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Droga.
Mais um dia se passou e ninguém arrumou o elevador. Tá barril continuar dessa maneira. Moro no décimo andar de um prédio quase caído em Camaçari e fazem quase dois anos que o elevador quebrou e ninguém fez questão de correr atrás para poder ajeitar, e mesmo que eu tivesse pegado no pé do porteiro, ele não mexeria seu dedinho para nada. Espero um dia ter dinheiro suficiente para poder me mudar.
Desde que me mudei da casa da minha mãe, dois anos atrás, anda difícil ter uma boa vida. Eu trabalho como garçonete em uma conveniência de lanches em Salvador. O salário não é bom, mas pra quem quer ter sua independência já é um belo início. Moro sozinha, pago aluguel, água e energia, e com o restante do dinheiro tento sobreviver até o fim do mês, gastando com alimentação.
Olho para as escadas que me chamam e dou um sorriso fraco. Não tenho do que reclamar, eu tenho um teto para morar e é isso que importa. Tantas pessoas que nem isso tem. O que me faz lembrar que minhas últimas moedas eu entreguei para uma mulher que queria comprar seu jantar alguns minutos atrás, antes de entrar no meu prédio. Mas essa é a vida, temos que ajudar aqueles que não tem, com o pouco que temos.
Meus pés estão esmagados na minha sapatilha, a mesma já estava quase abrindo um buraco no meu dedão do pé de tão desgastada que. Começo a subir os degraus rapidamente, pois ansiava por um banho. Sentia o suor grudento em minha nuca, o que me deixava agoniada.
Depois de alguns minutos correndo nos degraus, dobro meu corpo para a esquerda para então ir em direção a porta do meu pequeno apartamento. Ergo uma sobrancelha confusa por Bella estar ali, parada e com uma expressão facial assustada e de quem chorou.
Conheci Bella assim que entrei na faculdade, formei-me em gastronomia com a ajuda dos meus pais e desde então temos uma amizade firme e forte de oito anos. Ela é americana e veio tentar a sorte no Brasil. Confome suas próprias palavras, se apaixonou por Bahia.
— Bella, não sabia que viria. Por que não me ligou? — pergunto, abrindo minha bolsa para pegar a chave da porta. — Tá tudo bem?
Fecho o zíper da bolsa marrom e ergo as chaves, enquanto noto seus olhos lacrimejados. Merda.
— Eu te liguei, mas pelo visto seu celular estava sem bateria, como sempre — fala, enquanto eu encaixava a chave na fechadura da porta e logo abro a mesma. Deixo Bella passar na frente e logo fecho a porta atrás de mim.
Não respondo ela de volta, apenas deixo minha bolsa sobre a mesinha, tiro minha sapatilha, abro o zíper da calça que me incomodava, assim como faço com os três botões da camisa que visto. Está muito calor.
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