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Será que a paixão é realmente algo palpável ou apenas uma teoria inventada para dar um toque mais agradável à vida? Às vezes, sinto-me como uma alienígena no meio de um mundo repleto de afeto, questionando se todos ao meu redor estão vivendo um conto de fadas da vida real.
Alguns defendem a ideia de amar uma única pessoa por toda a vida, enquanto outros afirmam que há espaço para vários amores ao longo da jornada. Quanto a mim, nunca fui uma garota romântica. Nunca me vi idealizando o par perfeito enquanto assistia a filmes românticos, pois sempre valorizei minha liberdade e a solidão focada nos estudos.
Contudo, a vida às vezes nos reserva surpresas. Em um grupo de amigas, de repente, todas estão apaixonadas e namorando, e eu me vejo como a exceção, deixada de lado. Não que eu tenha vinte amigas, na verdade, tenho apenas algumas, mas ainda assim, a pressão do ambiente ao meu redor é palpável.
Eu desejava que o amor surgisse de forma natural, sem a necessidade de busca. No entanto, senti-me pressionada por fatores externos, especialmente ao perceber que a maioria das minhas amigas está envolvida em relacionamentos. Sinto-me estranha por não experimentar as famosas borboletas no estômago, o que me levou a tomar uma decisão inusitada: me inscrever em um encontro a cegas por meio de um aplicativo de relacionamentos.
Antes desse episódio, tentei namorar meu melhor amigo, mas não havia faísca. Os beijos pareciam estranhos, e até mesmo o simples ato de beijar me causava desconforto. Talvez minha aversão se deva ao nojinho de pensar na quantidade de bactérias trocadas em uma saliva, o que me fez dar meu primeiro beijo aos quinze anos. Decidi, então, dar uma chance a mim mesma, à possibilidade de me apaixonar.
É irônico, pois poderia ter optado por terapia, mas, em vez disso, escolhi um encontro a cegas com um desconhecido. Esta história absurda está prestes a começar, e já prevejo que as coisas não vão correr como eu gostaria. Lembre-se, quem procura nem sempre encontra da forma que deseja. Estou reclamando de não me apaixonar, mas será que isso não tem um lado bom? Afinal, quem sabe o que o destino reserva?
AARON NARRANDO...
Acordei hoje sentindo-me renovado. Nunca fui um entusiasta de mudanças. Escolher apartamentos, mobiliá-los de acordo com nossos gostos sempre foi uma tarefa árdua, especialmente porque meu irmão, Leon, e eu tínhamos preferências bem distintas. Ele era o organizado, apreciador das coisas em seus devidos lugares, estudioso, sempre antenado nas tendências da moda. Tenho que admitir que ele se vestia muito melhor do que eu. Eu, por outro lado, sempre fui mais relaxado, priorizando o conforto. Meu quarto era uma bagunça, mas uma bagunça que só eu conseguia entender. Era incrível como eu sabia exatamente onde encontrar tudo naquele caos aparente.
Desde que nossos pais se separaram, tudo ficou de cabeça para baixo. Nosso pai, um homem rico, traiu nossa mãe com uma mulher qualquer, deixando-a devastada. Decidimos mudar de estado. Minha mãe, por ser casada oficialmente, teve direito à metade do patrimônio do meu pai. Leon ainda era menor de idade, então ele teria que pagar uma pensão substancial por quase um ano. Eu também recebi uma boa quantia em dinheiro, mas agora era hora de arrumar um emprego. Morávamos em um estado tropical com praias incríveis, e como eu era surfista e sabia fazer pranchas, decidi que o Rio de Janeiro seria o lugar ideal para procurar meu primeiro emprego.
Não sabia se era uma maré de azar que pairava sobre nossa família, mas chifres pareciam estar se multiplicando por todos os lados. Infelizmente, não escapei dessa situação, pois terminei recentemente um relacionamento com a garota que achei que seria minha futura esposa. Ela me traiu com meu melhor amigo.
Essa experiência me deixou com uma aversão profunda à traição. Não aprovava a atitude do meu pai; minha mãe era uma pessoa incrível, e ele não soube ser o homem que ela merecia. O dinheiro subiu à cabeça dele. No entanto, quem está verdadeiramente magoado é Leon. Conhecendo meu irmão, sei que ele não vai perdoá-lo facilmente. O perdão pode ser um caminho difícil para quem está machucado, e Leon certamente está passando por isso.
Eu não estava desesperado nem nada, eu juro. Baixar aquele aplicativo no celular era apenas uma forma de me distrair, uma maneira de passar o tempo. Eu não estava interessado em um relacionamento; minha intenção era apenas flertar e nada mais.
O que mais me intrigou nesse aplicativo foi o fato de que, em vez de selecionarmos fotos pessoais, podíamos criar avatares que nos representassem. As escolhas eram baseadas apenas nas informações iniciais dos perfis e nos avatares, e, se houvesse compatibilidade, os usuários poderiam marcar encontros às cegas.
Enquanto explorava o aplicativo, deslizando os dedos por vários perfis, um chamou minha atenção de imediato. Talvez fosse porque a garota em questão não tinha absolutamente nada em comum comigo; éramos verdadeiramente opostos.
Seu avatar a retratava como uma garota imersa em livros, claramente uma amante da leitura e autointitulada nerd. A curiosidade me levou a verificar suas informações pessoais.
**Nome:** Vitória Santos.
**Idade:** 20 anos.
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