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Marina.
Consegui me esquivar furtivamente dos braços do Sam e segui em direção a porta, antes dele ir viajar resolvi preparar uma surpresa. Como sei que ele ama os pastéis da minha mãe, peguei a receita com ela e resolvi fritar seus deliciosos pastéis, não somente isso como vou preparar um delicioso bolo de chocolate com cascas de banana. Estranhamente tive vontade de comer algo doce logo cedo. Procurando rapidamente algo para me vestir, meus olhos capturaram instantaneamente o vestido de noiva que usei no dia do nosso casamento.
Foi sem dúvida um dos melhores dias da minha vida, meu sorriso entreabriu e tive uma ideia, que tal experimenta-lo?! Quem sabe sentir a sensação que tive ao me ver tão linda para meu esposo, também posso tirar algumas fotos e colocar na mala para o Samuel não esquecer da sua adorável esposa, longe de mim estar mandando algum tipo de sinal oculto de que ele é um homem casado. Sem pensar duas vezes apoderei-me do pacote e corri para o banheiro.
Com todo cuidado do mundo tirei o mesmo do plástico. O tecido estava tão macio e cheiroso como se nunca tivesse sido usado, comecei a me vestir e então percebi que ele começou a entrar com certa dificuldade. Como assim? O pano encolheu de tanto ficar guardado? Como isso é possível? Comecei a me contorcer como uma lagartixa com câimbra e com muito custo subiu. Porém, não acabou por aí! Eu não conseguia fechar o zíper, voltei a me contorcer me olhando pelo espelho tentando fecha-lo, o vestido subiu até a metade e enroscou, lembrei-me das caixas de ferramentas do Sam e agachei pegando no armário.
-Vamos Marina, é agora ou nunca! Certeza de que esse zíper está emperrado. - Respirei fundo e com o alicate mirei no espelho, contei até três e subi de uma única vez.
-Consegui! Eu consegui! - Sorri para mim mesma olhando o vestido fechado e quando meus olhos fixaram no alicate em minha mão direita o zíper estava entre seus dentes. Arregalei os olhos.
-Impossível... - Comecei a notar que meu vestido estava apertado demais e que fiquei sem ar -Meu Deus, eu vou morrer asfixiada -Joguei o alicate no chão e corri imediatamente em direção ao quarto. Samuel ainda dormia sereno esparramado na cama, comecei a bater nele com o travesseiro.
__Sam, me ajuda! Samuel, socorro! - Gritei apavorada tentando acordá-lo.
__Marina? Calma, o que foi? - Esfregou o rosto atordoado.
__Arranque esse vestido de mim agora! - Franziu a testa me olhando confuso.
__Você quer que arranque seu vestido? Eu tenho que viajar em poucos minutos amor - Deu um sorrisinho.
__Não nesse sentido - Nego piamente- Eu fui experimentar o vestido e quebrei o zíper olha - Aponto para minhas costas - Acho que o vestido encolheu de tanto ficar guardado - Falei manhosa.
__Ou você engordou - Comentou e girei o rosto em trezentos e sessenta graus.
__O que disse Samuel? - O olhei de forma desafiadora.
__O que? - Esbugalhou os olhos.
__Você me chamou de gorda? - Engoliu seco.
__Eu? Claro que não amor - Nega com a cabeça.
__Por acaso só porque engordei você vai deixar de me amar? - Minha voz saiu embargada.
__Não, claro que não. Eu te amo do mesmo jeito - Afirma apreensivo.
__Você não negou, admitiu que eu engordei - Bradei irritada e saí correndo do quarto segurando o vestido para não tropeçar, escutei Samuel me chamar e ignorei. Antes de me trancar no quartinho dos fundos roubei um pote de Nutella da geladeira. Tranquei a porta e me sentei no piso frio chorando enquanto saboreava o pote de Nutella, limpando as lágrimas. Ele nem veio atrás de mim imediatamente, o que me deixou cem vezes mais irada, minutos depois o escutei bater na porta.
