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Quando se fala no Estado da Califórnia, as pessoas lembram apenas de grandes e famosas cidades como Los Angeles e San Francisco, bem como seus incríveis e cobiçados pontos turísticos, os grandiosos estúdios de filmagens conhecidos por todo o mundo, as belas, encantadoras e esbeltas atrizes renomadas e belos galãs de um clássico filme de Romance ou ação, o homem perfeito, que quase todas as mulheres desejavam se casar, não deixando escapar sobre a agitada e divertida vida noturna, vida noturna esta que, é o sonho de muitas pessoas.
Mas, muitos esquecem que o Estado da Califórnia é muito maior e muito mais que apenas Los Angeles e San Francisco, a maioria esquece que um Estado é composto por pedaços de terra de tamanhos variados, sendo eles do pequeno ao grande, como é o caso do pequeno pedaço de terra denominado de Needles, uma cidade que está localizada no Condado de San Bernadino, envolto nos perímetros do Estado da Califórnia.
E é exatamente na pequena e invisível Needles, em um bairro considerado suburbano, onde os moradores possuem condições financeiras consideradas baixas e empregos que quase não são capazes de suprir suas necessidades mais básicas, que a história de Sofia McLaren ocorre.
Sofia McLaren é uma menina de 11 anos de idade, com um cabelo ondulado de cor amarelada (quase que oxigenado) que chegam até a altura de seu busto, sua pele pálida é repleta de sardas, ela tem grandes olhos que destacam ainda mais sua íris ocular que é de um tom de azul muito parecido com o tom das águas da Baía do Sancho (localizada ao oeste do Morro Dois Irmãos em Fernando de Noronha) e, uma grande mancha avermelhada em seu rosto que dá início um pouco acima de sua sobrancelha direita, passando por metade de seu nariz (também ao lado direito), finalizando um pouco depois de seus finos lábios infantis.
Esta mancha é popularmente conhecida como "Vinho do Porto", e ocorre graças à má formação de alguns pequenos vasos sanguíneos, tendo uma pequena alteração em sua coloração, que vai do avermelhado mais claro ao roxo, a mancha de "Vinho do Porto" que Sofia tem em sua face, é de um avermelhado bem clarinho, deixando a mesma bem visível, só podendo ser disfarçada com maquiagens. De um modo geral, Sofia é uma menina bonita, mas, que infelizmente sofre bullying de seus colegas de classe e de algumas crianças de seu bairro por conta desta grande e nada discreta mancha de "Vinho do Porto", sequer seu lindo cabelo loiro e olhos azuis, são capazes de evitar apelidos como o de "Filha do Diabo" ou, comentários como, "Você é muito bonita, mas, essa 'coisa' no seu rosto é tão nojenta".
- Lilly? - grita Sofia após sair pela velha porta dupla da pequena escola em que estuda. - Para onde você está indo? - corre na tentativa de alcançar uma de suas melhores amigas. - Liliana! - chama novamente pela amiga só que desta vez com o tom de voz mais repreensivo, Sofia após alcançar Lilly segura firmemente em seu braço direito fazendo com que a outra vire de frente para ela.
- Meu pai vai me matar! - Lilly respondeu após puxar seu braço direito da mão de Sofia. - Ele está fazendo hora extra no trabalho só para pagar uma pessoa para me ensinar as matérias, para fazer com que eu vá bem nas provas e consiga ser alguém na vida. - abre o zíper da parte mais espaçosa de sua mochila cor de rosa e estampa de pirulitos e tira de dentro dela um papel completamente amassado. - E mesmo assim, eu ainda consigo tirar notas como esta! – empurra com força o papel amassado que havia acabado de pegar em sua mochila e, pressiona fortemente no tórax de sua amiga.
Lilly voltou a caminhar de forma rápida e furiosa, pisando fortemente na verde e recém-aparada grama que cresce nos arredores da escola, Sofia, por sua vez, permanece parada no mesmo lugar em que acabara de confrontar a amiga e, analisa atenciosamente a prova de Geografia que lhe foi entregue. A prova têm 15 questões, sendo 10 delas questões fechadas (de múltiplas escolhas) e as 5 restantes sendo questões abertas (para justificar suas respostas de forma escrita), Sofia definitivamente não é a garota mais inteligente da escola, sequer consegue tirar a nota máxima nas matérias mais bobas, como a de Educação Física, mas, mesmo com um boletim repleto de notas medianas e nada destacável, Sofia acaba que ficando embasbacada com as respostas marcadas e escritas por Lilly, até mesmo as mais fáceis e óbvias questões ela foi capaz de errar, tendo acertado apenas duas questões fechadas que provavelmente ela acabou chutando e acertando por consequência, rendendo uma nota nada agradável. 1,5 em uma prova com o valor de 10 com certeza acabou de colocar Lilly em uma difícil recuperação.
