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Tudo o que o magnata grego desejava era... seu filho.
Após um casamento relâmpago com Angolos Constantine, Georgie estava grávida e certa de que ele ficaria encantado. Mas, em vez disso, ele a mandou "sair de sua vida e nunca mais voltar". E foi exatamente o que ela fez. Assim, ele jamais viu seu filho... até agora.
Angolos não achava que pudesse ter filhos... e não está preparado para deixar seu pequeno milagre escapar. Mesmo que Georgie pareça odiá-lo, ele terá o que considera seu... a qualquer preço.
CAPÍTULO UM
- Claro que eu sabia que não ia durar.
Aquelas palavras fizeram Georgie parar de repente e voltar quatro anos no tempo.
Para a maioria das pessoas, aquele fora um verão dos mais quentes, no qual a Inglaterra fria e úmida deleitou-se com temperaturas tropicais. Para Georgie, aquele fora o verão em que sua vida mudara.
Na ocasião, ela estava com apenas 21 anos, era uma tí¬pica estudante curtindo as férias de verão antes de voltar à faculdade, na qual cursava o último ano. Seus únicos planos envolviam a desejada carreira de professora e o carro que estava economizando para comprar.
No período letivo anterior, fora parada na rua por uma mulher com uma prancheta na mão, que fazia uma pesquisa para um programa de televisão.
- Você acredita em casamento?
- Eu não desacredito.
- Então você se casaria? - pressionou a entrevistadora.
- Eu...? Ah, sou muito nova para pensar nisso. - Georgie riu. - Quero me divertir antes de me amarrar.
Em pouco mais de três meses, ela estava se casando com um homem a quem conhecia fazia menos de um mês.
E, sim, sua avó disse que não iria durar, mas ela não estava sozinha nisto! Seria difícil achar alguém que achasse que aquele casamento era boa idéia!
Georgie, alheia por completo, sorriu serenamente ao ouvir todas as reprimendas e ignorou as previsões de desastre. Pelo menos a oposição fortalecera sua decisão, fazendo-a parecer de certo modo mais romântica.
Os lábios dela se curvaram num sorriso irônico ao se lembrar do futuro idílico que veria à sua frente.
- Mamãe...!
Georgie afastou as memórias que a atormentavam e se voltou para o menininho que queria mostrá-la algum tesou¬ro que trazia em sua mãozinha gorducha. Ele sorria para ela com seus longos cílios negros, cabelos cacheados brilhantes e bochechas rosadas.
Nem tudo que vinha de seu imprudente casamento era negativo. Georgie tinha Nicky, seu bebê. Na verdade, ele não era mais um bebê, pensou ela melancolicamente, en¬quanto exclamava os "oh" e "ah" que o menino esperava.
Quando Nicky voltou para sua brincadeira - ele era uma criança realmente feliz e bem-disposta -, Georgie bateu as sandálias com força na mesa de ferro do terraço.
Não teve o efeito desejado. Entretidas demais na conver¬sa, as duas mulheres lá dentro continuaram alheias à sua presença.
Era tudo de que eu precisava! Um lugar de camarote para a dissecação do casamento do inferno! Georgie podia ter-lhes poupado o trabalho: "péssima idéia" resumia a história.
- Estavam juntos fazia muito tempo?
Georgie reconheceu o sotaque típico de Yorkshire de Ruth Simmons, uma diretora de escola aposentada e aficionada em observação de pássaros que havia alugado a casinha ao lado da dela durante o verão.
- Seis meses.
O modo como a avó lhe disse isso fazia soar como uma condenação.
- Acha que existe alguma chance de reconciliação? Quem sabe se eles dessem mais tempo ao tempo... se tentassem outra vez...?
- Tentar... para quê?
Georgie encostou a testa ao umbral da porta e, sem per¬ceber, começou a raspar com o dedo a tinta que estava descascando. Ela dificilmente pensava como a avó, mas, desta vez, concordava inteiramente com seu ponto de vista. Ela poderia passar a vida inteira tentando ser o que Angolos queria e, mesmo assim, não conseguiria satisfazê-lo.
No final, contudo, quem quis se separar não foi ela.
Angolos terminara. E o fizera com brutal eficiência, mas ela refletiu que, afinal, Angolos não era do tipo que deixava as coisas pela metade, e não era nada sentimental.
- Poderiam tentar até o fim dos tempos que o resul¬tado seria o mesmo - ela ouviu Ann, sua avó, dizer com autoridade.
- Mas seis meses... pobre Georgie...
A tristeza sincera na voz daquela mulher fez Georgie ficar com um nó na garganta. Não houve muita compreensão para com ela quando resolveu engolir o orgulho e bater na porta do pai. Ouviu todos os "eu te avisei" e "quem procura, acha" que podia. Porém, nada de solidariedade.
- Era apenas questão de tempo para aqueles dois se sepa¬rarem. Questão de quando ele ficasse entediado ou quando ela acordasse para a realidade de que ambos viviam em mundos diferentes. Melhor assim. Ele só estava de brincadeira.
Na época, pareceu bastante verdadeiro para ela, mas talvez vovó estivesse certa. Você estava de brincadeira, Angolos? Às vezes, só queria poder ficar no mesmo recinto que ele por cinco minutos para fazê-lo responder por que ele fizera o que fizera.
