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O tema máfia/crime (assim como os outros temas) foi desenvolvido baseado apenas na imaginação da autora, sem considerar acontecimentos reais e sem inspiração em outras ficções ou realidades.
Pode conter gatilhos. Contém certos trechos de linguagem adulta e violência.
Quando duas almas quebradas se amam
Só existe um caminho
Tornar-se uma única alma brilhante
Antônio
Não sai do carro, estava parado no mesmo lugar de sempre, toda noite desde que comecei a morar aqui. E como sempre não sai do veículo por longos minutos.
A casa continuava igual. Moro aqui desde que sai da mansão Rodrigues. Foi aqui onde vivi meus primeiros anos, com meus pais biológicos. Um imóvel pequeno, com dois quartos, sala conjugada e banheiro. Na frente uma fachada pintada de amarelo e um pequeno jardim com alguns brinquedos de madeira pintados de cores berrantes. Não tive coragem de tirar nenhum. A casa ficou abandonada por anos, a tinta dos brinquedos desbotadas e sua estrutura comprometida pelo tempo, mas não consegui me livrar deles.
Parado dentro do carro, minha mente faz uma viagem ao passado. A mesma viagem de todas as noites.
Se é cientificamente possível eu não sei, mas me recordo de cada merda da minha infância. Assim como me lembro de alguns momentos tão felizes que me dá vontade de morrer.
Antes do meu aniversário de cinco anos consigo me lembrar de abraços carinhosos, beijos de boa noite, doces e promessas para comer legumes. Eles estavam lá para me fazer sorrir quando eu chorava, para me olhar de cara feia quando fazia birra, eles estavam lá para me amar. Ai simplesmente se foram, levados por um motorista bêbado quando vinham do shopping onde compraram um presente para mim. A minha tia estava comigo naquele dia. Não me lembro bem do rosto dela. Nem sei o que a levou a me deixar. Não houve nenhum parente disposto a cuidar de mim.
Eu me vi naquele lugar.
Sentia muita falta dos meus pais, da minha casa, do meu quarto, de carinho, de tudo que não tinha aqui. Mas as crianças eram legais, gostavam de mim e isso amenizava um pouco.
Meu nome lá era 99. Todos tinham nomes assim.
Passei meses antes de descobrir que perder meus pais foi apenas o início do inferno.
Demorei para perceber que aquilo não era normal. Aquele homem me tocava demais, não fazia isso com nenhuma outra criança.
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