Liliana ou, Lilly, como suas amigas chamam-na é uma menina de 13 anos que apesar de sua beleza exótica não consegue se dar bem quando se trata dos estudos. Ela tem um lindo e ondulado cabelo ruivo com fios que atingem a altura de sua cintura, quase toda a extensão de sua pele pálida é coberta por sardas, seus olhos, diferente dos olhos de Sofia, são pequenos e tem uma coloração de verde bem claro. Lilly tem todos os atributos para ser uma garota popular na escola, mas, mesmo assim, ela também sofre com apelidos maldosos que, muitos zoam sua dificuldade no aprendizado, riem de todas ás vezes que ela recebe uma nota abaixo do aceitável para passar nas matérias, e é assim desde a primeira vez que ela perdeu de ano.
- Conseguiu descobrir porque a Lilly surtou e saiu da sala? - Adélia chega silenciosamente perto de Sofia que, ainda estava distraída olhando a prova, toca em seu ombro de maneira abrupta o que assusta Sofia de imediato.
- Que susto Adélia! - repreende Sofia enquanto tenta tirar o emaranhado de fios loiros que insistentemente o vento sopra para frente de seu rosto, impedindo parcialmente que sua visão sobre seu redor seja nítida. - Ela não foi bem na prova de Geografia... - estendeu a mão para que a Adélia pudesse pegar o papel que está quase que voando da mão de Sofia por causa do vento.
- Essa nota é péssima! - opina Adélia após olhar para a nota que está rabiscada no topo da prova com uma caneta vermelha e de ponta grossa. - Ela errou até mesmo as questões mais fáceis. - balança a cabeça negativamente, fazendo com que os cachos de seu cabelo castanho escuro balance com o auxilio do vento forte. - De onde surgiu essa ventania toda tão de repente? - reclama enquanto estende a mão para entregar à prova para a Sofia. – É início de verão, olha o calor que está fazendo, não era para estar ventando tanto! – reclama mais um pouco e cruza os braços.
- Isso não é hora de pensar em qual momento essa ventania apareceu e muito menos pensar de no verão! - Sofia abre o zíper da parte maior de sua mochila preta e sem estampa, onde guarda a prova dentro da capa dura de seu caderno. – Que se dane o vento Adélia! – lança um olhar nada satisfeito para a amiga.
- E você pretende fazer o quê, salvadora da pátria? – continua com os braços cruzados e faz uma expressão desafiadora, acompanhada com um tom de voz cheio de deboche.
- Precisamos ajudá-la! - argumenta gesticulando exageradamente enquanto seu cabelo chicoteia o ar e seu rosto. – Ela precisa passar na prova de recuperação, se não ela não vai poder sair conosco durante as férias de verão. – Sofia coloca a mão em sua cintura e aguarda uma resposta positiva de Adélia.
- A Lilly é burra igual uma porta. - responde rapidamente e sem parecer ter qualquer tipo de remorso por sua fala. - Ela já está tendo aulas particulares e não aprendeu nada com elas, não sou eu, nem você e muito menos a Adelina que vai conseguir fazer com que aquela cabeça de vento aprenda, nós não somos professoras e esta não é nossa função. - Adélia altera seu tom de voz, só que desta vez, seu tom foi mais agressivo e autoritário, e sem ao menos deixar com que Sofia continue a falar, a garota simplesmente vira as costas e sai desfilando pelo gramado. – Desculpa! – Adélia vira seu corpo para encarar Sofia e, movimenta sua boca sem deixar com que o som de sua voz saía, para que a mesma faça uma leitura labial da palavra “desculpa”.
- Você não era assim! – sussurra Sofia depois de ver que Adélia tinha se juntado ao seu mais novo grupinho de garotas e garotos populares.
Adélia e Adelina são irmãs gêmeas univitelinas (gêmeas idênticas), de também 11 anos de idade. Adélia, de acordo com as irmãs, é a mais velha por questão de 5 minutos, ela tem uma pele negra não muito retinta, cabelo cacheado quase que crespo e castanho escuro, nele, ela faz um corte curto para que o mesmo fique com um aspecto mais armado, seus olhos assim como os da Lilly, são pequenos e sua íris é "tingida" de um castanho claro (que mais remetem ao mel da abelha), o que traz ainda mais destaque para seu fino rosto. Adelina por ser a "cópia" de Adélia, tem as mesmas características da irmã mais velha, mas, com duas pequenas diferenças, seu cabelo é um pouco mais comprido, sendo mantido alisado com processos químicos e tem um corte em formato de "V" e que atinge a altura um pouco acima de seu busto. Diferente das outras amigas, as gêmeas são as mais populares do grupo, elas são as únicas do quarteto que fazem parte do grupo das líderes de torcidas e que não possuem qualquer tipo de apelido maldoso, seja pela aparência ou dificuldade no aprendizado.