/0/14931/coverorgin.jpg?v=d9327e295f9beca37a94302fad2cc903&imageMogr2/format/webp)
A chuva tinha parado, mas o chão ainda estava macio, como se não quisesse ceder. A lama cobria seus pés, pegajosa, como se quisesse segurá-lo um pouco mais antes de soltá-lo. Elias lutou para seguir em frente, com os braços cobertos de arranhões, os músculos tensos e o peito queimando a cada respiração.
Eu estava correndo há horas. Ou talvez dias. O tempo na floresta não é medido como no mundo dos relógios. A vegetação rasteira havia rasgado sua pele, e os insetos zumbiam como se conhecessem sua história. Ele não sabia se estava sendo perseguido ou escoltado.
De repente, as árvores se abriram em direção a uma curva do rio. Água limpa. Fluido. Como uma promessa. Elias caiu de joelhos e tateou com as mãos, bebendo desesperadamente. Eu sentia que se fechasse meus olhos agora, nunca mais os abriria. Seus dedos moveram o cascalho como se estivessem procurando algo enterrado ali. Algo perdido há muito tempo.
O motor de uma caminhonete rugia à distância.
Uma figura se aproximava pela estrada de terra: um veículo escuro, de cabine dupla, deslizando com dificuldade pela lama. O motorista - um homem idoso, de cabelos grisalhos, sozinho - parecia não ver o tronco de árvore meio caído bloqueando o caminho.
Elias se levantou de repente, cambaleando.
-Cuidadoso! - ele gritou, mas sua voz falhou, quase um murmúrio no ar úmido.
Ele correu sem pensar. Ele apenas reagiu. O porta-malas cedeu, o pneu raspou nele e o caminhão ficou instável. Elias chegou bem a tempo de abrir a porta do motorista, tirar o homem do carro e empurrá-lo ladeira abaixo. Houve um estrondo alto, seguido pelo som agudo de metal batendo em uma pedra.
Silêncio.
Depois, apenas o som constante do rio.
Uma lembrança nublou sua mente:
Corridas.
Uma voz sem rosto. Uma mão o empurrando para a escuridão.
Não olhe para trás.
O rangido de uma porta de metal. O cheiro do confinamento: óleo velho, umidade rançosa, sangue seco.
Uma corrente arrastando. Um grito abafado.
E então... nada.
O homem que ele salvou estava respirando pesadamente. Sua camisa estava rasgada e sua testa estava ensanguentada, mas ele estava consciente. Ele sentou-se lentamente, atordoado. Ela olhou para Elias como se não soubesse se estava vendo um garoto... ou um fantasma.
-Qual o seu nome?
Elias permaneceu em silêncio. Não por desconfiança. Mas porque a questão o atingiu. Como se nomear a si mesmo revelasse algo de que ele ainda não se lembrava completamente.
"Você não precisa dizer isso", acrescentou o homem, com a voz mais suave. Mas você salvou minha vida. E isso não é esquecido.
/0/14595/coverorgin.jpg?v=d44a74ef42b9d656751155aa56a4cde5&imageMogr2/format/webp)
/0/2917/coverorgin.jpg?v=58eec9560ddb2d9c7aebbc499d50bf2e&imageMogr2/format/webp)
/0/9332/coverorgin.jpg?v=1d79d03c29918b792d38386d625c336d&imageMogr2/format/webp)
/0/14711/coverorgin.jpg?v=917c919bc2b3da438aa33b567fe4f33c&imageMogr2/format/webp)
/0/12603/coverorgin.jpg?v=441eaef1c38779364d0f2b1553834c9a&imageMogr2/format/webp)
/0/17802/coverorgin.jpg?v=75dc125f52b7b93b1a4208cddd5b1bad&imageMogr2/format/webp)
/0/18070/coverorgin.jpg?v=e568c262fdf4e0a2d2d8acb24932b773&imageMogr2/format/webp)
/0/14512/coverorgin.jpg?v=0ac505ca7faafe2aef12cfa192c5faf2&imageMogr2/format/webp)
/0/15982/coverorgin.jpg?v=6618c7a6b5721e60a39196162e88a40b&imageMogr2/format/webp)
/0/16363/coverorgin.jpg?v=f6a2a98ef96b98be389a00d005071618&imageMogr2/format/webp)
/0/15000/coverorgin.jpg?v=5c959407e0dff497141a8af7055fbaa2&imageMogr2/format/webp)
/0/14486/coverorgin.jpg?v=ea30466723317d2a5f5a779e338b53a8&imageMogr2/format/webp)
/0/5707/coverorgin.jpg?v=09c3495cd502cbabc06122644b926077&imageMogr2/format/webp)
/0/3451/coverorgin.jpg?v=b4903b352152299bf7ead1f2317f7b8b&imageMogr2/format/webp)
/0/1838/coverorgin.jpg?v=6dd7e1e858c4f4ad6ae67d96493f396c&imageMogr2/format/webp)
/0/904/coverorgin.jpg?v=41f2cd5993d03111c7b293c23e8750e5&imageMogr2/format/webp)
/0/15045/coverorgin.jpg?v=28e7bc457d159400b666ad57f33d744e&imageMogr2/format/webp)