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— Para, para, por favor, para! — eu grito desesperadamente ao ver meu pai agredindo a minha mãe bêbado. — Por favor!
— Wellington, solta ela — clama a minha mãe após meu pai me pegar pelo pescoço com força. — Ou você solta ela ou eu…
Eu vi a minha mãe parar no meio da sua fala e correr até a cozinha rapidamente a procura de uma solução de me tirar das garras do meu pai como uma mãe furiosa ao vê seus filhos em perigo, no meu caso já estou entre a vida e a morte.
A minha irmã, Ketellyn Benelli, permanece no quarto trancada após eu a ter trancado para que ela se privasse de ver tais barbaridades, ela é apenas uma garota de 16 anos e não precisa passar por isso.
— Abre aqui, o que tá acontecendo? — grita a minha irmã trancada no quarto. — Laura, por favor! abre, me deixa sair.
Eu… eu infelizmente não tenho como responder, já me falta o ar, já não ouço nem a minha própria respiração enquanto meu pai me enforca e diz: — Quem você pensa que é sua vagabunda? Agora você vai pagar por sua estupidez.
Os olhos dele lacrimejam de ódio, as veias do seu rosto parecem sair do seu corpo, ele está transformado.
Não demora muito até a minha mãe aparecer com duas facas enormes em suas mãos, atrás dela está a minha irmã.
São exatamente às 23 horas da noite, uma linda noite de domingo para alguns, para a minha família é uma noite de aflição e vai ser longa. Mas a única coisa que tentei, era não ver a minha irmã menor presenciando o que a minha mãe está prestes a fazer, ela não devia ter deixado a Ketellyn sair do quarto. Furiosamente a minha mãe se aproxima do meu pai e grita:
— Vai para o inferno!?
— Não mãe!? — implora minha irmã. — Não!
Seis meses depois. 24 de junho de 2022, às 10hs!
— Vamos, Laura, não podemos perder o voo — ouço minha mãe me dando pressas.
— Só mais um pouco, já estou indo — respondi enquanto terminava a minha carta de despedida.
New York, nunca vou me esquecer desse lugar maravilhoso, embora a minha vida foi limitada dentro dessa casa que nos últimos tempos presenciei coisas horríveis, mas deixarei essa carta para que quem for a próxima dona ou dono dessa residência fique ciente que aqui é amaldiçoado.
"Até parece que alguém vai acreditar em maldições."
Mas enfim, meu nome é Laura Benelli, minha irmã se chama Ketellyn Benelli e a minha mãe, Amanda Benelli, nesse momento estamos com as malas prontas para embarcarmos com destino ao Brasil, eu particularmente nunca fui lá, mas já ouvir falar que têm as mulheres mais cobiçadas do mundo que é o país do futebol e tem o melhor baile de carnaval de todos os tempos, espero que eu faça alguns amigos lá, a Ketellyn por exemplo está muito feliz.
— Já estou pronta — disse.
— Ok, vamos Ketellyn — disse a minha mãe chamando a Ketellyn.
— Vamos mãe — Respondeu.
Pego as malas, eu e a Ketellyn fomos na frente, logo percebo a minha mãe atrasar os passos segurando uma mochila com a mão esquerda e com uma bolsa de ombro no braço direito, as suas passadas ficam lentas e ela olha para trás por alguns segundos, que provavelmente foram suficientes para passar uma retrospectiva de tudo que aconteceu aqui, às lágrimas descem em seus olhos deixando para trás tudo o que causou dores e angústias, uma nova vida talvez esteja por vir.
— Mãe, a senhora está bem? — perguntei.
— Sim, estou ótima, temos que ir, vamos!
Em seguida entramos no carro e seguimos viagem rumo ao aeroporto, dos Estados Unidos para o Brasil é em média 14 horas de voo, então teremos uma longa jornada pela frente.
Eu me sento no canto da janela, a minha irmã no meio e minha mãe ao lado oposto.
— Meninas, meninas, acordem — disse minha mãe chamando nós.
— O que houve? — perguntei.
Me pego confusa já é noite e não faço ideia de onde estamos. Sim, verdade, Brasil! Chegamos no aeroporto do Rio de Janeiro, logo senti a temperatura aquecer o meu corpo, talvez eu estivesse me despedindo dos casacos.
Após o desembarque iremos passar a noite no hotel e quando o dia amanhecer iremos para a nossa nova casa, não vejo a hora de chegar para montar novamente o meu quarto de sadomasoquismo, ouvir dizerem que os brasileiros adoram fantasias e espero que sim.
Ao chegar no hotel escolho uma roupa de dormir como por exemplo um shortinho branco do pano fino e bem curtinho, uma blusinha branca e uma calcinha preta, ponho em cima da cama em seguida retiro aquela roupa que já não existe mais cor no meu corpo ficando só de calcinha e me enrolo com a toalha me direcionando ao banheiro.
Ligo o chuveiro e sinto a água tirando o peso de muitas humilhações sofridas durante todos esses anos, ao fechar os olhos me pego em 24 de janeiro. O dia que meu próprio pai quase tirou a minha vida.
Fecho os punhos suspendendo os dois braços, pressiono os punhos na parede, baixo a cabeça e sinto a água cair sobre o meu corpo me transmitido os últimos momentos de ódio, lembranças que a cada 24 horas me faz sentir dor.
Desligo o chuveiro, pego a toalha, como meço a me secar e visto o baby Doll, me deito na cama, logo pego no sono.
Acordo às 10 da manhã com os raios de Sol do rio de janeiro batendo no meu lindo rosto que me faz levantar e ir em direção a janela e me deparo com uma linda vista, as praias de Copacabana.
— Laura, que bom que já está de pé, vamos temos que ir. — disse minha mãe.
— Ok, já estou indo — afirmei.
Deixamos o hotel e fomos para a sonhada casa que fica aqui mesmo em Copacabana, 40 minutos depois enfim chegamos. Uma casa enorme com um pequeno jardim na frente do jeito que a minha mãe gosta, eu fiquei com os quartos dos fundos, gosto de privacidade.
Ao deixar minhas coisas no quarto volto para ajudar com as restantes coisas no carro.
— Laura, você não está se esquecendo que hoje é o aniversário de Ketellyn não, né? — indagou minha mãe desconfiada.
Está na hora de deixá-la voar, permitir ela viver, logo ela entrará na faculdade e temos que estarmos prontas, esse é o meu último semestre e o primeiro semestre dela.
Logo chega a noite, abro uma das minhas malas, retiro um par de algemas e um chicote e começo a dar voltas pelo quarto, me pego nas vezes que sempre estive sozinha, sem ninguém para brincar.
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