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Na festa do meu décimo aniversário de casamento, meu marido, Augusto, o CEO de uma gigante de tecnologia, declarou seu amor eterno por mim na frente de centenas de câmeras. Mas enquanto ele segurava minha mão, eu sabia a verdade: ele mantinha um caso de uma década com a estrela de cinema, Cristal, que estava bem ali, no meio da multidão.
Quando anunciei no palco meu desejo de divórcio, a festa mergulhou no caos e um incêndio começou de repente.
Enquanto as chamas cresciam, Augusto não olhou para mim. Ele me empurrou para o lado e correu para salvar Cristal de um refletor que caía, me deixando presa sob um lustre prestes a desabar.
Ele me abandonou para morrer no inferno que ele mesmo criou.
Eu o observei embalar sua amante, de costas para mim, enquanto o fogo consumia tudo. Ele nunca olhou para trás.
Mas no momento em que o lustre se partiu, uma força poderosa me atingiu, me arrancando das chamas. Era meu irmão, Cássio, com quem eu não falava há anos.
Mais tarde, no hospital, Augusto não perguntou se eu estava bem. Sua única preocupação era o prejuízo para as ações de sua empresa. "Você está bem, não está?", ele zombou. "Cristal se machucou de verdade. Ela é frágil."
Foi nesse momento que a mulher que o amava morreu.
"Estou", eu disse, minha voz assustadoramente calma. "Vou negar tudo e salvar sua reputação. Mas com uma condição." Eu ativei uma cláusula oculta em nosso contrato, uma que ele havia descartado anos atrás, que me dava uma porção massiva de sua empresa. A verdadeira guerra tinha acabado de começar.
Capítulo 1
Ponto de Vista: Elisa Ferraz
Ele estava lá, banhado pela luz do holofote que ele mesmo criou, declarando seu amor eterno por mim, enquanto meu coração, uma rosa murcha num vaso de cristal, sussurrava uma única palavra: divórcio.
Meu marido, Augusto Wagner, o CEO de tecnologia cujo rosto estampava a capa de todas as revistas de negócios, segurava minha mão com força. Seu aperto era quase possessivo, uma performance para as centenas de câmeras que piscavam ao nosso redor. Aquilo não era uma celebração dos nossos três anos de casamento ou do meu aniversário; era um golpe de marketing. Uma fachada.
"Para minha linda esposa, Elisa", a voz de Augusto ecoou, amplificada pelo sistema de som de última geração. Seu sorriso era deslumbrante, ensaiado e totalmente desprovido de calor. "Três anos de casamento, dez anos juntos. Você é minha rocha, minha musa, meu tudo."
Forcei um sorriso, minhas bochechas doendo com o esforço. Por dentro, um nó frio e duro se formou no meu estômago. Rocha? Musa? Tudo? As palavras tinham gosto de cinzas. Eu sabia a verdade. Eu sabia há semanas. As fotos do resort de esqui particular, os sussurros, o caso de uma década com Cristal Bastos – tudo havia se transformado em uma realidade brutal e inegável.
Um movimento rápido chamou minha atenção. Cristal Bastos, a estrela em ascensão de Hollywood, estava perto da borda da multidão, seu vestido verde-esmeralda brilhando sob os lustres. Ela exibia um sorrisinho de quem sabe das coisas, uma ponta de triunfo nos olhos. Encarei seu olhar e, por um segundo fugaz, seu sorriso vacilou. Ela sabia que eu sabia.
A multidão explodiu em aplausos. Augusto se inclinou, depositando um beijo suave e casto na minha testa. Era um gesto de posse, não de afeto. Ele sussurrou: "Não estrague tudo, Elisa. Não hoje à noite." Seu hálito era frio contra minha pele.
Eu assenti, mantendo a fachada perfeita. Meu silêncio era minha arma agora, minha concordância com seus termos, uma armadilha cuidadosamente construída. Eu faria meu papel, limparia seu nome, salvaria a imagem de sua empresa. Então, eu o deixaria. Para sempre.
"E agora", Augusto continuou, dirigindo-se à assembleia reluzente, "Elisa tem um anúncio especial para todos nós. Não é, meu amor?" Ele me cutucou com o cotovelo, uma ordem silenciosa.
Minha mente disparou. Era isso. O momento que ele havia orquestrado para dissipar os rumores. Ele esperava que eu falasse sobre nossa vida perfeita, que denunciasse os tabloides. Mas eu tinha uma mensagem diferente.
