Apaixonada pelo CEO Frio
Autor:Alicia
GêneroRomance
Apaixonada pelo CEO Frio
Antes que Anabela pudesse desligar a chamada, José se levantou rápido, agarrou seu telefone e jogou-o no chão. Naquele instante, o telefone se partiu ao meio.
"Meu telefone!" A garota gritou. Ela ficou olhando para o telefone quebrado no chão, horrorizada. Anabela havia comprado aquele celular com o dinheiro que economizara durante vários meses. E embora já o tivesse usado por muitos anos, ela não queria ter que comprar outro por enquanto.
"O quê? Você está angustiada por causa daquele telefone quebrado? Você pertence à família Rabelo, então aquele celular barato não deve valer muito para você. E se quiser falar com aquele tal de Telmo, posso emprestar meu celular", disse José. Estava furioso por saber que Carolina não havia levado a sério sua ordem de não falar mais com aquele homem.
José pegou o telefone quebrado de sua esposa e franziu o cenho ao dizer: "Esse modelo antigo de celular me faz pensar se você realmente pertence à família Rabelo."
Anabela estremeceu diante dessas palavras, pois significava que ele estava suspeitando dela. 'O que aconteceria se José descobrisse a verdade?', pensou. Se seu marido, de algum modo, descobrisse que ela não era Carolina, toda a família Rabelo sofreria as consequências.
Anabela afirmou, rezando para que a sua resposta soasse firme: "É claro que pertenço à família Rabelo. Façamos um acordo. De agora em diante, vou obedecer a todas as suas instruções e, por sua vez, você não vai prejudicar meu pai nem Telmo, o que acha?"
José se voltou e olhou para ela. "Você não é alguém que possa me propor um acordo. Eu nem sequer confio em você. Fique de boca fechada e não saia de casa", ordenou o homem.
A garota não tinha outra opção a não ser aceitar e obedecer a todas as ordens dele.
Enquanto isso, Telmo se sentiu inquieto, ao perceber que a ligação fora cortada abruptamente. Aí discou o número de Anabela novamente, mas a ligação não se completou. Ansioso, ele pediu a seus colegas o endereço da garota, mas ninguém sabia onde ela morava.
Telmo ficou no portão da escola a maior parte do dia esperando Anabela, porém ela também não apareceu.
Era quase noite quando as aulas terminaram. Veronica e Linda saíram juntas e viram Telmo na frente do portão da escola. "Aquele não é o amigo de Anabela? O que será que ele está fazendo aqui?" Linda perguntou à Verónica.
"Ele deve estar procurando por Anabela, mas ela não veio hoje. Talvez esteja doente", comentou Verónica, preocupada.
"Como Anabela iria ficar doente? Ela não arrumou um homem milionário? E ele não cuida dela como uma princesa? Ela nem sequer precisa mais vir à faculdade!" Linda falou em voz alta intencionalmente, para que Telmo a escutasse.
E funcionou, porque Telmo ouviu o nome de Anabela e foi falar com elas. Seu rosto se endureceu quando se aproximou das duas garotas. "O que foi que você acabou de falar?" Ele perguntou, subitamente, ao agarrar Linda pelo braço.
"Ai! Está doendo. Me solte!" Linda gritou, pois não esperava que Telmo puxasse seu braço com tanta força. Ele parecia um lindo cavalheiro, mas não sabia se comportar.
Telmo franziu o cenho ao soltar o braço da garota e disse: "Você é companheira de classe de Anabela. Então, deve saber o que acontece com ela, certo?"
Linda revirou os olhos e respondeu: "Anabela era nossa colega de quarto, mas ela se mudou há poucos dias e renunciou ao emprego de meio período. Faz alguns dias que ela chega à escola em um carro luxuoso. Embora não tenhamos certeza, todo mundo acredita que ela está namorando algum homem milionário." Ao ouvir isso, o rosto de Telmo ficou sombrio.
"Isso é tudo que eu sei", acrescentou Linda, dando de ombros e afastando-se dele. 'Este homem também parece pertencer à classe alta, mas seria outro admirador de Anabela?', pensou ela.
Verónica se aproximou de Telmo e disse: "Senhor, isso é apenas uma suposição de nossos colegas de classe, sem confirmação. Por favor, não leve a sério. E você quer me deixar seu número de telefone? Se Anabela vier para a escola, eu a avisarei."
Telmo concordou, pegou um cartão de visita e o entregou à garota. "Muito obrigado, virei amanhã de novo", respondeu ele.
Eles se despediram com as formalidades usuais, Telmo entrou em seu BMW e foi embora.
No escritório de Telmo, Julia apareceu sem avisar. Ela usava um vestido de chiffon rosa claro que lhe caía muito bem, a fim de impressionar Telmo. Ela se sentou no sofá e o guarda-costas ficou na retaguarda. O assistente de Telmo ofereceu um copo de suco natural para Julia: "Aqui está o seu suco, senhorita Julia."
