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Destiny POV
Olhei para aquelas pessoas que estão chegando na matilha, seus uniformes tão perfeitos, em cores vermelho vibrante, azul escuro e um toque de prata… Tão organizados e que se moviam em harmonia.
Sorri de canto, achando tudo irônico, eles podiam ter vindo antes não é mesmo? Mas só tinham vindo agora… Agora que nosso Alpha morreu e o nosso Beta está em estado critico…
Eu quero correr, quero sair desta lugar, as paredes parecem diminuir e minha respiração aumenta, mas tento me controlar, afinal de contas, do que valeria eu entrar em panico agora?
Nada, eu não conseguiria absolutamente nada, mas eu não preciso ficar aqui para ver esta encenação, afinal de contas meu status como guerreira havia sido retirado há muito tempo. Afastei-me e deixei minha aura desaparecer aos poucos, simplesmente me esgueirando para longe daquele lugar.
Além do mais eu não tenho o que falar, simplesmente é isso, eu não tenho mais voz, não tenho mais poder de decidir nada e muitas pessoas me consideram uma parea. Afinal eu ainda estava viva, como eu podia estar viva?
Deixei meus passos me levarem até minha casa que já estava vazia, a única coisa que fico feliz é que minha irmã vai ter mais chances de chegar a vida adulta. Então pelo menos isso era positivo.
Entrei naquela casa de apenas um comodo, afinal era o que tinha sobrado para mim, minha irmã dormia junto comigo perto da lareira, enquanto do outro lado da lareira ficava os utensílios de cozinha, o chão tinha um grande tapete macio de peles de ursos. Nas paredes tem alguns quadros meus e de minha irmã.
Ao lado da cama tem um bau onde ficam as minhas roupas e do lado dele tem um pequeno altar que construí, há um pequeno chifre, um pequeno cetro e um cachorro de três cabeças, colocados lado a lado, a frente tem uma pequena bacia com algumas ervas e algumas pétalas de narciso. Pego o fosforo que tem ali e acendo aquelas pétalas e me ajoelho em frente ao altar.
É difícil encontrar alguém como eu, que é uma Filha de Hades, mas eu nunca fugi ou fingi que sou outra pessoa, ao contrário, foi minha fé em meu Pai que me ajudou a sobreviver ao Grande Ataque.
‘Pai, peço que me guie, me dê forças e sabedoria para conseguir seguir.
Peço que me dê paciência para enfrentar estes novos desafios.
Peço que me ajude a seguir e encontrar uma Nova Casa.’
Repeti aquela prece várias vezes em minha mente, sem nunca minha voz ser ouvida.
Não é algo fácil para mim me afastar e ir para outro lugar, simplesmente porque eu sei que não vou ser aceita, mas tudo bem, eu só preciso ter certeza que minha irmã vai ficar bem.
Eu sei me defender e vou conseguir viver sozinha, como Rougue. Então tudo bem, eu posso sentir a paz que minha prece me traz.
Está tudo bem se eu não ficar ao lado de minha irmã, o importante é que ela fique bem e segura. Eu vou sobreviver, vou continuar existindo até que seja o momento certo e que Thanatos venha me encontrar para me levar ao tribunal em frente aos três Juizes.
Quando termino minhas orações eu escuto uma batida na porta, me levanto, tiro a poeira que tinha se acumulado em minha saia, subindo a mão e verificando seu minha roupa está no lugar e então arrumo o laço do capuz que cobre meu rosto, percebo que está tudo no lugar e ando até a porta.
A abro e vejo que do outro lado tem dois soldados, um deles tem cabelos negros, curtos, encaracolados, a pele branca e com algumas cicatrizes do lado direito do rosto, enquanto o outro era bem parecido só de cabelos castanhos claros e não com tantas cicatrizes.
“Você está sendo convocada.”
O de cabelos negros fala e dá as costas, eu sei que eles estão desconfortaveis, principalmente porque não conseguem olhar para o meu rosto por muito tempo. Começo a andar atrás deles, seguindo-os até voltarmos para o galpão em que os sobreviventes desta matilha estão reunidos.
Chegando perto eu consigo sentir o cheiro de minha irmã e vou até ela. Ela é uma criança de 7 anos, cabelos pretos bem parecidos com os meus, que descem até sua cintura, mesmo estando amarrados em um rabo de cavalo, ela está usando uma roupa simples, uma calça jeans, um tenis preto e uma blusa pesada de inverno. Seu sorriso sempre me enche de felicidade, pois é puro.
Ela corre até mim e a abraço apertado, ela me dá um beijo na bochecha esquerda e então a coloco no chão. Aqueles que um dia chamei de companheiros nem ligam mais para mim ou para minha irmã e não me surpreende que ela é a única que me cumprimenta.
“Agora que estão todos aqui.” A voz de um homem ecoa e ergo o rosto para ver quem era. “Podemos começar. Eu me chamo Kaiden Bellini, sou o Gamma da Matilha SilverRage.”
Eu posso ver claramente quem ele é e um sorriso de canto de forma em meus lábios, quantas pessoas já o tinham visto sem aquela máscara? E enquanto estou analisando percebo que seu olhar recai sobre mim, não porque ele havia percebido algo, mas sim porque seu lobo o tinha avisado.
Na aparência externa Kaiden tem cabelos loiros, curtos, muito bem penteados, em um corte típico militar, seu nariz e queixo são mais quadrados, há algumas linhas de cansaço ao redor de seus olhos que tem um tom acinzentado, seu corpo é bem esculpido, não muito grande e nem muito fino. Alguém que sabia que não precisa ter músculos grandes para ser forte. Ainda mais como um lobo como aquele.
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