A Mão Que Voltou a Desenhar

A Mão Que Voltou a Desenhar

Gavin

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Capítulo

Meu pulso direito latejava. Acordei num quarto de hospital, o cheiro a desinfetante forte no ar. A imagem do acidente de carro era brutalmente nítida. Como ilustradora, a minha mão era a minha vida, a minha carreira. Agora, o médico dizia que talvez nunca recuperasse a destreza total. Mas quando o meu marido, Miguel, entrou no quarto, não havia alívio nem preocupação nos seus olhos. A raiva sulcava o seu rosto. "Finalmente acordaste, Sofia? Sabes o problema que causaste?" Ele não se importava com a minha dor ou com a possibilidade de eu perder a minha profissão. Em vez disso, repreendeu-me por causa da sua prima, Clara, que alegava ter saído do carro antes do impacto. "É só um osso partido. Pessoas partem ossos a toda a hora," ele desdenhou. "Devias era estar a pensar em como te vais desculpar à Clara e à minha mãe." Pouco depois, a minha sogra, Elvira, e Clara irromperam pelo quarto. Clara, com um mero penso, começou a soluçar, e Elvira acusou-me de irresponsabilidade. Mentiram descaradamente, dizendo que eu estava distraída. Miguel, o meu próprio marido, pediu-me para implorar perdão "para manter a paz". Eu mal podia acreditar. Como podia o homem que jurei amar e confiar estar ao lado delas, a acreditar nas suas mentiras descaradas, enquanto eu, ferida e vulnerável, era lançada aos lobos? Será que ele nunca me amou de verdade? O que é que me tornou tão insignificante aos olhos da minha própria família que eles me sacrificariam para proteger uma mentira? Naquele momento, enquanto as suas acusações pairavam no ar, a minha decisão solidificou-se. Não havia mais paz para manter. Não havia mais submissão. "Eu quero o divórcio," disse eu, a minha voz subitamente firme. O jogo deles acabava ali.

Introdução

Meu pulso direito latejava.

Acordei num quarto de hospital, o cheiro a desinfetante forte no ar.

A imagem do acidente de carro era brutalmente nítida.

Como ilustradora, a minha mão era a minha vida, a minha carreira.

Agora, o médico dizia que talvez nunca recuperasse a destreza total.

Mas quando o meu marido, Miguel, entrou no quarto, não havia alívio nem preocupação nos seus olhos.

A raiva sulcava o seu rosto.

"Finalmente acordaste, Sofia? Sabes o problema que causaste?"

Ele não se importava com a minha dor ou com a possibilidade de eu perder a minha profissão.

Em vez disso, repreendeu-me por causa da sua prima, Clara, que alegava ter saído do carro antes do impacto.

"É só um osso partido. Pessoas partem ossos a toda a hora," ele desdenhou.

"Devias era estar a pensar em como te vais desculpar à Clara e à minha mãe."

Pouco depois, a minha sogra, Elvira, e Clara irromperam pelo quarto.

Clara, com um mero penso, começou a soluçar, e Elvira acusou-me de irresponsabilidade.

Mentiram descaradamente, dizendo que eu estava distraída.

Miguel, o meu próprio marido, pediu-me para implorar perdão "para manter a paz".

Eu mal podia acreditar.

Como podia o homem que jurei amar e confiar estar ao lado delas, a acreditar nas suas mentiras descaradas, enquanto eu, ferida e vulnerável, era lançada aos lobos?

Será que ele nunca me amou de verdade?

O que é que me tornou tão insignificante aos olhos da minha própria família que eles me sacrificariam para proteger uma mentira?

Naquele momento, enquanto as suas acusações pairavam no ar, a minha decisão solidificou-se.

Não havia mais paz para manter.

Não havia mais submissão.

"Eu quero o divórcio," disse eu, a minha voz subitamente firme.

O jogo deles acabava ali.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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