"Cadê o Telmo? Aonde ele foi?" Ela indagou para o assistente de seu noivo. Julia era uma mulher extremamente dominadora, e nunca havia permitido que qualquer outra mulher se aproximasse de Telmo. Ela escolhera até seus assistentes pessoais, para todos serem homens.
"Senhorita Julia, o vice-presidente disse somente que deveria cuidar de algum assunto pessoal hoje", respondeu Fábio Romão, assistente pessoal de Telmo, simplesmente repetindo o que seu chefe dissera antes de sair. Ele estava ciente de que uma resposta assim tão vaga não satisfaria a senhorita Julia, mas não podia deixar de obedecer às instruções de Telmo.
"Alguma coisa pessoal? Do que se trata? Ele não me falou nada", disse Julia um tanto furiosa. Telmo vinha se comportando de uma maneira muito esquisita desde que voltou do exterior; quase sempre estava distraído, como se pensasse em alguma outra coisa o tempo todo.
Julia até havia perguntado se algo o estava incomodando, mas ele nunca lhe dera uma resposta satisfatória. Portanto, o fato de ele não estar no escritório a fez suspeitar ainda mais.
"Ele também não comentou nada comigo", respondeu Fábio. Parecia-lhe ser muito mais difícil lidar com as perguntas de Julia do que com alguns clientes insuportáveis e indisciplinados.
"Você não é o assistente pessoal dele? Deveria saber absolutamente tudo sobre a agenda dele e também acompanhá-lo quando ele sair a negócios." Tendo dito isso, Julia tomou um gole de suco e ordenou ao assistente: "Ligue para ele e peça que volte o mais rápido possível."
Mas isso não foi necessário porque, naquele momento, Telmo acabava de entrar na sala empurrando a porta. "Julia! O que faz aqui a esta hora?", perguntou ele.
Ao ver Telmo, a mulher não pôde deixar de esboçar um sorriso. Ela colocou o copo de suco na mesa e chegou perto dele. Aí se atirou sobre ele para perguntar: "Telmo, onde você estava? Eu quero ir jantar com você."
Telmo olhou com cautela para a mulher em seus braços e aceitou. "Está bem, vou jantar com você", confirmou.
"Será que eu interrompi seu trabalho? Você esteve muito ocupado hoje?", perguntou Julia, querendo testá-lo.
Telmo era sempre muito dedicado ao trabalho, e por isso muitas vezes ia trabalhar cedo e voltava tarde. No entanto, ultimamente isso vinha acontecendo com maior frequência, e ela não tinha ideia do que ele estava fazendo.
"Está bem, fique tranquila. O que você quer comer? Podemos ir a um restaurante de cinco estrelas", disse Telmo, passando o braço em volta da cintura da noiva, e logo os dois saíram do escritório.
"Telmo, você está com muito trabalho? Você não me dedicou tempo suficiente nos últimos dias, então vamos tentar desfrutar desta noite juntos, concorda?", disse a moça. Julia foi a pessoa que convenceu os diretores da empresa a nomearem Telmo como vice-presidente.
Portanto, Telmo não podia negar um pedido dessa mulher. Porém, como tinha um trabalho programado com antecedência, disse: "Julia, esta noite é impossível para mim, porque tenho trabalho pendente. Mas te prometo que amanhã à noite eu serei todo seu."
"Está bem, não tem problema. Então te acompanho esta noite enquanto você trabalha. Prometo que não vou incomodar", Julia informou, decidida a não deixar Telmo sozinho naquela noite. Desta maneira, ela não deu a ele a chance de rejeitar sua companhia.
No final, Telmo teve que aceitar, para não ofendê-la.
Enquanto isso, Ana foi encontrar-se com José no escritório dele. "Senhor José", ela o saudou.
"Ana, sente-se", José respondeu, sem levantar os olhos, e continuou a ler os documentos em suas mãos.
"Senhor José, Júlio comentou comigo que você estava investigando o Grupo Silva. Seria por causa de sua esposa?", perguntou ela. Ana achava que isso era completamente desnecessário, já que o Grupo Silva também era uma grande companhia e, se José estivesse disposto a comprá-lo, teria de dispor de uma grande quantia de dinheiro.
Os cantos da boca de José se moveram para cima. "Ana, por que você se interessa por este assunto?", ele perguntou.
Ana sorriu e respondeu: "Senhor José, só perguntei porque tenho zelo pelos seus interesses." Após uma pausa momentânea, a mulher voltou a perguntar: "Então, o que Júlio me contou tem alguma relação com ela?"
José levantou, aproximou-se dela e disse: "Vá para o clube e espere por mim. Eu irei esta noite."
Ana assentiu com a cabeça, antes de dar-lhe um beijo doce nos lábios. "Ok, farei com que preparem alguns pratos deliciosos especialmente para você", acrescentou ela.
José não ia ao clube com frequência nos últimos dias, talvez por causa daquela mulher, Carolina.