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Nova York tinha um jeito particular de se tornar ainda mais bonita quando o Natal se aproximava.
As ruas brilhavam de forma diferente, como se o próprio ar estivesse carregado de promessas. Guirlandas douradas cruzavam as avenidas, as vitrines pareciam saídas de um conto de luxo e o frio, longe de ser hostil, convidava a caminhar de mãos dadas, a desacelerar, a observar.
Isabella Ferrari avançava devagar pela Madison Avenue, segurando a pequena mão enluvada de Dior enquanto, com a outra, carregava várias sacolas de lojas exclusivas. Usava um casaco claro de corte impecável, ajustado à cintura marcada, botas de salto alto e os cabelos loiros com reflexos avermelhados caindo em ondas suaves sobre os ombros. Tudo nela gritava elegância... mas também distância. Isabella sempre parecia um pouco inacessível, mesmo quando sorria.
- Mamãe, olha aquela árvore -disse Dior, parando diante de uma vitrineJ?? vidriera -> vitrine ok-, onde um pinheiro branco estava decorado com ornamentos dourados e cristais.
Isabella se abaixou levemente para ficar à altura dele.
- É linda, não é? -respondeu com um sorriso-. Algo assim poderíamos colocar em casa. Mas maior.
Dior assentiu com entusiasmo. Tinha cinco anos, olhos atentos e uma curiosidade que não conhecia cansaço. Era idêntico ao pai... embora Isabella jamais pensasse nisso nesses termos. Para ela, Dior era simplesmente seu filho. Seu mundo inteiro.
Naquela tarde, haviam saído para comprar roupas novas para as festas e alguns enfeites natalinos para o apartamento. Isabella queria que tudo estivesse perfeito. O Natal sempre fora uma data sensível, mesmo antes de se tornar mãe, e agora tinha um novo significado: criar lembranças, construir uma infância acolhedora e segura.
Entraram e saíram de boutiques onde o aroma de perfume caro se misturava a canções natalinas suaves. Dior escolheu um suéter azul com renas prateadas; Isabella, um vestido preto de linhas simples, mas absolutamente sofisticado. Riam, comentavam, paravam para observar vitrines como se o tempo não tivesse importância.
Até entrarem em uma joalheria.
O lugar era banhado por uma luz quente. Pulseiras delicadas, colares finíssimos e anéis cintilantes repousavam sobre veludo claro. Isabella se afastou alguns passos, concentrada em um expositor próximo ao caixa.
Dior, por sua vez, ficou imóvel.
Algo -ou alguém- havia capturado toda a sua atenção.
No fundo da loja, de costas, havia um homem alto, vestindo um terno azul-escuro impecável, ombros largos, postura segura. Não parecia apressado. Segurava várias pulseiras idênticas enquanto conversava com a vendedora. Quando virou levemente o rosto para ouvi-la melhor, Dior sentiu algo estranho revirar dentro do peito.
Seus olhos se arregalaram.
Um verde.
O outro cor de mel.
Exatamente como os seus.
O menino piscou várias vezes, como se o cérebro precisasse confirmar o que era evidente. Aproximou-se devagar, soltando a mão da mãe sem que ela percebesse.
O homem se virou novamente, desta vez por completo.
Alexander Hale.
O nome era conhecido na cidade. Empresário brilhante, herdeiro de um império, playboy indiscutível. As revistas o adoravam, as mulheres o desejavam e ele... ele jamais permanecia tempo demais em lugar algum. Nem com ninguém.
Alexander escolhia pulseiras idênticas para três mulheres diferentes. Três amantes que não sabiam da existência umas das outras. Ele não se considerava cruel. Simplesmente não prometia nada.
Mas então viu o menino.
Uma criança pequena, loira, de olhar intenso, parada diante dele com uma seriedade incompatível com a idade.
- Oi -disse Dior, sem timidez-. Você tem os mesmos olhos que eu.
Alexander sentiu o mundo parar.
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