Viciado em Você
Autor:Gorgeous Killer
GêneroRomance
Viciado em Você
PONTO DE VISTA DE SCARLETT
Depois da festa de aniversário do Grupo Moore, Charles não voltou a aparecer. Naquele momento, ele estava ocupado se preparando para uma entrevista de emprego, então senti muito sua ausência.
Um dia, eu e Tiana combinamos de nos encontrar, era um encontro depois de anos longe uma da outra. Então, eu estava na rua, esperando minha querida amiga chegar.
De repente, vi de longe, uma jovem de cabelos ruivos correndo. Somente quando ela se aproximou reconheci quem era. Era Tiana.
"Tiana, por que você pintou seu cabelo de vermelho?" Perguntei sem acreditar no que estava vendo. A verdade era que Tiana sempre tinha dito que queria pintar o cabelo de vermelho, desde que estava na escola primária. E finalmente, ela tinha feito o que tanto queria. Porém realmente fiquei surpresa quando a vi. Afinal, da última vez que conversamos através de uma chamada de vídeo, seu cabelo estava com a cor natural.
"Cadela, era para ser uma surpresa! Você não voltou para casa para ver sua melhor amiga, se passaram três anos. Claro que eu tinha que fazer algo para puni-la."
Nós duas éramos como irmãs separadas pelo tempo. Nós nos abraçamos e pulamos de alegria na entrada da cafeteria. Sim, era verdade que conversávamos através de chamadas de vídeo com frequência, mas ainda assim, a alegria não era a mesma que provocava um encontro cara a cara. O único que podíamos fazer naquele momento era nos abraçar de alegria.
"Bem, quero saber tudo. Quando você vai vir morar comigo? Oh, eu sei! Vou chamar outros amigos nossos. Podemos fazer uma festa do pijama!"
"Eu honestamente não tenho ideia de quando, mas será em breve."
Entramos conversando na cafeteria. Pedimos duas fatias de tiramisu e aproveitamos o doce, enquanto continuávamos com nossa conversa.
"Charles ainda não deixou você ir embora? Você não escutou nada? Recentemente, se fala muito sobre aquela vadia de Rita."
"Eu não dou a menor importância para eles dois. Quando Charles e eu nos divorciarmos, não terei mais nada a ver com eles."
"O que é ótimo! Podemos ser colegas de quarto novamente, em breve."
Eu e Tiana tivemos uma ótima conversa. Nós pensávamos o mesmo sobre aquele assunto. Não importava o que acontecesse, sabia que ela sempre ficaria do meu lado. Estava grata por ter uma amiga com quem podia compartilhar meus sentimentos, sem preocupações, sem ter que medir as palavras.
"Você se lembra do trabalho que mencionei para você da última vez que nos falamos? Bem, contei para meu chefe sobre você e entreguei para ele seu currículo. Ele gostou muito do seu perfil. Na verdade, ele quer que eu leve você para nossa empresa de qualquer jeito, mesmo que seja necessário sequestrá-la."
"Você só pode estar brincando comigo!" Ri e em seguida, comi uma colherada do meu tiramisu.
"Eu não estou brincando. Se prepare para ser uma famosa apresentadora de televisão. Deixe esse homem se arrepender amargamente de ter deixado você sair da vida dele."
Depois de passar quase toda a manhã com Tiana, fui para casa dela. Ela me emprestou um terno formal, antes de eu ir à empresa em que ela trabalhava, a Insight Media, para fazer a entrevista de emprego.
Naquele momento, Tiana deu um tapinha no meu ombro e sorriu, de um modo gentil para me tranquilizar. "Não fique nervosa. Você está perfeita!"
******
Na sala da entrevista.
"Senhorita Scarlett Riley, por que você quer trabalhar na minha empresa? Nós lemos seu currículo. Com base nas suas qualificações, você poderia estar se candidatando para uma empresa maior. Por que nossa empresa?"
O entrevistador careca e gentil perguntou com um sorriso no rosto.