Dei um passo à frente, segurando o microfone que Augusto ofereceu. Minha voz, quando saiu, estava firme, não traindo nada da turbulência que fervia dentro de mim. "Obrigada, Augusto. Obrigada a todos por virem esta noite para celebrar conosco." Fiz uma pausa, meu olhar varrendo os rostos, pousando brevemente em Cristal, depois nas dezenas de repórteres que se acotovelavam por um ângulo melhor.
"Sabe", comecei, minha voz suave, mas clara, "Augusto e eu tivemos uma jornada incrível juntos. Dez anos é muito tempo." Um murmúrio percorreu a multidão. "E como é meu aniversário, eu tenho um desejo."
Augusto riu ao meu lado, provavelmente pensando que eu estava prestes a desejar felicidade eterna com ele. Sua mão repousava na base das minhas costas, um peso familiar e reconfortante que agora parecia uma marca de ferro.
Respirei fundo. "Meu desejo é simples. Desejo um novo começo. Liberdade. A coragem para finalmente me tornar a mulher que eu sempre deveria ter sido." Olhei diretamente para a câmera, um fantasma de sorriso brincando em meus lábios. "E desejo que Augusto Wagner e eu finalizemos nosso divórcio e nunca mais nos vejamos."
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, um vácuo súbito onde antes havia risos e o tilintar de taças. A mão de Augusto caiu das minhas costas como se eu o tivesse queimado. Seu rosto, geralmente tão composto, se contorceu em choque e fúria. As câmeras continuaram piscando, capturando cada nuance de sua expressão atônita. Cristal também estava de olhos arregalados, seu rosto pálido de repente marcado pelo medo.
De repente, a voz estridente de uma mulher cortou o silêncio atordoado. "Ora, ora, Elisa Ferraz. Sempre dramática, não é?" Corina Matarazzo, uma socialite conhecida por suas fofocas venenosas, deu um passo à frente, um sorriso triunfante no rosto. "Sempre fazendo cena. Que pena que você não conseguiu manter seu marido rico feliz." Algumas risadinhas se espalharam pela multidão. Corina sempre fora uma admiradora fervorosa de Augusto, e minha presença quieta e sem glamour ao lado dele parecia ofendê-la.
Augusto, recuperando a compostura, arrancou o microfone da minha mão. Sua mandíbula estava cerrada, seus olhos ardendo com uma luz perigosa. "Elisa está simplesmente... sobrecarregada esta noite", disse ele, com a voz tensa. "Ela sempre foi um pouco teatral." Ele forçou uma risada, um som oco que não alcançou seus olhos. Ele me puxou para mais perto, seu aperto em meu braço me machucando. "Vamos discutir isso mais tarde, meu amor. Em particular." A palavra "particular" era uma ameaça mal velada.
Encarei seu olhar, meus próprios olhos frios e inabaláveis. "Não há nada a discutir, Augusto. Meu desejo é claro."
"Você acha que isso é um jogo?", ele sibilou em voz baixa, seus lábios mal se movendo. "Você acha que pode simplesmente jogar uma bomba como essa e ir embora?"
"Eu não estou indo embora", murmurei, minha voz perdendo um pouco a compostura, tingida de um cansaço que ia até os ossos. "Estou fugindo. E estou pegando minha vida de volta."
Ele zombou, um som desdenhoso que revirou algo dentro de mim. "Você não tem nada sem mim, Elisa. Lembre-se disso."
As palavras cortaram os últimos vestígios da minha esperança, estilhaçando qualquer ilusão de que ele pudesse, mesmo que por um segundo, se importar com meus sentimentos. Era um eco doloroso, porque Ava costumava se importar comigo da mesma forma. Mas agora, estava claro: eu era apenas um acessório, um adereço conveniente em seu mundo cuidadosamente construído.
Então, o mundo virou.
Um cheiro forte e acre de fumaça encheu o ar. Uma pequena chama piscou por trás de um dos arranjos florais elaborados, crescendo rapidamente. O pânico se espalhou pela multidão, escalando rapidamente para uma debandada total. Gritos ecoaram enquanto os convidados se empurravam em direção às saídas.
Augusto, com seus instintos de negócios afiados, examinou a cena caótica. Seus olhos, no entanto, não pousaram em mim. Eles passaram por cima do meu ombro, fixando-se em Cristal Bastos, que agora tropeçava para trás, o rosto contorcido de terror enquanto um refletor em queda roçava seu braço.
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