A proposta ousada do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
O caminho para seu coração
Acabando com o sofrimento de amor
O retorno chocante da Madisyn
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
A ex-mulher muda do bilionário
Um casamento arranjado
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Em frente ao espelho ajeito mais uma vez a gravata borboleta. Porra, Dylan. Quem se casa usando gravatinha igual de pet shop? Noção zero, sua sorte que gosto de você. Porque isso é pior que levar um tiro na bunda. Não é como se já tivesse levado, mas conheço alguns policiais que já levaram e dizem ser o inferno.
E para piorar a situação, me colocaram com aquela Camilly. Sinto até calafrios só de pensar naquela mulher. Claramente não nos suportamos, ela é abusada, depravada e sem educação. O estereotipo feminino que não me agrada nem um pouco. Mas, prometi para Dylan e Alyssa que não iria discutir com aquela modelo de Dercy Gonçalves. Sim, não é porque sou americano que não conheço celebridade famosa internacional. Sou culto, educado, cavalheiro à moda antiga.
Aquela... Criatura de saia, fode meu psicológico. Ela tem o poder de acabar com meu dia, só por hoje irei ter paciência. Depois não preciso mais ver a cara dela e nem seu sorriso largo, os lábios carnudos e rosados. Caralho, foco Brian. Não faz seu tipo, lembra? Esborrifo mais uma vez o perfume. Ajeito o casaco do terno e sigo em direção a saída para a garagem. No parafuso da parede, pego a chave pendurada.
Sento-me atrás do volante, e sigo em direção à igreja. O rádio instalado com a frequência da polícia anuncia várias ocorrências. Hoje estou de folga, mas não consigo desligar. Preciso saber o que está acontecendo na minha área, e o que me aguardará no outro dia.
“Assalto armado com vítima no local. Rua: Barrow street, West village. Q.A.P?”
Ah qual é? Meu amigo vai casar preciso de um tempo. Sinto muito, mas não vou atender nenhuma ocorrência. Desligo o aparelho e o silêncio reina dentro do automóvel.
Conforme me aproximo da igreja, noto a movimentação de carros, pessoas com trajes de festas. Isso porque seria uma pequena cerimônia para os mais chegados. É meu chapa, nossa percepção de pequeno e íntimo é totalmente diferente.
Procuro um local para estacionar, mas não encontro. E como se fosse um milagre divino, vejo quando um carro acende à seta indicando que está saindo. Imediatamente giro o volante direcionando na entrada, quando um híbrido branco entra com tudo na vaga, e pior não se deu o trabalho de dar seta, roubando meu lugar. Anoto mentalmente a placa.
Ah mas isso não vai ficar assim, eu vou pegar esse desgraçado e ele...
Calo-me na mesma hora que a porta se abre.
Seus cabelos negros e soltos caem sobre os ombros criando uma cortina sedosa sobre a pele. O vestido vermelho justo ao corpo, marcando cada curva como se fosse uma segunda pele em contraste com a obra perfeita, bem diante dos meus olhos.
Meus olhos percorrem da ponta do pé até o último fio de cabelo. Remexo-me inquieto no banco, mas não consigo desviar o olhar daquela mistura de deusa com filha do capiroto. Por algum motivo desconhecido, sinto minha calça ficar apertada ou seria a porra do meu pau inchado e duro?
Amigo, você é um traidor. Está proibido de ficar desse jeito por causa dela, vai por mim, não vale a pena.
— Oh babaca anda logo. — Ouço o som de buzina e uma voz gritando.
Encaro o retrovisor e vejo a longa fila que se formou atrás de mim. Coloco a mão para fora e não resisto o impulso de erguer o dedo do meio. Babaca é você, cretino. Acelero liberando a passagem. Camilly definitivamente é problema, além do mais ela foge de mim como diabo foge da cruz. Será que é meu perfume? Ah que se foda essa maluca.
Depois de dez minutos e três quarteirões abaixo da localização da igreja consigo estacionar. Enquanto subo a ladeira sinto olhares sobre mim,
cochichos, e de canto de olho consigo ver que são mulheres de bochechas coradas e sorrisos bobos.
Estão rindo de mim ou para mim? Cada dia que passa entendo menos essas mulheres. Minha doce Sheron era tão fácil de lidar, amorosa, gentil, educada. Nunca irei me conformar de como ela escapou por entre meus dedos. Ainda me pergunto se eu poderia ter feito algo para evitar sua morte. Sempre carregarei essa incerteza dentro da minha alma, e jamais me perdoarei.
— Ouuu está garanhão hein? — Ethan se aproxima, sorrindo e assobiando.
— E aí, poderia não ficar gritando isso? Já não estou me sentindo confortável e você não ajuda.
— Ahhhhh qual é? Um delegado fodão com vergonha, cena épica.
— Ethan — resmungo entre dentes.
—OK. OK. — Erguendo as mãos em sinal de rendição, anda ao meu lado. — Cara acabei de ver Camilly, se eu pego uma mulher dessa esfolo a cabeça do gandalf.
— Gandalf? — questiono confuso. Ou seria melhor não pensar no que significa.
— É meu pau, sabe, coloquei um apelido carinhoso.
— Você me assusta. Juro, e muito. — Recuo dois passos criando certa distância entre nós.
