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DARK
Minha vida nunca foi a melhor do mundo, mas sempre dei um jeito de ajeitar as coisas. Era uma merda ser mulher na minha antiga casa, isso machucava a mim, minha irmã e mãe.
Não sei se Deus estava me punindo por algum erro na vida passada. Fui uma menina de fé, apesar de tudo, mas quanto mais rezava, mais ira causava ao demônio que me aprisionava no escuro.
Quando criança, sonhava em ser medica, ajudar as pessoas e ser uma boa mãe. Claro, isso foi antes de descobri que sonhos são para os fracos ou os que têm mais sorte, pois no meu mundo, os sonhos eram pesadelos.
Depois de perder tudo, trabalho e o pouco de dinheiro que tinha, meu pai, ou progenitor, se transformou em Satanás em sua personificação. Se sucumbiu ao álcool, gastou o pouco que minha mãe ganhava com bebida, e transformou nossa casa em uma câmara de tortura.
Dizem que os pais são os heróis das crianças, o meu, era o vilão e eu tive que ser forte, ou criar algo forte para nos livrar dele.
Nos meus dez anos fui diagnosticada com TDI, transtorno dissociativo de identidade. Um dia era a Roseli, uma menina chorosa e fraca que rezava para Deus, clamando por uma ajuda divina, e no outro, era a Rose, uma garota dissimulada, que usava sua inteligência para manipular todos, inclusive aquele que tanto a machucava.
Foi uma alternativa para fugir da realidade. Enquanto minha mãe e irmã sofriam na gaiola que ele criou, Rose andava livre pela casa, o ajudando como podia, mas não por ama-lo ou por aceitar a sua nova vida, mas esperando o momento certo para atacar.
Sim, desde criança sou uma assassina, esperei muito por algo bom e glorioso, onde me salvaria e apagaria todo o mal, mas o que obtive foi uma alternativa vinda do próprio diabo. Muito antes de tudo isso acontecer, eu adorava documentários de crimes e muito mais.
Isso era demais para uma criança, mas quando se era pobre e essa era única alternativa de assistir algo, não tinha como mudar a rotina, pois era a programação que meu progenitor gostava de assistir.
O que ele não sabia era que me mostra desde cedo imagens e vídeos explicando como se torturava ou matava uma pessoa seria um perigo para ele mesmo.
O demônio que crescia dentro de mim apenas observava, ansiava pela hora de saber mais e mais só para usar esse conhecimento contra aquele que a machucava.
Viver era uma tortura, ser abusada por um nojento como ele era punição demais para alguém com tão pouca idade. E aos poucos ele foi apagando da história a menina boa e doce que nasceu no corpo que ele usava.
Talvez o pior não fosse fingir que o amava, mas esperar. Quando Rose estava no comando não existiam sentimentos bons, só ódio. Esse rancor foi usado no dia em que finalmente alguém ligou para a polícia e eles resolveram verificar como os Mendes viviam naquela pequena casa imunda.
Até hoje eu não sabia quem fez a ligação, mas me deu a oportunidade de usar isso a meu favor. O homem ficou histérico por conta do álcool, não conseguia pensar direito, porém, eu conseguia.
Quanto mais perto a polícia estava de nós, mais se aproximava da hora em que eu o mataria, e assim que minha voz pode ser audível, eu gritei, mas não para tentar fugir ou realmente pedir socorro, isso era parte do plano que bolei naquele momento.
A faca que ele usava para ameaçar minha mãe, estava em cima da mesa. Era linda e reluzente, conseguia me ver refletida nela e foi uma alegria poder mancha-las com o sangue daquele homem.
Ele resistiria e já estava esperando por isso. Apesar de ser forte, não aguentava dor. Como era pequena e ele não estava esperando por isso, então foi fácil dar os primeiros golpes no peito e na barriga. Ele tentou de defender e me fazer parar, isso deixou a minha pele marcada, mas era uma boa justificativa.
A melhor parte de tudo isso foi olhar em seus olhos de pavor e senti a sua dor, a decepção e consequência de tudo. Ele iria para o inferna, e claro que nos encontraríamos em um futuro, mas esperava que não tão cedo.
Em um momento o homem caiu sobre mim, mas nem isso me fez parar. A sensação era boa, como se tivesse provando um doce suculento ou chegado ao orgasmo, e eu não perderia o momento, mesmo que eu soubesse que não tinha volta.
Antes que os homens de farda arrombassem a porta para entrar, eu o afastei soltando finalmente a faca. Meu corpo estava coberto por sangue, como se tivesse saído de uma banheira repleta de fluido e o gosto até me atraiu um pouco.
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