"Apresentar para o público o que eles estão interessados em ver é a verdadeira razão pela qual escolhi trabalhar nessa área. O papel da mídia é abrir os olhos do público, fazer com que as pessoas vejam a realidade, e não enganá-las. Acredito que a Insight Media tem coragem de falar a verdade e assumir a responsabilidade por agir dessa maneira."
O entrevistador examinou o currículo meu novamente e fez mais algumas perguntas. Logo, ele sussurrou algumas palavras para o entrevistador que estava sentado do lado dele. Olhei para eles, ansiosa, quando ele finalmente se virou para mim.
"Parabéns, senhorita Riley! Bem-vinda à Insight Media!"
Assim que saí do prédio da empresa, liguei para Tiana para contar a boa notícia.
Então chamei um Uber e voltei para rua Garden.
Eu não tinha muita coisa naquela casa. Na verdade, cheguei somente com uma mala, quando mudei para lá. Talvez pudesse arrumar a mala e me mudar naquele mesmo dia.
Quando cheguei, encontrei o carro de Charles na garagem, e as luzes da casa estavam acesas. Com certeza ele estava em casa.
Era a oportunidade perfeita para esclarecer as coisas entre nós de uma vez por todas.
Empurrei a porta, a escancarei, e meus olhos se arregalaram, com o susto que tomei com o que vi. Charles estava deitado no sofá, apertando o estômago, com um olhar de dor no rosto.
Quando olhou para mim, seus olhos não estavam frios e indiferentes como de costume. Em seguida, ele estendeu a mão para mim, como se estivesse segurando o último bote salva-vidas. A dor o fazia parecer muito vulnerável.
"O que... o que você tem?" Perguntei assustada.
"Meu estômago... dói muito... é uma dor muito forte..." Sua resposta saiu com um tom de voz tenso.
Na mesma hora, corri para a gaveta de remédios, peguei um comprimido para acabar com a dor de estômago. Já sabia que às vezes, Charles sofria com dor de estômago. Logo depois, dei um copo de água para ajudá-lo a tomar o remédio.
Para minha surpresa, ele abriu a boca para mim, como se fosse um pássaro esperando para ser alimentado.
Ele queria que eu colocasse o remédio na boca dele e depois a água? Três anos atrás... Ele não tinha pedido que eu mantivesse a distância dele?
"Me dê sua mão", eu disse com cautela. Eu não queria que ele ficasse com raiva de mim novamente.
Sem esperar por sua resposta, coloquei o comprimido na mão dele e entreguei o copo de água.
Charles tomou o remédio. Então, com os olhos fechados, ele se recostou no sofá, em seguida, pegou uma almofada e a abraçou.
De fato, ninguém era feito de ferro. Até mesmo Charles, que era sempre frio como gelo, ficava dócil como um tigre sem dentes, quando estava doente.
Não pude deixar de olhar para ele algumas vezes. Devo admitir que gosto mais do lado frágil dele do que do seu habitual lado arrogante e dominador.
Logo depois, fui para meu quarto e peguei um cobertor para ele.
Quando coloquei sobre ele, ele apenas olhou para mim, e nem sequer agradeceu.
Pensei que seria mais fácil esclarecer nossa situação, naquele momento, quando ele estava mais fraco. Assim, respirei fundo e reuni toda a minha coragem.
"Eu vou me mudar", disse com firmeza.
O tigre sem dentes se levantou de repente e jogou o cobertor no chão, surpreso.
"O que você disse?" Charles perguntou, enquanto olhava para mim com seus olhos irradiando fogo.
"Eu disse que vou me mudar, vou viver com Tiana", repeti, dando mais detalhes. Mas quando olhei para o rosto vermelho de raiva dele, perdi toda a coragem que tinha acabado de reunir.
"De jeito nenhum!" Charles disse severamente. Mas assim que terminou de falar, estremeceu de dor, e apertou o estômago, se deitando novamente.
"Nós vamos realizar o processo de divórcio quando você estiver bem."
Abaixei e peguei o cobertor do chão. No entanto, Charles cobriu o nariz e não aceitou o cobertor de volta.
"Por que você tem um cheiro estranho?" Ele olhou para o outro lado e acrescentou: "Vamos conversar mais tarde. Tome um banho primeiro."