__Marina, abra essa porta, precisamos conversar - Falou seriamente.
__Não. Você me chamou de gorda - Resmunguei chorosa.
__Você não está gorda - Respondeu - Apenas ganhou um pouquinho de peso nem dá para perceber, juro.
__Sei, não acredito. Então por que não quer me levar com você? Por acaso tem vergonha de mim? Porque estou gorda?
__Marina, chega de baboseiras e abra a porta. Logo tenho que viajar, temos poucas horas para ficarmos juntos - Como se um alarme tocasse na minha mente dando um choque de realidade, desajeitadamente destranco a porta e o abraço apertado.
__Não me deixe Sam, me leva com você - Imploro - Prometo me comportar, você nem vai notar que vou estar lá - Explico em tom de súplica e o escuto rir.
__Como se fosse possível, o furacão Marina não ser notado - Ele segura meu braço delicadamente me afastando - Olha para você, cheia de chocolate - Passa o polegar na minha bochecha, limpando e em seguida lambendo o dedo.
__Eu prometo que vou me comportar, Sam. Me leve para você, digo com você - Ele sorri de canto.
__Impossível, Marina. Você tem que cuidar da empresa enquanto eu estiver fora, esqueceu? E também, o que vou resolver lá é rápido. Voltarei para seus braços, eu prometo - Segura meu rosto entre as mãos. E sorri derretida.
__Você promete? Promete que vamos ter um jantar romântico e vamos ver as estrelas juntos? - Assentiu sorrindo.
__Até que não é ruim. Está bem, eu aceito - Falo convicta.
__Essa é minha garota - Beija minha testa - Agora vamos tirar esse vestido apertado, não quero que sufoque nosso filho - Rolo os olhos.
__Eu não estou grávida, Sam. Pare de me chamar de gorda - Falei e me abraça rindo alto.
__Sabe que existe uma possibilidade - Beija minha bochecha.
Samuel me ajuda a abrir o bendito vestido. Estou fuçando nas roupas do meu marido, quando alisa minhas costas eu me viro de repente, quase caindo para trás se não fosse o guarda-roupa.
__Aii que susto! Afaste de mim essa tentação - Bradei alto dando de cara com Samuel molhado apenas de calça jeans e sem camisa com a toalha no ombro.
__Você viu minha camiseta? - Pergunta e olho para ele tampando o rosto e espiando no buraco.
__Em cima da cama - Aponto por instinto, sem conseguir ver direito.
__O que houve? Por que está tampando o rosto? Não tem nada aqui que não tenha visto - Diz em um tom brincalhão.
__Eu queria perguntar se posso pegar uma das suas roupas, é mais confortável para poder cozinhar - Me justifico roboticamente tentando focar apenas no seu rosto.
__Claro, pegue. Mas primeiro, encontre minha camiseta - Repuxa os lábios me fitando sedutor com o braço apoiado no armário - Gostei desse detalhe do vestido, muito bom - Alisa minhas costas com o dorso da mão.
__Sam! Você não facilita as coisas - O reprendo e passo por baixo dele indo para o outro lado do quarto. Pego a camiseta em cima da cama, o olhando de relance de baixo para cima, que belo homem o Senhor me presenteaste. Pego a camiseta e jogo para ele que agarra no ar.
__Obrigado - Pisca, soltando a toalha na cama.
__Samuel, espera. A toalha molhada na cama, pode pegar. Quantas vezes tenho que repetir a mesma coisa - Aponto brava e me imita fazendo careta indo em direção a porta.
__Claro madame - Sorri amarelo e o fuzilo com o olhar.
-Olha para você! Que mulher tarada se tornou.
-Não, eu não fiquei o secando. E se fiquei, ele é meu marido, não é?! O que tem de errado?
-Não seja assim, se comporte. Esse homem vai viajar e você tem que ser forte.
-Dessa vez você tem razão. Agora saia da minha mente já! Você só me confunde - Choramingo - Volte para realidade Marina - Dou batidinhas nas minhas bochechas.
__Falando sozinha de novo Marina?! - O escuto gritar e ignoro.
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