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Moon - Um farol de desejo

Moon - Um farol de desejo

J. M. Sant

5.0
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271
Leituras
5
Capítulo

Uma ilha deserta e ensolarada, com vegetação impressionante e banhada por um mar cristalino pode ser o cenário de um sonho. Mesmo sendo o pesadelo de uma escritora com bloqueio criativo. Brenda Bock uma jovem mulher de 27 anos, decide aceitar o convite de sua amiga de infância. O plano era tirar quinze dias de férias, descansar e desintoxicar mentalmente de sua ansiosa e reclusa vida em Boston. À caminho de umas das 1.200 ilhas das Maldivas, aconteceu o imprevisível. O avião caiu nas águas, e por sorte Brenda flutuou sobre um dos destroço até uma praia, logo ela descobre que está presa em uma ilha desabitada. Pelo menos é o que ela acredita. De início, tudo o que importa é sobreviver. Mas, à medida que os dias passam, sua esperança de resgate fica cada vez mais distante. Brenda vê uma de suas histórias se tornar realidade.

Capítulo 1 A viagem

Atravessando a multidão, ao mesmo tempo que puxando a mala pesada com

rodinhas, penso se escolhi o dia certo para voar em Boston, tinham muita gente

decidindo voar também hoje. Quando finalmente cheguei ao guichê da US Airways,

o atendente do check-in gentilmente fez seu trabalho, etiquetou minha bagagem e

me entregou o cartão de embarque. — Obrigado, Srta. Beck. Já fiz seu check-in

para Male. Tenha uma boa viagem. Enfiei meu cartão de embarque na bolsa e virei

para me despedir de minha irmã e cunhado. — Obrigada por me trazer.

— Eu acompanho você, Brenda.

— Não precisa — falei, balançando a cabeça.

— Tudo bem então, mas liga se precisar de ajuda. — disse minha irmã,

fingindo cara de brava.

— Calma, será somente quinze dias — afirmei.

Com um novo beijo na bochecha ela foi embora.

Já no portão, fiz minha última conferida nos documentos e segui para o

embarque. Segui pelo corredor estreito até meu assento na primeira classe.

Preferi ficar na janela, e então afivelei meu cinto de segurança ao lado de uma

Sra. Simpática. Tirei um livro da minha mala de mão, o piloto decolou, e

deixamos Boston para trás.

* * *

As coisas começaram a dar errado no meio da viagem. Deveria ter levado pouco

mais de dezoito horas para voarmos de Boston até Malé — capital das

Maldivas. Mas chegamos três horas depois. Tivemos que aterrissar em um ponto da

viagem.

O vôo foi como esperado, cansativo e demorado. E devido pouco passageiro,

quando aterrissamos no Aeroporto Internacional de Malé, devido o horário, não

tinha transporte disponível para ilha. Eu ainda estava mais de duas horas via

hidroavião, de distância da hospedaria da minha amiga.

Exausta da viagem e com a cabeça doendo, providenciei logo um transporte

alternativo.

O atendente verificou no computador quando teria o próximo vôo. — Vai

escurecer logo. Hidroaviões não voam ao entardecer. — Percebendo minha

angústia, ele me lançou um olhar solidário, digitou algo no computador e pegou

o telefone. — Vou ver o que posso fazer.

Agradeci, e fiquei aguardando um milagre. Tirei um frasco de analgésico da

bolsa, peguei um comprimidos na mão e engoli com a água.

Liguei para minha amiga Anna, para avisar que talvez tivesse que passar a

noite no aeroporto.

—Se conseguir vôo eu aviso. — Coloquei o telefone de volta na bolsa e

me aproximei do balcão, apreensiva.

— Um piloto de um voo fretado pode levar você até a ilha — disse o

atendente. — Os passageiros dele atrasou. Sorri, aliviada. — Que

maravilha! Obrigada por encontrar um voo. Agradeço de verdade.

— Tentei ligar de novo, mas meu celular estava sem sinal. Minha esperança

era conseguir ligar quando chegássemos à ilha.

Um micro-ônibus me levou para o terminal de táxi aéreo. O atendente fez

nosso check-in no balcão e segui. O clima estava abafado, gotas de suor

brotaram na minha testa e na minha nuca. O investido que usava estava

amarrotado, e desejei ter trocado a roupa novamente por outra mais leve. O calor

é sufocante.

