Apaixonada pelo CEO Frio
Autor:Alicia
GêneroRomance
Apaixonada pelo CEO Frio
Anabela não contou às amigas porque sabia que, por mais que explicasse, elas não entenderiam sua situação.
A garota passou muito tempo na biblioteca, depois daquelas conversas. Ficou até o anoitecer, quando sentiu que seus olhos estavam cansados. Esfregando os olhos, levantou a cabeça e olhou ao seu redor. Poucas pessoas permaneciam na biblioteca. Anabela suspirou, guardou os livros e mexeu os ombros, que doíam um pouco. Seus olhos se voltaram para o relógio na parede, quando se deu conta de que estava atrasada para regressar à vila.
A garota franziu o cenho, pois estava errada, isto não deveria ter acontecido. Ela imediatamente se levantou, saiu correndo da escola e viu o veículo familiar que já a esperava na porta. "Srenhor Leonel, me desculpa! Eu não sabia que já era tão tarde."
Leonel olhou para ela com frieza e disse: "Senhora Arlene, por favor, suba no carro. O senhor José te espera na vila."
Durante a viagem, Anabela estava inquieta. Como poderia ter esquecido da hora? Seu marido lhe dissera para retornar à casa todos os dias até às 17h30. No entanto, logo no primeiro dia, ela havia quebrado as regras.
A sala de estar da vila era muito bem iluminada; o lustre de cristal italiano importado, pendurado no teto, brilhava intensamente. Mas o clima em seu interior era muito frio.
Assim que a garota entrou na sala, viu José, que estava sentado no sofá fumando. Ela se sentiu enjoada com o cheiro forte dos cigarros e tossiu várias vezes enquanto a fumaça entrava em suas fossa nasais. Os olhos da garota se fixaram no cinzeiro cheio de pontas de cigarro, enquanto mordia os lábios, sabendo que sofreria algum tipo de castigo. Anabela pigarreou ao se dirigir ao marido: "Senhor José, sinto muitíssimo. Esqueci das horas."
"Como você se atreve a desobedecer minhas ordens?", o homem vociferou imediatamente.
Ele havia deixado bem claro naquela manhã que Anabela deveria voltar na hora estipulada, mas ela havia chegado duas horas mais tarde. Como a moça poderia ser tão leviana em pensar que ele a perdoaria apenas mediante um pedido de desculpas?
"Estou falando sério. Estou contando a verdade. Eu realmente não percebi que horas eram", respondeu a garota. Porém, a explicação dela não fez diferença alguma, porque o marido não acreditou em nada que ela disse.
Ele suspeitava que a menina tinha chegado atrasada de propósito, e que estava mentindo para escapar de sua fúria.
Embora estivesse com José há apenas dois dias, Anabela sabia que ele era um homem frio e cruel, e que deveria enfrentá-lo por todos seus dias no futuro.
José jogou a ponta do cigarro no cinzeiro, depois se levantou e chegou perto dela para interrogá-la. "Com quem você se encontrou hoje? Me conte!"
Ambos se olharam, e as sobrancelhas de Anabela se franziram em sinal de dúvida.
"Você realmente não precisa saber disso. Mesmo que eu conte a verdade, você não vai acreditar em mim." Anabela era frágil, mas apreciava sua autoestima e era muito teimosa.
"Suba comigo ao segundo andar", José ordenou com indiferença. Então ele se voltou e subiu as escadas.
A jovem observou os olhos apreensivos de Maria, o que a deixou ainda mais nervosa. Ela mordeu os lábios e subiu as escadas atrás de José.
Quando chegaram ao quarto, o homem sentou-se no sofá e disse: "Você é teimosa e persistente, Carolina. No entanto, deve saber que se me desrespeitar, posso fazer com que a família Rabelo desapareça da face da Terra."
"Sim, eu sei. Sempre tenho isto em mente", disse ela. Anabela estava ciente do quanto José era poderoso. Se não fosse por causa disso, Crespo não a teria trocado pela segurança da família Rabelo.
"Você sabe mesmo? O que você fez não confirma que você sabe." José acreditava que a garota queria sair, porque queria ver alguns homens, e seu atraso ao voltar para casa só reforçou sua suspeita.
O olhar gelado de seu marido a fez recuar na mesma hora.
"Você ainda planeja ir para a escola amanhã?", perguntou José. Ele esperava que ela respondesse que não, mas, quanto a isto, a garota não iria desistir para agradar o marido.
"Sim, sim, eu irei." Anabela tinha medo de José, mas não queria que ele fosse à escola para investigar.
Podia haver alguma informação que Crespo não tivesse lhe passado, embora ele tivesse trocado seus documentos com o de Carolina. E se algum erro nos documentos revelasse sua identidade?
De repente, José estendeu a mão e rasgou sua roupa, fazendo-a estremecer de surpresa. Seu olhar frio captou a beleza da pele tenra e branca de Anabela. Em seguida, o homem ordenou em voz baixa: "Vá tomar banho! E não saia até eu que eu lhe diga."
A jovem obedeceu em silêncio e foi até o banheiro. Ela parou no meio daquele banheiro imenso e observou a decoração luxuosa. Depois, tirou a roupa e começou a lavar o corpo com sabonete. Depois de um tempo, seu corpo não podia ficar mais limpo do que já estava.
Ela aplicou tanta força enquanto se esfregava, que sua pele já estava vermelha. Seus vasos sanguíneos podiam ser vistos através de sua pele, quase transparente.
Anabela estava tão cansada, que quase sussurrou: "Telmo, por que você ainda não voltou? Já esperei por você por muito tempo. Disse que voltaria e me levaria com você, mas nunca mais voltou!"
Naquele momento, seu medo era que quando Telmo voltasse, ela não teria mais condições de ficar com ele. Mesmo que ainda estivesse esperando por ele, ela sabia que não era mais livre.
Quando José abriu a porta do banheiro, notou que sua esposa estava enrolada como um bebê e chorava desconsoladamente, e que todo o seu corpo estava inteiro vermelho. Ele se aproximou dela, colocou a mão em seu ombro e se deu conta de que a moça estava com muita febre.
Naquele momento, ele suspeitou dela de novo. Talvez a mulher tivesse tomado um banho frio de propósito, para ficar com febre alta. Certamente, ela estava lhe pregando uma peça.
"Maria!" José chamou, gritando. Quando Maria veio correndo, o homem pediu que ela levasse a garota para o outro quarto de hóspedes.
"Senhor, a senhora Carolina está com uma febre muito alta. Não seria melhor eu chamar um médico?" Maria disse, com preocupação.
O homem saiu de perto sem dizer uma palavra, titubeando por alguns instantes.
"Telmo, Telmo..." Anabela não parava de murmurar o nome dele porque, em seu estado inconsciente, ela podia ver Telmo. Ela sonhou que ele tinha vindo para levá-la consigo, prometeu que a levaria para um lugar onde só estariam só os dois, e lá, poderiam viver juntos para sempre.
'Será que ela estava dizendo o nome de outro homem? Quem seria?', pensou.
José franziu o cenho e suas sobrancelhas se arquearam. Com um leve gesto de desprezo com as mãos para Maria, o homem saiu do quarto sem dizer uma palavra. Em menos de dez minutos, seu carro havia deixado a vila.