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PRÓLOGO
~ Quase 1 mês depois ~
Estava impaciente. Na verdade, estava morrendo de raiva por ter dado a ela um tempo tão grande. Poderia ter lhe dado apenas uma semana para pensar sobre nós dois e decidir. Mas isso seria egoísmo da minha parte. Ela tinha acabado de receber a notícia de que sua mãe havia morrido, tinha acabado de descobrir que eu sou um filho da puta e que sua amiga estava a enganando esse tempo todo. Eu tentei... Tentei muito ficar esse tempo sem ter notícias dela. No início até pensei que se ignorasse as lembranças do dia que a conheci na floricultura, eu iria a esquecer e seguir a minha vida. Mas eu estava enganado. Eu não consegui! Meus pensamentos sempre acabavam em torno da minha ruiva, e pequenos detalhes me lembravam dela. Até o dia que eu estava dirigindo pela cidade, queria ir para uma casa no lago que tenho há duas horas de São Paulo, passei em frente à uma locadora de filmes, porém um maldito filme me fez lembrar dela. O dia que assistimos o mesmo romance juntos.
Achei que estava ficando louco, tanto que cogitei a ideia de me internar. Por que diabos ela estava mexendo tanto com a minha cabeça?
Eu nem busquei informações com seu segurança, o Jerry. Só sei onde fica a sua faculdade, mas o endereço do seu apartamento evitei perguntar. Tenho certeza que iria assim que soubesse. Até na empresa eu parecia distraído. Um dos diretores da empresa veio me perguntar diversas vezes se estava tudo bem comigo. Respondi com um breve "estou bem" e mandei ele voltar ao trabalho.
Pelo menos uma coisa boa em tudo isso, os pensamentos e pesadelos atormentantes não voltaram, já que tudo o que ocupa meus pensamentos é uma certa ruivinha...
Respiro fundo e jogo mais água em meu rosto.
Eu disse que não conseguia abrir mão de tudo o que me torna fodido, mas sem ela, eu nem consigo pensar em me encontrar com as diversas garotas que tem seu nome assinado em um contrato feito por mim. Simplesmente... Não dá! Não sinto vontade, ao menos por enquanto, eu acho. Mas se me perguntarem se eu virei um virjão adolescente... eu vou dizer que sim! Caralho! Eu não consigo me controlar toda vez que me lembro dela gemendo meu nome, eu me sinto um descontrolado!
Observo meu reflexo no espelho, já decidindo que tenho que cortar o meu cabelo, para assim que o mês acabar, ela não notar o quanto me sinto perdido sem ela. Mechas do meu cabelo já caem na minha testa...
Saio do banheiro, indo na direção do balcão onde deixei minhas chaves, decidido a ir e vê-la, mesmo que seja de longe, eu preciso lembrar da tonalidade de seus cabelos ruivos, da cor de seus olhos, e se assim eu tiver sorte, do seu sorriso. E de novo, estou me sentindo um louco por levar meus pensamentos a ela desse jeito.
Eu só queria entender o que está acontecendo comigo...
Me apressei em fazer o caminho até a sua faculdade, aumentando a velocidade em meu carro para eu não perder o momento em que ela estiver saindo. Consegui com Jerry algumas informações sobre o final das suas aulas em cada dia da semana, e após isso tive que me segurar para não à ver no mesmo instante, mas agora, eu sinto que não posso mais aguentar. É quase como uma necessidade.
Estava dentro do meu carro, do outro lado da rua da sua faculdade, ouvindo uma música para que eu pudesse me acalmar. Fiz questão de escolher um carro diferente dos quais ela já tenha visto, e por mais que ele seja luxuoso, eu não acredito que ela vá pensar que sou eu.
Me pergunto se ela está bem, como está lidando com tudo o que aconteceu, e se pensa em mim de vez em quando, sentindo falta do que tivemos, porque eu sinto. Não tem um dia que eu não me sinta louco para vê-la, e isso está acabando comigo, pois não faço ideia do que é isso que eu estou sentindo.
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