Um funcionário do aeroporto estava no cais perto de um hidroavião que

oscilava suavemente na superfície da água. Ele fez um sinal para mim. Quando

fui até ele, ele abriu a porta, e então subi a bordo do avião. O piloto estava

na cabine, mas logo abriu a porta.

— Oi, eu sou o Joel — falou alegremente.

— Espero que não se importem se eu terminar meu jantar.

Sou Brenda Back — apresentei-me sorrindo e estendendo a mão para

cumprimentá-lo. — E é claro que não me importo. O avião estava sujo, mas

serviria o propósito. Afivelei o cinto de segurança e fiquei

olhando pela janela. O piloto terminou o jantar, pediu autorização e

seguiu para longe do píer, ganhou velocidade e levantamos voo.

Tentei cochilar, mas a luz do sol entrando pela janela e meu relógio

biológico confuso não permitiram que eu relaxasse. Sem conseguir descansar,

desafivelei meu cinto de segurança e fui perguntar a Joel quanto tempo

demoraria até que pousássemos.

— Mais ou menos quanta minutos. O céu estava limpo.

— Ele fez um gesto na direção da cadeira do copiloto.— Pode se sentar aí se

quiser. Eu me sentei e afivelei o cinto de segurança.

Admirei a vista estonteante. O céu, sem nuvens e com o início do entardecer.

Embaixo, o oceano Índico, em verde e azul. Um barulho estridente apita no

painel, rapidamente Sr. Joel desliga — Algum problema. Está desregulado esse

sensor, tinha arrumado semana passada. — Então, você é de onde? — De Boston. —

O que você faz lá? — O painel apitou novamente. — Sou escritora. — Ah, férias

de verão. — Bem, acho que sim. Estava com bloqueio criativo e resolvi dar um

tempo pra mente.

— Boa escolha, esse lugar é demais. Sorri.

— São mesmo mil e duzentas ilhas aqui? — perguntei.

— Joel?

— O quê? Ah, sim, mais ou menos. Mas poucas são habitadas, mas acho que isso

vai mudar, muitas são particular. Tem muito empreendimento vindo pra cá.

O barulho soou novamente. — Joel, tudo bem?

— Bem, deveria, mas está apresentando problema no motor.

—Posso te ajudar em algo? — disse apavorada.

— Ele respirou profundamente e olhou para mim. — Obrigado de qualquer forma.

O suor gotejava pela lateral do seu rosto.

— Joel. — Meu tom era urgente. — Precisamos pedir ajuda. Ele concordou com a

cabeça.

— Vou pousar o avião na água primeiro, e então chamo ajuda pelo rádio. — Ele

parecia exausto também.

— Coloque o colete salva-vidas. Estão no compartimento de bagagem perto da

porta. Depois sentem-se em um dos últimos assentos e afivelem o cinto. — Agora!

Meu coração estava aos pulos. Corri e fiz o que me foi ordenado.

O avião tem flutuadores, certo? Porque ele está com medo de não conseguir

baixar a tempo. — Talvez seja um procedimento operacional padrão.

Estamos pousando no meio do oceano. — Encontrei os coletes salva-vidas

apertados entre um recipiente em forma de cilindro que dizia BOTE SALVA-VIDAS e

diversos cobertores. Colocando-o, sentei-me e apertei os cintos de segurança;

minhas mãos tremiam muito.

Agarrei os braços do meu assento e olhei pela janela, percebendo a

superfície ondulada do oceano se aproximando. Mas então, em vez de diminuir a

velocidade, aceleramos, descendo em um ângulo íngreme. Olhei a parte da frente

do avião. Joel estava apertando o painel apagado e o manche travado.

O nariz do avião deu uma guinada para cima, e atingimos a água com a cauda

primeiro, quicando nas ondas. A ponta de uma asa atingiu a superfície e depois

a outra e o avião rodopiou fora de controle.

O som de vidro estilhaçado encheu meus ouvidos, e tive a sensação que estava

em um cilindro rolando e não só rodopiando. Em seguida, senti uma dor na cabeça

no momento em que a aeronave se partiu.

Afundei no oceano ainda presa no assento, a água do mar me sufocou

imediatamente e então apaguei.

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