Não pude deixar de zombar das suas palavras. Parecia que o remédio já tinha feito efeito, pois ele já estava brigando comigo.
Então, cheirei para mim mesma. Eu não estava com nenhum cheiro estranho. Sobre o que ele estava falando?
Mesmo assim, subi e tomei um banho, como ele tinha pedido. De repente, me lembrei das suas palavras. O que ele quis dizer quando disse 'de jeito nenhum'? Eu precisava da permissão dele para sair daquela casa? O acordo de divórcio já tinha sido enviado para mim por e-mail, logo assim que cheguei do exterior. O que mais ele queria?
Pouco depois, saí do chuveiro. Enquanto me enxugava, percebi que tinha esquecido de levar minhas roupas para o banheiro, uma vez que entrei com tanta pressa.
Imaginei que Charles ainda estava na sala de estar. Assim, poderia sair do banheiro para pegar minhas roupas, sem nenhum problema.
Mas assim que estava prestes a sair do banheiro nua, escutei alguns passos do lado de fora da porta.
Provavelmente era Charles que estava subindo as escadas. Parecia que sua dor de estômago tinha passado mais rápido do que eu esperava.
Voltei para o banheiro rapidamente, bem a tempo, antes que a porta do quarto se abrisse.
"Você ainda não terminou?" Charles perguntou, com sua voz mal-humorada.
"Esqueci de trazer minhas roupas para dentro do banheiro", respondi sem jeito dentro do banheiro.
O quarto ficou em total silêncio por um tempo. Em seguida, escutei o barulho da mala sendo aberta. Um pensamento passou pela minha cabeça. A imagem de Charles vasculhando minha mala em busca de roupas íntimas veio à minha mente, e meu rosto ficou vermelho como um tomate. Mas por alguma razão, também estava curiosa para ver o rosto dele tendo que fazer tal coisa.
"Suas roupas estão em cima da cama", Charles disse calmamente.
Dito isso, ele saiu e fechou a porta do quarto.
Saí correndo do banheiro e me vesti o mais rápido que pude. Assim que terminei, desci as escadas, vi Charles ainda deitado no sofá e gemendo de dor.
"O que está acontecendo?" Perguntei com as sobrancelhas franzidas.
"Ainda está doendo", ele respondeu francamente.
Sério? Ele não tinha acabado de tomar o remédio e ainda teve forças para subir as escadas? Como de repente, ele estava sentindo dor novamente? Olhei para ele com uma leve suspeita.
"Você quer tomar outro comprimido?"
"Muita droga para um único dia. Você está querendo me envenenar?"
"Então, fique deitado."
Sem dizer mais nada, subi para fazer minha mala. Mesmo que eu não pudesse ir embora aquela noite, já poderia fazer as malas, e então no dia seguinte, poderia simplesmente pegar minhas coisas e ir embora.
Congelei no momento em que entrei no quarto. Minha mala estava aberta e minhas roupas espalhadas por todas as partes. Tudo o que ele precisava fazer era encontrar uma peça de roupa, não precisava criar aquele carnaval com minhas coisas. Ele realmente tinha que ter tirado e espalhado tudo pelo quarto?
Enquanto ainda estava mergulhada nos meus pensamentos, escutei um gemido alto vindo da sala de estar. Desci as escadas correndo e encontrei Charles coberto de suor frio, parecendo sentir uma dor insuportável.
"Devo chamar uma ambulância?"
"Não, eu estou bem. Estou um pouco quente, nada mais. Apenas me dê um copo de água gelada."
"Creio que não é uma boa ideia. Uma vez que seu estômago está doendo. Você não pode beber água fria, isso só fará com que sua dor aumente." Em vez disso, peguei uma toalha molhada e a coloquei na testa dele, para ajudar a baixar a febre.
Não podia deixá-lo sozinho naquele estado. Como não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento, aceitei meu destino e fiquei sentada do lado dele.
Pouco tempo depois, Charles adormeceu. Com cuidado, coloquei o cobertor sobre ele. Eu tinha decidido tomar conta dele aquela noite. Mas antes que eu percebesse, eu já tinha adormecido.