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No nosso quinto aniversário de casamento, meu marido, Rogério, me pediu para assumir a culpa por um escândalo de sua amante.
Ele queria que eu confessasse publicamente que a mulher em um vídeo íntimo que vazou na internet era eu, e não Isabella, sua amante. A história que ele me contou era que Isabella havia sido sequestrada e abusada, e que a divulgação do vídeo arruinaria sua vida frágil.
Mas o verdadeiro golpe veio em seguida. Ele exigiu que eu abortasse nosso filho de três meses.
"A Isabella também está grávida" , ele gritou. "O estresse pode fazer mal ao bebê dela!"
Quando me recusei, ele trouxe a amante para morar em nossa casa. Ela me provocou, fingiu uma queda e me acusou de empurrá-la. Cego de raiva, Rogério me agrediu, sem se importar que eu também estava grávida.
Pior ainda, sua mãe me sequestrou do hospital e me trancou em um salão ancestral abafado, me deixando sangrar até eu perder nosso filho.
Eu sacrifiquei minha família e minha herança por ele, e em troca, ele e sua família destruíram tudo o que eu tinha, inclusive a vida inocente do nosso bebê.
Destruída e sozinha na cama de uma clínica clandestina, peguei o celular e disquei um número que jurei nunca mais usar.
"Pai... preciso de você."
Capítulo 1
Celina Mascarenhas olhou para o homem à sua frente, o mesmo homem com quem se casara há cinco anos. Rogério Nunes, o magnata da construção que ela amava mais do que a própria vida.
Mas as palavras que saíram da boca dele foram frias e cruéis.
"Celina, você precisa assumir a culpa."
Ela ficou em choque. "Assumir a culpa? Pelo quê?"
Ele evitou o olhar dela, a voz impaciente. "Pelo escândalo do vídeo da Isabella. O vídeo que vazou... ela foi sequestrada, Celina. Humilhada. Aquele homem... se isso se espalhar, a carreira e a vida dela acabam. Você precisa dizer que era você no vídeo, que o homem era seu amante."
Isabella De Macedo. A famosa influenciadora, a amante do seu marido. O nome dela era uma ferida aberta no coração de Celina.
"Você quer que o mundo inteiro pense que eu sou uma adúltera para salvar a reputação dela?" A voz de Celina tremeu. "Rogério, e a minha reputação? E o nosso casamento?"
"A Isabella é um anjo, Celina. Pura. Ela não sobreviveria a um escândalo desses. Você é forte. Você sempre foi."
Celina quase riu. Forte. Era essa a desculpa dele sempre que exigia um sacrifício dela. Como quando ele precisou de dinheiro para um grande projeto e ela, sem contar a ele sobre sua verdadeira família, vendeu as joias que sua mãe lhe dera. Ele a chamou de forte naquela época também. Ele a via como uma rocha, inabalável, enquanto Isabella era uma boneca de porcelana que precisava ser protegida a todo custo.
"As pessoas vão acreditar", continuou ele, alheio à dor dela. "A mulher no vídeo está de perfil, a iluminação é ruim. E, para o seu azar, você e a Isabella têm uma certa semelhança de lado. Ninguém vai questionar."
"Então eu devo ser humilhada publicamente para que a sua amante fique bem?" , ela perguntou, a voz tremendo.
"Por favor, Celina. É só por um tempo" , ele pediu, tentando segurar a mão dela.
Ela recuou, um sorriso amargo no rosto. "Um tempo? E o que mais você quer de mim? Que eu peça desculpas a ela?"
"Eu não estou pedindo para você gostar disso. Estou pedindo para você fazer o que é necessário."
Ela olhou para o rosto dele, o mesmo rosto que ela amou por tanto tempo, e sentiu um calafrio. Aquele homem parecia um estranho. Onde estava o Rogério que prometeu protegê-la para sempre? Ele havia sido consumido por essa obsessão doentia por Isabella.
"Para salvar a reputação dela... à custa da minha?"
"Ela não é como você, Celina. Qualquer coisinha a abala. O médico disse que ela está com depressão profunda por causa disso. Você sabe lidar com a pressão."
A raiva finalmente explodiu. "E eu? Eu mereço ser sacrificada? Eu mereço essa humilhação?"
"Não é um sacrifício, é uma estratégia. Depois que a poeira baixar, tudo volta ao normal."
Celina balançou a cabeça, sentindo as lágrimas quentes escorrerem. Ele não entendia. Ou não se importava.
Então, ele deu o golpe final.
"E... você precisa interromper a gravidez."
O mundo de Celina parou. O ar sumiu de seus pulmões. Ela levou a mão à barriga, onde seu filho de três meses crescia.
"O quê?"
"O escândalo vai explodir, e as pessoas vão questionar a paternidade do seu filho. Não podemos arriscar. Isabella está no limite, ela precisa de todo o meu apoio. Eu não posso lidar com um bebê agora."
A voz dela saiu como um sussurro rouco. "É o seu filho também, Rogério."
"A Isabella também está grávida!" , ele gritou, o rosto vermelho de raiva. "O estresse pode fazer mal ao bebê dela! Ela é sensível!"
Celina parou de respirar. Tudo ficou em silêncio. Então, uma risada baixa e quebrada escapou de seus lábios, misturada com as lágrimas. O amor de sua vida estava pedindo que ela matasse o próprio filho para proteger o filho de sua amante. A ironia era tão cruel que beirava o absurdo.
"Tudo bem" , ela disse, a voz vazia. "Eu faço."
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