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Pov: Miguel
O verão chegou com um bafo quente e preguiçoso. Eu já estava há uma semana sozinho na minha casa de campo, isolada nas colinas, cercada por vinhedos e o aroma constante de lavanda selvagem. Era meu refúgio - silêncio, vinho e noites longas.
Quando meu irmão ligou perguntando se podia passar alguns dias ali com a filha, aceitei sem hesitar. "Ela acabou de fazer vinte e um", disseram, como se quisessem garantir que não haveria nenhum problema. Eu ri. "Claro, tragam ela."
Mas, confesso que nem me lembrava dela.
O carro deles apareceu numa tarde dourada, o sol pendurado preguiçoso no céu. Eles desceram sorrindo, bronzeados, com aquele jeito leve de quem já está em férias. Mas quando ela saiu do banco de trás, o ar pareceu ficar mais denso.
Ela vestia um short curto, solto, e uma blusa leve de alcinhas. O cabelo caía em ondas negras pelas costas. E os olhos... olhos que me encararam por um segundo a mais do que o necessário.
Curiosa.
Afiada.
- Essa é a Júlia - disse a mãe, rindo. - Não é mais criança, hein?
Definitivamente não era.
As primeiras noites correram tranquilas. Conversas no terraço, jantares simples e vinho demais. Júlia costumava aparecer já tarde, depois de todos irem dormir, dizendo que não conseguia pregar o olho. Se sentava comigo na varanda, às vezes descalça, os pés jogados no sofá. Trocávamos palavras leves, mas havia algo por trás. Os silêncios eram longos. Os olhares mais ainda.
Na terceira noite, o vinho nos deixou mais soltos. Eu ria de alguma piada boba, e ela passou os dedos pela borda da taça, olhando para mim como se quisesse desmontar cada camada da minha calma.
- Você sempre olha assim pras visitas? - ela perguntou, a voz baixa.
- Só quando elas me provocam, - respondi sem pensar muito.
Ela mordeu o lábio. Um gesto que parecia treinado, mas genuíno.
- Talvez eu esteja provocando.
A tensão ficou sólida entre nós. Ela deixou a taça de lado e se inclinou pra frente, a poucos centímetros de mim. O perfume dela era suave, doce, algo como pêssego com um toque de algo mais... amargo. Excitante.
- E se eu não quiser dormir essa noite? murmurou.
Minha resposta ficou presa na garganta por um segundo. Mas meus olhos disseram tudo. Eu a agarrei pela nuca, meus dedos se enroscando nos fios. Meus lábios tomaram os dela com uma fome animalesca. Nada de ternura, nada de delicadeza - era pura necessidade bruta.
O gosto dela misturado com o vinho e aquela tensão maldita me deixou em transe. Lorena gemeu, e esse som safado foi tudo que eu precisei pra puxá-la pro meu colo, minha mão enfiando por baixo da blusa sem cerimônia, agarrando um dos peitos e apertando o mamilo entre os dedos como se quisesse arrancar mais daqueles gemidos obscenos.
Ela rebolava no meu colo como uma vadia feita pra isso. Me provocando, me deixando desesperado pra enterrar meu pau naquela boceta quente. Saí da boca dela, arrastei os beijos pro pescoço, puxei o cabelo com força, obrigando-a a inclinar a cabeça e me dar mais espaço. Chupei a pele, mordi, lambi, descendo sem pressa, rasgando o caminho até onde minha mão já invadia território - tirei a blusa de uma vez, sem paciência.
Os peitinhos dela, redondos e rosados, estavam ali, implorando pela minha boca.
- Já que cê não quer dormir, vadia... vou te fazer gozar até implorar pra parar - sussurrei, antes de afundar a boca num dos seios.
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