O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
Um vínculo inquebrável de amor
Te Quero de Volta.
A ex-mulher muda do bilionário
>>>>>RICARDO<<<<<<<
17 ANOS ATRÁS…..
Com o suor escorrendo pela minha testa e meus braços envoltos do meu abdômen, sigo para casa com dificuldades para respirar. Minha boca dói pelos socos que recebi e meu olho com certeza ficará roxo, minha barriga lateja me lembrando de cada chute que levei. Penso em um jeito de não contar sobre a briga na qual me envolvi para minha mãe, mas será praticamente impossível não notar o estrago que fizeram.
A caminho de casa procuro a resposta para o porquê de estar passando por tudo isso. Por que ele nunca me quis? nunca sequer nos procurou ou quis saber do que eu precisava, o que eu fiz de errado para ele nunca me querer? Essas são sempre as mesmas perguntas que invadem minha cabeça desde que entendi o que deveria ser um “Pai”. São as mesmas perguntas que faço a minha mãe, talvez se ele estivesse aqui este inferno que vivo acabaria, é cansativo ser saco de pancada dos outros e não ter quem te defenda, cansa ser humilhado e se sentir derrotado por não ter aquele que deveria te proteger e te amar.
Cada vez mais próximo de casa, só penso nas preocupações que chegar assim irão despertar em minha mãe, infelizmente apagar a tristeza e a dor que verei em seus olhos não será possível. Se ao menos ela compartilhasse comigo o que sabe sobre ele, mas ela nunca fala nada e isso só piora as coisas.
Chego em casa exausto, minha mente está cansada e meu corpo muito mais, assim que abro a porta minha mãe dona Sophie vem em minha direção já é final de tarde e ela sempre está em casa a essa hora.
— Filho, como foi a esco... Meu Deus! Ricardo, o que houve com você?
— Mãe, não foi nada ...
— Como não foi nada? Ricardo você está todo machucado, Filho. Você se envolveu em outra briga, não foi?! — Confirma o óbvio, percebo o quanto está preocupada e indignada.
— Mãe a senhora não sabe o que eu passo! Eu já disse para a senhora eu não tenho sangue de barata! Eles me humilham a todo o momento, eu estou cansado disso.
— Ricardo, quantas vezes eu já disse que você não tem que dar atenção para esses garotos riquinhos? Você já imaginou se diretora descobre ou se um desses moleques resolve contar a ela? Você ganhou uma bolsa na melhor escola para estudar filho e não para ficar brigando!
— Muito fácil para senhora falar, quando não está na minha pele. Eu estou cansando de ouvir merdas desses idiotas.
— E o que eles tantos dizem para te tirar do sério dessa maneira, hum? Para fazer você sair rolando no chão com eles feito um galo de briga?
— Eles falam da senhora Mãe! Eles falam do meu pai...
— Como assim filho... do seu pai? — Vejo temor no rosto da minha mãe e acho estranho seu comportamento.
— Mãe, eles falam que meu pai nos abandonou que ele não me quis. Que nunca terei um pai porque ninguém vai querer um filho de outro cara! Que a senhora é uma empregadinha que não tem onde cair morta.
— Filho, esses meninos não sabem nada da nossa vida. Do quanto lutamos diariamente e do quanto somos honestos, você não tem que sair brigando com eles para me defender. Eu posso ser empregada doméstica, mas isso não me diminui em nada, Rick. Nós pagamos nossas contas em dia, somos honestos em tudo que fazemos e você é um excelente aluno com notas altíssimas, um dos melhores da turma, tanto que tem bolsa integral na melhor escola.
— E quanto ao meu pai, o Alberto?
— O que tem ele? — Diz e vejo que está tentando fugir do assunto.
— A senhora não vai dizer nada?!
— Não há o que dizer. Alberto não faz parte das nossas vidas, Ricardo, acredite estamos melhor sem ele. — Isso que eu não entendo. Por que estamos melhor sem meu pai?
— Por que a senhora sempre se esquiva das minhas perguntas sobre meu pai? Droga mãe! Não vê que só quero entender por que ele não me quis.
— Filho ele não merece você.
— Eu só quero saber de onde vim mãe e entender o porquê dele simplesmente não ligar para o fato de ter um filho. — Ela me olha com pesar.
— Sinto muito meu filho, essas respostas eu não posso te dar.
Vou para o meu quarto batendo a porta com força, indignado pela surra que levei e mais ainda com a minha mãe por não compartilhar nenhuma informação sobre o meu pai. É sempre a mesma coisa, sinto que ela nunca me contará de onde vim e como meu pai era. A única coisa que sei é que se chama Alberto e tenho certeza de que nada mais saíra de sua boca, eu só não entendo porque fazer tanto segredo.
