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Que Sorte eu te encontrei.

Que Sorte eu te encontrei.

Evesnow

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Capítulo

Nina é uma fotógrafa apaixonada pela profissão, e quando tinha 19 anos passou por um trauma que a fez mudar sua forma de enxergar a vida, tudo que ela quer é sair de sua cidade em busca de se aprimorar profissionalmente e tentar seguir em frente, e a última coisa que ela quer é um relacionamento, mas acaba se apaixonando por um CEO em outro país e no meio dessa história se vê dividida, apaixonada e ameaçada.

Capítulo 1 Perda.

-Está nevando. Disse eu baixinho para mamãe arrumando o cobertor em seu corpo, ela estava quase pegando no sono. Era inverno em Massachusetts, mamãe já estava há muito tempo nesse hospital, o câncer já havia avançado para o último estágio, ela já havia se conformado com seu fim, papai parecia ainda acreditar que aconteceria um milagre, e eu não sabia o que pensar, vivia meus dias esperando a noticia do hospital dizendo que minha mãe havia falecido.

-Eu amo a neve. Dizia ela muito fraca. -Mas sinto saudades do calor do Brasil, você deve ir lá, visitar seus avós, promete pra mim? Olhou-me ela com aquele olhar pidão.

-Prometo. Eu tinha vontade de conhecer o Brasil, estávamos planejando visitar meus avós maternos, era uma parte da minha história e herança, mas minha mãe recebeu o diagnóstico do câncer e tivemos que adiar nossa viagem.

-Vai pra casa filha, hoje não é aniversário de Emily? Me lembro de vocês terem combinado algo. E amanhã você tem aula, seu pai daqui a pouco está chegando.

-Não mãe tudo bem, eu pego a matéria com o pessoal, vou ficar aqui, festas são uma grande perda de tempo, prefiro ficar aqui... Não conseguiria estar em um lugar me divertindo enquanto você está... Não consegui terminar.

-Morrendo? Ela deu uma risada. -Nina, não quero que deixe de fazer suas coisas, tem um futuro pela frente, você está viva e saudável, não quero que pare sua vida por mim, eu vou morrer isso é um fato que não podemos mudar, combinamos de não tornar o assunto morte em tabu, já conversamos sobre isso, mas sua vida vai e deve continuar, você acabou de entrar na faculdade, é jovem, linda, tem seus amigos... Senti que ela fazia um esforço maior para falar. -Me promete que não vai ficar sofrendo por longos anos?Não deixe o luto te abraçar por muito tempo, cuide de você, cuide do seu pai, vá para festas, se divirta cometa erros, acerte, dê tudo de si nos seus estudos, na sua carreira, viva minha filha, e me promete se apaixonar? Amar alguém que te ame e te faça sentir borboletas no estômago, promete pra mim, e eu posso ir em paz.

-Mãe... Por favor, não vamos falar disso agora, me apaixonar é a última coisa que eu tenho em mente, como você disse senhora, eu acabei de entrar na faculdade, só quero focar nos meus estudos e as borboletas devem ser livres para voar por ai, a senhora sabe muito bem que não acredito nessas histórias, eu já saí da adolescência faz tempo.

-E que horas minha filha? Meu tempo está acabando, eu preciso ter essa conversa com você agora, deixar meus últimos e sábios conselhos, eu preciso que você me prometa que vai pelo menos tentar... Está tudo bem ser feliz.

-Não, não está não, não sei se posso te prometer isso mãe... Como vou ser feliz sem ter você aqui pra compartilhar, ser feliz sem ter uma parte da minha felicidade... Você não pode... Minhas lágrimas caiam como ela conseguia falar essas coisas?

-Ei vem aqui. Ela me chamou e eu me aproximei sentando na cama. -Eu sei que não é justo, mas a vida é assim, toma da gente pessoas que amamos quando menos esperamos, não imagino a dor que você seu pai irão enfrentar, eu não vou estar aqui para poder curar essa dor, nem sempre a vida é justa, mas eu vivi uma vida boa, ela me deu seu pai e você, meus alunos, mas agora ela me deu isso. Apontou para si. -Precisamos estar preparados para isso também minha filha, a gente precisa estar preparado para perder às vezes, eu não queria ir, mas essa é minha condição agora... Eu estou sofrendo filha, eu sinto tanta dor, todos os dias... Chega de remédios, chega de quimioterapia, eu... Só quero descansar... Mas eu sei que a paz que quero pra mim vai ser o sofrimento para vocês... E eu sinto tanto Nina, sinto tanto que vocês tenham que lidar com a dor, com a saudade, mas eu quero ir sabendo que vai ficar tudo bem, que vocês vão encontrar uma forma... Vocês precisam seguir em frente e viver, eu vou torcer por você e pedir a Deus que ilumine seu caminho, eu posso não estar mais aqui, mas vou esta aqui. Disse apontando para minha cabeça. -E... Aqui. Disse colocando a mão no meu coração. -Eu vou estar na brisa leve do vento, na sua canção favorita, no sorriso que seu pai der pra você, nas suas lembranças... Eu te amo querida e quero que você seja feliz, você precisa ser feliz. Abracei ela o mais forte que pude e acabei adormecendo nos braços dela.

Na manhã seguinte ela me convenceu a ir para a faculdade, depois de muita chantagem emocional eu finalmente cedi, assisti ao primeiro tempo sem prestar muito atenção, meu coração estava apreensivo, estava decidida a voltar para o hospital assim que acabasse o primeiro tempo de aula e pegaria o rosto da matéria com alguém, foi quando o reitor apareceu na sala, e falou algo com meu professor, ele me olhou e lá estava a expressão na cara dele, eu sabia, sabia de alguma forma, minha mãe havia partido.

-Senhorita Gianinna, pode me acompanhar, por favor? Eu levantei segurando minhas lágrimas; tremendo um pouco arrumei minhas coisas e fui com ele em silencio até a sua sala.

-Gianinna, olha... Eu sinto muito, seu pai acabou de ligar... Pediu pra você esperar por ele aqui, fique o tempo que precisar na sala... Bom... Saiba que a universidade vai te dar todo suporte, você pode tirar quanto tempo precisar. Por que ele não conseguia falar? Era só falar.

- É minha mãe não é senhor?Ela morreu. Falei por ele.

-Eu sinto muito. Confirmou com a cabeça. -Seu pai está vindo para te buscar.

E não ouvi mais nada do que ele disse, só fiquei lá sentada deixando as lágrimas escorrer pelo meu rosto, tenteando imaginar se teria força para levantar dali, eu não sabia o que fazer minha melhor amiga, um dos meus alicerces, minha mãe havia me deixado.

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