Ela e o Fogo da Vingança

Ela e o Fogo da Vingança

Gavin

5.0
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Capítulo

O cheiro de fumaça invadia meus pulmões, e o calor do fogo queimava minha pele. Eu não lutei, deixei as chamas me consumirem, assim como consumiam a casa que um dia foi meu lar. No meio do inferno, vi o rosto de Patrícia, contorcido em terror e dor, e uma última satisfação percorreu meu coração moribundo: ela morreria comigo. Era o fim justo para a mulher que destruiu tudo o que eu amava, tudo começou na véspera do vestibular. Patrícia, minha colega de quarto, a quem eu considerava amiga, me pediu para passar o feriado em minha casa. Eu, ingênua, concordei e levei a serpente para o meu ninho. Ela seduziu meu irmão, Pedro, acusando-o falsamente de agressão, destruindo seu futuro brilhante. Expulso da escola, ele foi forçado a trabalhar em uma fábrica perigosa, onde acabou morrendo em um acidente. Meus pais não suportaram a dor e se foram logo depois, deixando-me sozinha, consumida por um ódio que era a única coisa que me mantinha de pé. Peguei a gasolina e ateei fogo na casa, certa de que seria o fim. Mas, então, abri os olhos. Eu estava no meu quarto do dormitório da faculdade, meus pais e meu irmão estavam vivos. A data no meu celular me fez prender a respiração: era o dia em que Patrícia me pediu para ir para casa com ela. Eu não estava morta, eu tinha voltado. Uma segunda chance se apresentou, uma chance de salvar minha família e de fazer Patrícia pagar de uma forma que a morte pelo fogo nunca poderia. Naquele momento, a porta do quarto se abriu. Era ela, Patrícia, com seu sorriso doce e falso. "Lívia, eu estava te procurando." O pedido, as mesmas palavras, o mesmo sorriso ensaiado. "Não." Eu sabia que a ingênua Lívia tinha morrido no fogo, e em seu lugar nasceu uma estrategista.

Introdução

O cheiro de fumaça invadia meus pulmões, e o calor do fogo queimava minha pele.

Eu não lutei, deixei as chamas me consumirem, assim como consumiam a casa que um dia foi meu lar.

No meio do inferno, vi o rosto de Patrícia, contorcido em terror e dor, e uma última satisfação percorreu meu coração moribundo: ela morreria comigo.

Era o fim justo para a mulher que destruiu tudo o que eu amava, tudo começou na véspera do vestibular.

Patrícia, minha colega de quarto, a quem eu considerava amiga, me pediu para passar o feriado em minha casa.

Eu, ingênua, concordei e levei a serpente para o meu ninho.

Ela seduziu meu irmão, Pedro, acusando-o falsamente de agressão, destruindo seu futuro brilhante.

Expulso da escola, ele foi forçado a trabalhar em uma fábrica perigosa, onde acabou morrendo em um acidente.

Meus pais não suportaram a dor e se foram logo depois, deixando-me sozinha, consumida por um ódio que era a única coisa que me mantinha de pé.

Peguei a gasolina e ateei fogo na casa, certa de que seria o fim.

Mas, então, abri os olhos.

Eu estava no meu quarto do dormitório da faculdade, meus pais e meu irmão estavam vivos.

A data no meu celular me fez prender a respiração: era o dia em que Patrícia me pediu para ir para casa com ela.

Eu não estava morta, eu tinha voltado.

Uma segunda chance se apresentou, uma chance de salvar minha família e de fazer Patrícia pagar de uma forma que a morte pelo fogo nunca poderia.

Naquele momento, a porta do quarto se abriu.

Era ela, Patrícia, com seu sorriso doce e falso.

"Lívia, eu estava te procurando."

O pedido, as mesmas palavras, o mesmo sorriso ensaiado.

"Não."

Eu sabia que a ingênua Lívia tinha morrido no fogo, e em seu lugar nasceu uma estrategista.

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Oito anos de casamento. No dia do nosso aniversário, Pedro Silva me presenteou com novecentas e noventa e nove rosas vermelhas, quase sufocando a sala com seu perfume. Qualquer outra mulher choraria de emoção, mas meu coração estava frio como uma pedra de gelo, afinal, eu acabara de receber alta do hospital após uma cirurgia. Disquei o número dele e uma jovem atendeu, a voz de Ana, sua secretária, chorosa e acusatória: "Dona Silva... me desculpe... foi tudo culpa minha." Ao fundo, a voz de Pedro, terna e consoladora: "Não chore, não foi culpa sua. Fique tranquila, eu resolvo." Minutos depois, ele finalmente atendeu, mas sua voz era fria, desprovida de qualquer afeto: "O que você quer?" Foi então que a bomba explodiu: "Pedro, vamos nos divorciar." Ele não hesitou, apenas respondeu com uma indiferença cortante: "Como você deseja." E desligou. Naquela noite, o cheiro de álcool caro e o perfume feminino de Ana impregnavam seu terno. Ele se sentou ao meu lado, oferecendo uma bolsa de grife como um suborno por sua ausência. Eu o confrontei diretamente: "Você está tendo um caso com a Ana?" Ele negou, desdenhando da minha desconfiança, me acusando de ser amarga, de afastar até nosso filho. A humilhação de ter sido impedida de buscar João na escola por sua ordem, porque "eu faria uma cena", ainda ardia. Ele se inflamou em raiva, gritando que eu não sabia "ser a esposa de Pedro Silva", que eu o envergonhava. Em meio à fúria dele, uma clareza fria me atingiu: não havia mais dor, apenas um vazio profundo. Então, com a voz mais calma e firme que consegui reunir, revelei a verdade que o mergulhou no mais absoluto silêncio: "Eu tive um aborto espontâneo hoje."

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