Uma jovem e seu amigo desvendam mistérios sombrios em uma casa abandonada, descobrindo segredos que desafiam suas crenças.
A casa estava ali, esquecida pelo tempo, no final de uma estrada de terra que quase ninguém se atrevia a percorrer. A madeira da fachada estava apodrecida, e as janelas, cobertas de poeira, pareciam olhos que já não viam. Diziam que aquela casa guardava segredos sombrios, mas poucos se aventuravam a descobrir a verdade.Clara era diferente. Desde criança, ouvira as histórias sobre a casa abandonada e, a cada relato, sua curiosidade crescia. Agora, aos 25 anos, sentia que era hora de desvendar os mistérios que rondavam o lugar.
Era uma tarde de outono quando decidiu ir até lá, munida de uma lanterna, um caderno e uma coragem que não sabia se era suficiente."Você tem certeza de que quer fazer isso?", perguntou Lucas, seu amigo de longa data, enquanto caminhavam em direção à casa."Sim, Lucas. Preciso descobrir o que aconteceu aqui. Se não fizer isso agora, nunca mais terei paz", respondeu Clara, determinada.Ao cruzar o portão enferrujado, Clara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O silêncio era sepulcral, interrompido apenas pelo farfalhar das folhas secas sob seus pés. Aproximou-se da porta da frente, que se abriu com um gemido longo e assustador. A escuridão lá dentro era total, mas a luz da lanterna revelou um corredor estreito, com portas fechadas em ambos os lados."Vamos entrar juntos", disse Lucas, tentando soar corajoso."De acordo", respondeu Clara, dando o primeiro passo. O chão rangia sob seu peso. Respirou fundo e continuou, sua respiração ecoando no silêncio. A primeira porta à direita estava entreaberta. Com um leve empurrão, Clara a abriu completamente. O quarto estava vazio, exceto por um espelho antigo em uma das paredes. Aproximou-se e viu seu reflexo distorcido pela poeira e pelas rachaduras. De repente, um vulto passou atrás dela. Virou-se rapidamente, mas não havia nada. Apenas o eco do seu próprio medo."Você viu isso?", sussurrou Lucas, os olhos arregalados."Sim, mas não há nada aqui", respondeu Clara, tentando esconder o nervosismo.Seguiram para a próxima porta. Esta estava trancada. Clara tentou forçar, mas não cedeu. Continuaram pelo corredor até chegar ao final, onde uma escada levava ao andar superior. Subiram com cuidado, a lanterna revelando cada degrau. O segundo andar parecia mais sombrio, se é que isso era possível. Havia uma porta dupla no final do corredor. Clara sentia que algo importante estava ali."Pronto para ver o que há lá dentro?", perguntou Clara, a voz tremendo um pouco."Estou com você", respondeu Lucas, apertando seu ombro.Empurraram as portas e entraram em um salão amplo, iluminado por uma claraboia suja. No centro, uma mesa de madeira, coberta de papéis amarelados pelo tempo. Clara aproximou-se e começou a examinar os documentos. Eram anotações, diários e recortes de jornais antigos. Uma manchete chamou sua atenção: "Família desaparece misteriosamente; única filha encontrada em estado de choque"."Lucas, olha isso", disse Clara, mostrando o recorte para ele."O que será que aconteceu aqui?", perguntou ele, intrigado.O diário de capa preta, ao lado dos recortes, parecia chamar por ela. Clara abriu na primeira página e começou a ler. A escrita era irregular, como se a pessoa estivesse assustada. Descrevia noites de insônia, passos no corredor, sussurros na escuridão. Cada página parecia mais perturbadora que a anterior.De repente, um som abafado quebrou o silêncio. Clara ergueu a cabeça e viu a porta do salão se fechar lentamente. O ar ficou gelado, e a sensação de ser observada tornou-se insuportável. Algo estava ali, com ela. Sentiu uma presença, um frio que emanava do nada."Lucas, temos que sair daqui", disse Clara, a voz cheia de pânico."Tente a porta de novo!", respondeu ele, a voz também tremendo.Clara tentou abrir a porta, mas estava trancada. O pânico começou a tomar conta, mas tentou manter a calma. Voltou para a mesa e folheou o diário freneticamente, buscando uma resposta, uma saída.Em uma das últimas páginas, encontrou um desenho de um símbolo estranho, seguido de uma frase enigmática: "A chave está no olhar da criança." O que isso significava? Clara olhou ao redor, procurando qualquer pista. O espelho! Correu de volta ao primeiro quarto e parou em frente ao espelho. No reflexo, algo que não estava lá antes: um pequeno compartimento na parede oposta."Lucas, aqui!", gritou Clara, abrindo o compartimento e encontrando uma chave antiga. Com ela, correram de volta ao salão e destrancaram a porta. Saíram da casa ofegantes, com o coração a mil."Conseguimos!", exclamou Lucas, aliviado."Mas isso é apenas o começo", disse Clara, olhando para a chave em sua mão. Sabia que aquele era apenas o início de um enigma muito maior. E que agora, não poderia parar até descobrir toda a verdade
Capítulo 1 O Enigma da Casa Abandonada
16/07/2024
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