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Uma "Monotonia" Sobre Beijos & Amassos

Uma "Monotonia" Sobre Beijos & Amassos

thaynamalheiro

5.0
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129
Leituras
9
Capítulo

Kamila é um bom exemplo de pessoa monótona, com vinte e três anos passou por poucas experiências interessantes em sua vida, algumas delas acabaram acontecendo em meios aos livros, seu local de conforto e refúgio. De um dia para o outro sua vida vira de cabeça para baixo ao ir a uma entrevista de emprego em uma das editoras mais famosas do país e acabar numa imensa confusão por um deslize do dia interior, a moça será capaz de resistir ao encantos de seu chefe ou irá desistir de sua vida monótona? Uma monotonia sobre beijos e amassos é um livro cheio de situações do nosso cotidiano e outras nem tanto, além de contar com a inspiração do coração de uma escritora com vida monótoma. Plágio é crime

Capítulo 1 Um Começo Desastroso

E lá estava eu, no único lugar que eu não queria estar.

Observei Becca que gritava algo para o garçom enquanto chacoalhava o esqueleto na minha frente e arrependimento foi a única palavra que se passou pela minha cabeça enquanto eu olhava a confusão de corpos e sons na minha frente.

Se eu não tivesse vindo provavelmente estaria em casa lendo algum livro, porém eu acabei caindo na lábia da minha melhor amiga que tinha um lado convincente impressionante. Rebecca era uma ótima melhor amiga, mas às vezes extrapolava na diversão e gostava de me enfiar em suas enrascadas.

Suspirei desistindo de pensar nas diferentes maneiras de matar Rebecca e levantei em busca de um banheiro, eu precisava jogar água no rosto para ficar acordada a noite inteira cuidando da minha melhor amiga desnaturada.

Como se as coisas não estivessem suficientemente ruins senti quando alguém esbarrou em mim e eu cai em cima de algo gosmento e eu orei para aquilo não ser vomito.

–Merda. –Resmunguei me levantando daquele grude nojento que se espalhava pela minha calça graças à muralha que havia me derrubado.

–Me desculpe, você levantou muito rápido e não deu tempo de eu desviar. –Escutei uma voz rouca falar e finalmente olhei para cima, eu nunca tinha visto um cara tão lindo quanto aquele, o homem parecia os deuses gregos dos meus romances que ficavam na estante.

–Não tem problema. –Falei e me virei. – Como se minha noite não pudesse ficar pior. –Continuei a falar comigo mesma.

–Posso te pagar algo para compensar o estrago na calça? –Olhei para o homem na minha frente e ri, até parece que um gostoso daquele iria realmente querer passar o tempo bebendo com a única mulher naquela lugar de calça jeans e camisa. –Pela sua cara isso foi um não, tenha uma noite - Se virou.

Num impulso de insanidade gritei.

–Não, espera! Aceito uma porção de batatas fritas, mas longe desse lugar.

E eu mal imaginava que essa escolha poderia mudar minha vida.

[...]

No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça insuportável, eu não costumava beber. Mas papo vai e papo vem eu já estava tomando algumas batidas enquanto conversava com o estranho do bar, o mesmo que eu não descobri o nome. Depois disso eu não me lembrava de nada, abri meus olhos e me assustei.

Com certeza eu não estava deitada na minha cama e aquele quarto não era meu, olhei ao redor e constatei que o dono daquele quarto devia ter muito dinheiro. Para descobrir se eu tinha feito uma cagada completa olhei para debaixo do lençol e constatei que estava sem roupas, merda!

Escutei o barulho do chuveiro vindo de uma das portas e levantei rapidamente catando minhas roupas pelo quarto, franzi o nariz com o cheiro ruim que estava na roupa, provavelmente do conteúdo que havia ficado na minha calça da poça nojenta que eu havia caído ontem.

Então abri a porta lentamente e demorei cerca de dois minutos até achar a escada que me levava para o andar de baixo, achei a porta e sai correndo como se tivessem me perseguindo .

