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Por três anos, eu acreditei que tinha o casamento perfeito com meu marido, Guilherme, e um laço inquebrável com minha melhor amiga, Carla.
Essa ilusão se despedaçou quando encontrei um vídeo escondido no nosso notebook, guardado numa pasta chamada "Lembranças".
O vídeo mostrava os dois juntos num quarto de hotel, se beijando, seus corpos entrelaçados. Ouvi meu marido prometer à minha melhor amiga que nunca me amaria de verdade, que eu era apenas uma responsabilidade que ele tinha que carregar.
Ele era o homem que jurou que nunca me trairia. Ela era a mulher que um dia salvou minha vida. O relacionamento inteiro deles, a falsa implicância, tudo não passava de uma encenação elaborada para esconder o caso bem debaixo do meu nariz.
Mas quando ele me deixou soluçando no chão para correr até ela depois de um falso acidente de carro, algo dentro de mim finalmente quebrou.
Eu os encontrei abraçados, e com o som do meu tapa estalando em seu rosto chocado, eu fiz uma nova promessa.
"Vamos nos divorciar."
Capítulo 1
PONTO DE VISTA DE BRUNA:
O arrepio gelado que percorreu meus ossos não tinha nada a ver com o ar-condicionado. Meu corpo tremia sem parar, um tremor que começava no fundo da minha alma e se espalhava até a ponta dos meus dedos e meu queixo. Eu me abracei, mas não adiantou nada. O frio estava dentro de mim. Estava em toda parte.
Eu me obriguei a assistir de novo. A tela brilhante do meu notebook, o nosso notebook de casa, me mostrava o impensável. Era um vídeo, escondido numa pasta que eu não deveria encontrar, uma pasta com o simples nome de "Lembranças". Minhas próprias lembranças estavam sendo reduzidas a cinzas a cada segundo daquela gravação.
Guilherme, meu marido, entrou no quarto. Era o quarto deles, não o nosso. Um quarto de hotel, ou talvez algum outro lugar. Carla, minha melhor amiga, já estava lá. Ela ergueu o olhar, um sorriso se abrindo em seu rosto que agora eu reconhecia como doentiamente íntimo.
"Demorou, hein?", Carla ronronou.
Guilherme riu, um som baixo que antes me dava borboletas no estômago, mas que agora o revirava com bile. "Não podia dar na cara, né? Você sabe como a Bruna é." Ele piscou. Uma piscadela para ela, não para mim.
Minha respiração falhou. Ele sempre interpretou o papel tão bem.
Carla revirou os olhos, mas seu olhar permaneceu nele, possessivo e faminto. "Ela é tão ingênua. Você realmente acha que ela não desconfiaria de nada, mesmo depois de todo esse tempo?"
Guilherme deu de ombros, aproximando-se. "Ela confia na gente. Confia em você." Ele estendeu a mão, traçando a linha do braço de Carla. "Chega de falar disso. Vem cá."
Meu estômago despencou. Eu sabia o que estava por vir. Eu já tinha visto uma vez, e agora, me forçar a assistir de novo parecia uma forma perversa de autotortura. Meus olhos ficaram turvos, mas eu não ousei desviar o olhar. Eu tinha que ver tudo. Cada detalhe horripilante.
Carla não hesitou. Ela jogou os braços ao redor dele, puxando-o para um beijo. Um beijo longo, profundo, inegável. Era um beijo que pertencia a amantes, a pessoas que compartilhavam uma história, um futuro. Um beijo que nunca foi feito para eu ver. Aquilo espremeu o ar dos meus pulmões.
A tela continuou a tocar, mostrando-me coisas que nenhuma esposa jamais deveria testemunhar. Coisas com meu marido. Coisas com minha melhor amiga. A imagem me atingiu, crua e brutal. Foi como assistir meu mundo inteiro se estilhaçar em um milhão de pedaços, cada um perfurando minha pele.
A dor era tão profunda, tão avassaladora, que parecia que minha própria essência estava sendo arrancada. Meus joelhos cederam. Eu desabei no chão gelado do banheiro, o notebook ainda brilhando com a traição deles na minha frente. Eu queria gritar, mas nenhum som saía. Era uma implosão silenciosa e agonizante.
Por que eu me sentia tão culpada? Por que essa dor parecia um castigo por algum pecado desconhecido que eu cometi? Era doentio, distorcido e absolutamente sufocante.
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