Enfim chegamos à frente e longa da escadaria da igreja. Subimos pulando de dois em dois, a cada passo tenho a sensação de que essa maldita borboleta irá me sufocar. Contornamos a entrada principal procurando a porta da lateral para os padrinhos. Encontramos e mais que depressa a empurramos para fugir do calor escaldante. Assim que colocamos o pé dentro da sala o ar gélido toca minha face, me fazendo suspirar de alívio com os olhos fechados.
Ethan parado ao meu lado, me cutuca com o cotovelo. Observo ao redor percebo o quanto chamamos atenção irrompendo pela porta daquela maneira. Envergonhado, balanço a cabeça cumprimentando os demais.
Minha acompanhante disfarça rindo. Os meses em que Dylan permaneceu no hospital em coma, esbarrei várias vezes com essa mulher, e uma única vez conseguimos conversar por cinco minutos e para ser sincero não parecia a mesma pessoa.
— Está charmoso senhor delegado. — Colocando um pé na frente do outro como se estivesse desfilando, Camilly se aproxima puxando meu braço para entrelaçar ao seu.
E agora, ferrou tudo. Quem desligou o ar condicionado? Está esquentando aqui dentro também.
— É... Hum... Você está muito elegante, bonita, sabe. Bonita.
O som da sua gargalhada entra por meus ouvidos, desce por meu corpo penetrando minha pele, causando arrepios.
— Entendi gracinha. Não precisa ficar envergonhado, sei que me acha uma tentação. — Piscando, ela sorri com seus lábios carnudos pintado de vermelho.
Puta merda! Foco Brian, lembre-se que ela não faz seu tipo.
Encaro sua boca, imaginando como seria tê-los em volta de algo grosso e grande, sentindo a maciez e suavidade. Não, não, agora. Tento afastar os pensamentos para coelhinhos fofos na fazenda. Engulo em seco, sem saber o que responder, na verdade sei bem o que gostaria de fazer. Colocá-la de joelhos e observar sua boca engolindo meu pau. PORRA BRIAN! Não.
Seus olhos escuros e brilhantes encaram os meus de um jeito profundo e sensual. E sou salvo pela cerimonialista que surge com a prancheta em mãos, organizando os casais para a entrada. Seguimos a organizadora até a porta de entrada e ficamos em fila, aguardando o sinal para cada um entre com seu par.
Mantenho o olhar firme para frente, mas o perfume de Camilly atingi em cheio meu nariz. Adocicado, suave.
Qual é Brian? Esqueceu Sheron, sua esposa?
Como um flash de memória, relembro o dia do nosso casamento. A empolgação dela era contagiante, a dedicação com cada detalhe. Fez questão de acompanhar os decoradores, o Buffet, ela era muito detalhista. Todos amavam minha Sheron. Usando vestido branco de renda, com um detalhe singelo no cabelo e um simples buquê de flores do campo.
— Brian. Brian. Vamos. — A voz feminina me traz dos pensamentos perdidos.
— Sim, vamos — respondo, afastando as dolorosas lembranças.
Como todos os casamentos a noiva está atrasada e pude sentir a agonia de Dylan enquanto aguarda no altar. O clima tenso impregnou o ambiente.
Ando alguns passos sutilmente e me aproximo o suficiente para que ele possa me ouvir. — Desfaz essa cara, sua mulher está chegando ok. Ou vou te dar um soco.
Objetivo alcançado com sucesso. Consigo tirar um sorriso tímido do famoso agente do FBI.
De repente a marcha nupcial soa alto dentro da igreja, as portas se abrem. Alyssa está maravilhosa usando seu vestido branco. E ao lado da noiva dona Emilia, a sogra. Não sei como, mas com o passar do tempo Aly conseguiu convencer Dylan sobre sua mãe ser tão inocente quanto eles, e aparentemente fizeram as pazes.
Inquieto ao ver sua mãe, o pequeno Dominic se remexe no colo de uma senhora e estica os braços na direção dos seus pais. O pequeno está crescendo rápido.
Percorro meus olhos pela igreja enquanto a marcha ainda toca para a entrada triunfal da noiva, me pego encarando a senhorita encrenca. E para minha surpresa, ela me encara de volta com um brilho especial no olhar.
Fique longe tentação, bem longe.
Alyssa está maravilhosa em seu vestido especial de noiva. Lembranças dolorosas invadem meus pensamentos, engulo em seco sentindo o sabor amargo da saliva. Mas, minha amiga teve sorte, reencontrou seu grande amor do passado e mesmo com tudo que aconteceu, agora, estão juntos e serão felizes para sempre ou até que dure. Depois de tudo que passei só quero viver minha vida em paz, e sozinha. O amor entre um casal é só um sentimento ilusório da mais plena satisfação. Infelizmente descobri isso de uma forma cruel, com muita dor e sofrimento. Mudar de nome, país e fugir das consequências dos meus atos me custaram um alto preço. Com sorte uma amiga da época da faculdade conseguiu me emprestar um dinheiro, e pude recomeçar em um país novo, mas como nada vem fácil, por vezes adormeci sentada no banco da praça por não ter onde passar à noite. Fome, às vezes uma refeição por dia ou até mesmo nenhuma.