Meu coração parou por um instante quando percebi que estava no Royal Residencial Club, um dos condomínios de mais alto padrão de Nova York. Continuei andando até achar a portaria e sorri tímida para o porteiro enquanto procurava meu celular no bolso, eu precisava urgentemente chamar Rebecca para me salvar.

–Onde você está, Kamila? Você sumiu ontem à noite. –Rebecca gritou assim que atendi o telefone e tive que afastá-lo do ouvido para não aumentar minha dor de cabeça. –Você esqueceu da entrevista de emprego?

Arregalei meus olhos e olhei as horas no meu celular, eu ainda não estava atrasada, faltava uma hora e meia para a entrevista, suspirei aliviada.

–Estou bem, é uma longa história. Você pode vir me buscar na entrada do Royal Residencial?

–O que você está fazendo aí!?

–Te conto assim que você chegar. –Suspirei.

Vinte minutos depois eu estava no carro de Rebecca, estávamos indo em direção ao apartamento alugado em que morávamos.

–Finalmente! –Gargalhou assim que eu terminei de contar a história, revirei os olhos.

Aquilo não tinha a mínima graça.

–Ele era gato?

Apenas concordei com a cabeça fechando meus olhos para ver se a dor de cabeça passava. Assim que chegamos a casa corri até o banheiro e tomei um banho rápido para ir para entrevista, coloquei minha melhor roupa e logo eu já estava dentro do carro indo em direção ao meu sonho.

Há algumas semanas atrás eu havia mandado um currículo para a Editora de Livros Vouham, era para o cargo de revisor de texto, embora meu sonho fosse publicar um livro eu já me sentia feliz em apenas revisar textos.

Assim que cheguei fui direcionada até uma sala, havia várias pessoas concorrendo à vaga na empresa, afinal a Editora Vouham era uma das mais conhecidas, além de lançar vários livros internacionais também contava com publicações de revistas famosas do mundo da moda.

Olhei para as mulheres ao meu redor e suspirei, eu percebi que não tinha a menor chance quando vi que todas elas usavam terninhos mais caros que o meu aluguel da casa e seus cabelos estavam presos em um coque perfeito, eu estava com o cabelo solto e com um vestido preto simples. Eu devia ter me preparado melhor, comprado parcelado...

Pensei em desistir, mas não custava nada eu ficar ali mais um pouco. Afinal se eu voltasse pra casa só ficaria me remoendo dos atos da noite anterior, fechei meus olhos e escutei chamarem um a um, até que chegou à minha vez.

Andei nervosa enquanto olhava as outras mulheres me olharem torto. Assim que entrei na sala encontrei uma mulher extremamente elegante sentada atrás de uma mesa enorme.

–Boa tarde, Srta. Silva. Me chamo Kelly e irei entrevista-lá. –Apontou a cadeira e me sentei. –Quero que me diga quem é Kamila, suas melhores qualidades e seus defeitos e conte um pouco sobre sua trajetória profissional.

Respirei fundo e contei minha trajetória.

–Muito bem. Agora quero que você me diga por que eu devo contratá-la?

Fui sincera.

–Tenho um currículo impecável, sempre fui a melhor aluna da faculdade e me dediquei muito para estar adequada a esse cargo. Além disso leio desde os meus três anos, e aqui não seria só um trabalho, mas algo prazeroso de se fazer.

–Foi um prazer conhecê-la Srta. Silva.

–O prazer foi todo meu. –Levantei e sai dali respirando aliviada.

Cerca de trinta minutos depois um homem apareceu na sala com uma listagem.

–As pessoas que não forem chamadas, por favor, deixem o crachá em cima da mesa. –Aquilo me pareceu pior que tortura, eu escutei nome por nome com o coração quase saltando do peito, eu precisava daquele emprego, olhei ao redor e algumas pessoas já levantavam e tiravam o crachá sem esperanças algumas. –Kamila Toledo Silva.

Quase gritei de emoção ao escutar meu nome, mas me controlei porque as pessoas já deviam estar me achando estranha o suficiente pela roupa que eu havia escolhido, acontece que a dor de cabeça havia me afetado e eu nem pensei direito na roupa, só em não chegar atrasada.

