experiência sexual de sua vida.
Ela tinha hoje vinte e três anos e zero de experiência sexual.
Depois disso entrava em pânico quando via um homem. E somente depois que Raul passou a ser seu segurança, que ela percebeu que havia baixado a guarda.
Não queria admitir, mas sentia uma forte atração pelo empregado de seu pai. Seu segurança particular!
Raul Monteiro era uma figura máscula!
Tinha trinta e um anos e solteiro. Era a única coisa que sabia daquele misterioso homem.
Seu corpo forte bem distribuído nos seus um metro e oitenta e cinco de altura, sua pele sempre bronzeada devido a seus trabalhos ao sol. Ela cansou de vê-lo passar correndo, se exercitando no imenso quintal da mansão.
Ela ficava de sua janela, escondia, vendo o correr. Suas pernas musculosas e um corpo que parecia ter saído de uma revista.
Vivia numa mansão com seu pai e dezenas de empregados. Em quase todos os cômodos uma câmera.
Quem entrasse ali nunca conseguiria sair sem ser visto ou abatido por um dos seguranças altamente treinados.
Ela saiu do carro sendo ajudada por Raul. Ele a conduziu até a entrada principal e depois voltou já pronto a sair.
- Raul. – Helen o chamou e ele parou dando meia volta.
- Preciso falar com você!
Ele olhou ao redor e entrou junto com ela na espaçosa sala.
- Raul, por favor, você precisa me ajudar! Eu quero sair! E eu só confio em você pra isso...
Ele estava sério, parecendo não entender o que ela dizia.
- Você quer sair e quer que eu te ajude?
- Eu quero ir num lugar especial! Mas só com você... Sem aquele monte de seguranças atrás da gente! Em alguns dias é meu aniversário Raul, seria um presente...
Ele olhou ao redor parecendo pensar no que ela pedia.
- Isso é muito importante pra você?
- Sim. Muito! Eu quero ver gente, dançar, beber! É pedir muito?
Ele ficou em silêncio, pensando no que ela dizia.
- Vou ver o que posso fazer!
Ela deu um gritinho de alegria.
- Calma, não comemore ainda. Eu disse que verei o que posso fazer!
Ela se aproximou dele e sua cabeça batia em seu tórax.
- Obrigada Raul, obrigada! Eu tenho certeza que você achará um meio.
Ele fez um gesto com a cabeça e saiu.
Helen rodopiou na sala feliz. Se existia uma coisa que Raul tinha de bom era, conseguir tudo que queria. Ele era inteligente e dedicado. E era o único que ainda trabalhava para o pai depois de tantos anos. Rubens Melquias confiava nele e ela também.
Sabia que ele daria sua vida para salvá-la.
Poderia ela confiar em mais alguém que ele para levá-la para sair durante à noite no dia de seu aniversário?
Sem falar que ela queria muito ficar a sós com ele.
Há muito tempo que sentia aquela atração por Raul. Ele era a perfeição em forma de homem, e por várias vezes ela imaginou sendo acariciada por aquelas mãos ou sentindo o calor de seu corpo. Mas ele parecia totalmente alheio a todos os seus olhares. Não era de se esperar que algum homem sentisse atraído por ela. Helen era uma mulher normal. Com seus longos cabelos de fogo! Como sua mãe a descrevia desde criança. Mas isso nunca havia sido motivo dela ser atraente. Ela se achava até mesmo feia.
Seu corpo era curvilíneo, mas sem graça. Ela se achava sem graça!
Não tinha aquela coisa sexy que via em várias mulheres.
Para começar ela não sabia conversar. Ficava perdida nas palavras. Principalmente depois do ocorrido naquela festa há dez anos atrás. Por isso havia optado pelas artes. Lá ela poderia criar, sem precisar dizer ou se mostrar.
Sua timidez era tanta que mesmo antes de sofrer aquele abuso, ela não conseguia uma aproximação com o sexo masculino. Apenas imaginava sua vergonha e humilhação. Fechou os olhos, sentindo o mesmo pânico querendo invadi-la de novo.
Não! Ela não podia continuar assim. Iria aguardar a resposta de Raul.
Isso seria uma comemoração para seu aniversário de vinte e quatro anos! O que passou! Passou!
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