- Tudo indica que a primeira esposa fez gato e sapato dele... Linda, impetuosa, fogosa... Aparentemente, ela podia ter feito uma carreira de sucesso como pianista se tivesse se dedicado aos concertos com a mesma energia com que se dedicava às festas.
- Na minha opinião, após o divórcio ele estava procu¬rando por uma nova esposa para ter uma vida calma... Infe¬lizmente, escolheu Georgie. Era inevitável, a novidade acabar quando ele se cansasse de ser certinho.
Não fazia muito bem ao ego ouvir alguém falando sobre você como se falasse de um capacho. Era triste, mas Georgie não podia rebater o que ouvia. Fora patéti¬ca na ânsia de agradar, e era muito difícil relaxar, ser ela mesma, ao lado de alguém que idolatrava - e ela de fato idolatrara Angolos.
- Acho que você está sendo injusta com Georgie - pro¬testou Ruth. - Ela é uma menina brilhante e inteligente.
Georgie encostou-se à parede, sorrindo sozinha. Obri¬gada, Ruth.
- Claro que é, mas... veja, deixe-me mostrá-la isto. Georgie ouviu um barulho de papel e soube de imediato o que a avó estava fazendo.
- Isto estava no suplemento do jornal do último domin¬go. Isto é Angolos Constantine.
Georgie sabia o que ela estava mostrando. Vira a revista antes de a avó escondê-la debaixo das almofadas no sofá. Era uma foto de duas páginas de Angolos saindo de um carro com chofer direto para o tapete vermelho de uma estréia cinematográfica. Ao lado dele, estava Sônia, sua glamourosa ex-esposa. Será que eles tinham voltado...? Boa sorte para eles, pensou Georgie com raiva. Eles se mereciam.
- Minha nossa! - ela ouviu a outra dizer. - Ele é mesmo bem... sim, muito! Dizem que os opostos se atraem... - acres¬centou.
Valeu a tentativa, Ruth.
- Há opostos... e há Angolos Constantine e minha neta.
Um sorriso amargo veio aos lábios de Georgie. Sempre podia contar com a avó para um toque de realidade.
- Sempre foi uma idéia absurda. Ela jamais se encaixaria no mundo dele, e eles não tinham absolutamente nada em comum, a não ser, talvez... - Ann Kemp abaixou a voz para um sussurro confidencial. Tinha um tom pesado, típico de atrizes amadoras.
- Sexo! Ou amor, como minha neta preferia chamar. Eu, pessoalmente, acho que a culpa é daqueles romances que ela ficava lendo na adolescência.
- Eu também gosto de um bom romance - disse a outra.
- Sim, mas você não é nenhuma moça jovem, tola e impressionável que espera que um cavaleiro em uma bri¬lhante armadura venha lhe salvar.
- Posso não ser jovem, mas não perdi de todo as es¬peranças.
Georgie não escutou a resposta seca. Um ar distraído tomou conta de seus traços suaves en¬quanto ela esfregava os braços que, apesar do calor, estavam com a pele arrepiada. Seus músculos do baixo ventre se contraíram. Ela apertou os olhos com força para apagar a imagem que lhe veio à mente, mas ela, assim como Angolos, se recusava a atendê-la, ou sequer a atender a suas súplicas, ela pensou com amargura, Desnorteada e com medo, acabou perdendo toda a dignidade e implorou que ele pensasse melhor. Não era possível que ele quisesse que ela fosse embora. Os dois eram felizes, iam ter um filho.
- Diga o que há de errado - pediu Georgie.
Angolos não disse nada. Apenas fixou seu olhar soturno, brilhante e duro como um diamante, nela.
Estranho como uma decisão podia afetar o curso da vida de uma pessoa.
No caso, se Georgie não tivesse dado ouvidos ao meio-irmão, que pedira para levá-lo à praia... Na verdade, ela pretendia se aninhar em uma poltrona e ler o último capítu¬lo de um livro. Se tivesse feito isso, jamais teria conhecido Angolos. Não que adiantasse ficar especulando naquele momento sobre o que poderia ter sido. Mas acaba-se sobrevivendo de qualquer forma, e Georgie pensou, com toda a modéstia, que não estava se saindo tão mal. Tinha uma boa carreira, alugara um apartamento, tinha um filho lindo. Uma amiga solteira dissera recente¬mente que não entendia como ela conseguia dar conta de ser mãe solteira de filho pequeno e trabalhar fora o dia inteiro em um emprego que exigia tudo de si.
- Não consigo imaginar minha vida sem Nicky. É por isso que dou conta - explicou Georgie. Era verdade, mas a amiga não acreditou em uma palavra sequer.
O fato de não haver um homem em sua vida era questão de escolha. Não que ela tivesse descartado a idéia de encontrar alguém, mas não conseguia imaginar isto acontecendo.
Às vezes, tentava imaginar outro homem tocando-a do jeito que Angolos tocara. Era um erro. Os nervos todos doíam só de pensar naqueles dedos longos em sua pele.
Angolos lhe causara muita dor.
Quando não estava pensando em como Angolos lhe causava dor, estava pensando em que tipo de pessoa teria sido se jamais o tivesse conhecido. Será que ainda seria tão ingênua e crédula como fora naquele verão?
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