A segunda fase logo começou e de 50 pessoas que estavam na sala anteriormente apenas 15 ficaram. A outra sala era diferente, haviam varias carteiras e fomos instruídos a achar um lugar, sentei na primeira carteira da fileira do meio, sem motivo algum, eu era uma pessoa aleatória.

–Vocês terão dez minutos para corrigirem os erros das frases, após isso virem o papel para baixo e marquem a caneta seus nomes, papéis rasurados levarão a desclassificação.

O papel ostentava um grande título e meus olhos brilharam ao ver o nome do livro "Orgulho & Preconceito" um clássico de Jane Austen. Li as frases no papel e corrigi-as rapidamente mentalmente.

"Sempre que uma opinião é geral, normalmente é correto."

"O egoísmo deve ser sempre perdoado sabe, porque não há nenhuma esperança de uma cura."

"Uma mulher envolvida é sempre mais agradável do que uma desprendida. Ela está satisfeita consigo mesma. Suas preocupações são mais, e ela sente que pode exercer todos os seus poderes de agradar sem suspeita. Tudo está seguro com uma senhora empenhada; nenhum dano pode ser feito".

Em menos de dois minutos eu já havia corrigido as frases, pessoas já se levantavam e saíam sorrindo vitoriosas. Mas eu sabia que aquilo não estava certo, aquelas frases jamais haviam sido citadas em Orgulho & Preconceito, o que qualquer amante de literatura clássica descobriria era que aquelas frases eram de Mansfield Park, outro clássico de Jane Austen.

Peguei a caneta e escrevi uma observação no final da correção. "Acredito que houve equívoco ao colocar Orgulho & Preconceito no título, pois essas frases são de Mansfield Park. Atenciosamente, Srta. Silva"

Levantei me sentindo muito bem, se era uma pegadinha eu havia acertado em cheio. Demorou cerca de trinta minutos para todas terminarem e fomos liberados para tomar café e se esbaldar na mesa de quitutes, eu não havia comido nada de manhã, então ataquei a mesa ignorando os olhares julgadores das mulheres.

Após a pausa o homem voltou e foram chamados apenas três nomes, e o meu estava entre eles, se a mãe da Becca estivesse aqui ficaria tão orgulhosa quando eu contasse.

As outras duas mulheres se chamavam Ana e Bruna, então passaram na minha frente para a próxima etapa.

–Você não tem a mínima chance. –A loira que eu achava ser Ana disse.

–Que a melhor vença. –Falei e me sentei.

Antes que houvesse uma guerra a tal de Bruna apareceu sorrindo como se tivesse ganho o dia. Levantei calmamente e segui o homem até o elevador, ele apertou o botão que levava até o último andar daquele edifício e quando chegamos minha alma gelou, era à hora da entrevista com o chefe de tudo.

A secretaria foi até a porta e anunciou minha chegada e escutei a confirmação de que eu poderia entrar. A vista que aquele lugar dava de toda a cidade era impecável, o poderoso chefão estava de costas e eu tive a sensação de já conhecê-lo.

–Sente-se, Srta. Silva. –Ele disse enquanto bebericava o uísque em sua mão.

–Estou bem assim, fiquei sentada o dia inteiro. –Reclamei.

Não sei como, mas senti que o homem sorriu.

–A sua avaliação foi boa, Kelly fez questão de dizer que você foi a preferida dela. Também ficamos surpresos na segunda prova pois a Srta. foi a única que percebeu o erro. Mas preciso que você me responda apenas uma coisa.

– Sim, Sr. Vouham. –Falei. –Pode fazer a pergunta.

–Já não nos conhecemos? –Perguntou e eu engasguei.

Eu sabia muito bem de quem era aquela voz.

–Anseio que sim, mas espero que a noite anterior não cause problemas no resultado afinal. –Respondi encarando o homem de ontem à noite que finalmente havia virado em minha direção. –Pois foi só uma noite.

E o sorriso dele mostrava que talvez eu estivesse ferrada.

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