Deito-me na cama pequena que tenho em meu quarto, pensando em uma maneira de descobrir algo sobre meu pai. Porém, chego à conclusão que será muito difícil descobrir qualquer coisa, pois minha mãe chegou na cidade de São Paulo sozinha e não tinha parentes e nem amigos a acompanhando.
Entendo que os meus sentimentos podem parecer ingratidão para quem observa de fora, afinal meu pai nos largou e minha mãe teve que se virar sozinha para conseguir cuidar de mim e sustentar a casa. Sequer correu atrás dele exigir seus direitos a uma pensão, o que sei ser possível, pois conheço outros pais separados que ajudam os filhos, então sei que meu pai deveria pagar uma pensão coisa que não acontece. E apesar de ser grato por tudo que ela fez e faz por mim todos os dias, não consigo deixar de lado essa curiosidade em saber o que aconteceu para que meu pai me deixasse, ou não tivesse nem sequer o interesse em me conhecer.
Por que tenho que aturar essas humilhações constantes a respeito de um homem que eu nem ao menos sei como é ou se quer posso descrever? O que aconteceu para que nos abandonasse assim? O que o impede de procurar pela gente agora? Com esses e outros milhões de questionamentos vagando em minha mente adormeço em um sono profundo, na esperança de que ao acordar eu encontre pelo menos a resposta que eu tanto procuro. Quem é Alberto? Quem é o meu pai?!
*********
Acordo assustado, suado observando no breu dentro do meu quarto. Levanto ainda meio zonzo sigo em direção ao meu banheiro e tomo um banho gelado, é difícil apagar tudo que vivi esquecer as más decisões que tomei mesmo depois de todos esses anos ainda parecem tão vivas que doem e sangram. Saio do meu banho coloco uma box e preparo uma bebida.
Sentando na poltrona na escuridão do meu quarto penso nela, penso em como é incrível que uma atitude mal pensada muda toda o trajeto, todo curso que poderíamos seguir…
Eu sempre prezei pela minha liberdade, achava que viver intensamente era tudo que eu poderia fazer de melhor. Depois do que meu pai causou em minha vida, achei que não merecia a dádiva de ter alguém só para mim. Que esse sentimento magnífico que tantos sentem não era o que eu precisava e que eu poderia continuar vivendo de cama em cama sem preocupações, pois a única vez que me envolvi com alguém também não tive uma boa experiência. Então eu segui vivendo... mergulhando de corpo em corpo, vivendo no limite de cada momento e sabendo que tudo era passageiro e que quando o dia amanhecesse aquele corpo quente ao meu lado só seria mais um no meio de tantos outros com os quais estive, e eu estava feliz assim era isso que tinha escolhido e era isso que queria.
Então a vida da forma mais filha da puta possível, me apresenta um furacão em forma de mulher. Ela parece uma menina, mas não se enganem com a carinha dela, ao contrário do que aparenta é uma mulher feita e uma das mais sedutoras das quais estive. Audaciosa. Forte. Determinada, nada a amedronta. Eu nunca tinha conhecido ninguém como ela. Ela veio me tirar do eixo, com seu nariz empinado, suas respostas expertas e sua boca suja, boca essa que beijei incontáveis vezes … Como uma sereia que com o canto encanta, envolve e cativa. Ela me enfeitiçou consumindo cada célula do meu corpo. E o pouco que experimentei ao lado dela foi maior do que qualquer coisa vivida com outra pessoa.
O problema é que quando se está acostumado a viver na solidão as chances de estragar a única coisa bonita que aparece em sua vida são muito grandes e foi o que aconteceu comigo. Ao me deparar com uma situação fodida pedir o controle. Porque naquele momento simplesmente deixei de pensar e racionar como deveria, passei a agir no automático e como sempre passei por cima de tudo que estava a minha frente, sem me importar com quem estava no caminho.
E foi assim que há perdi, já se passaram alguns longos e intermináveis meses desde que há vi pela última vez, mas nada que eu faça me faz esquecer de cada detalhe do que vivemos. Nada tira ela da minha cabeça, seu cheiro está empregado em mim, o gosto da sua boca ainda está na minha língua, quando fecho os olhos é ela quem eu vejo. Na escuridão do meu quarto são os seus gemidos que veem ao meu ouvido.
“Que porra de sensação é essa”
“Que merda de sentimento confuso”
Ao mesmo tempo em que a odeio por sequer atender minhas ligações, por não me dar uma chance de conversar, sinto falta das conversas, de ter ela por perto, das risadas, das maluquices e do gosto da sua pele quente. Já são meses sem conseguir esquecer essa diaba e é engraçado como nunca me imaginei sentindo dor por alguém, mas a falta que sinto dela me causa esse sentimento, é como se um enorme buraco tivesse se formado em meu peito.