Apaixonada pelo CEO Frio
Autor:Alicia
GêneroRomance
Apaixonada pelo CEO Frio
Sentada em seu quarto, Anabela sentia tantas dores no corpo que se recostou na cama sem se mexer muito. Sobre seu criado-mudo havia um frasco de pílulas anticoncepcionais. Por quanto tempo mais ela teria que passar por tudo isso?
Sentado e fumando dentro de seu quarto, José se perguntava por que tinha sido tão impulsivo, depois de ter bebido. 'Que tipo de mulher seria Carolina?', se perguntou. Ele havia pensado em investigá-la nos últimos dias, se Telmo não aparecesse, mas havia abandonado a ideia após o aparecimento do menino.
Anabela pegou o celular que José lhe dera, e que não exibia nenhum outro número gravado, exceto o dele próprio. José realmente queria abortar qualquer contato que ela pudesse ter com quaisquer outras pessoas.
Como já havia transcorrido uma semana que Telmo tentava se comunicar com ela, ele devia estar muito preocupado. Por isso tudo, Anabela tinha que procurá-lo para lhe dar ciência dos fatos. Ela não queria ser culpada por ele perder um futuro profissional brilhante, junto à sua linda noiva.
Embora só tivesse visto aquela mulher à distância, sabia que ela era bonita, elegante e madura, predicados que a tornavam uma esposa adequada para Telmo. Bem diferente de Anabela, que sempre fora um fardo para Telmo desde a infância.
Ele faltara às aulas por ela, lutara por ela e até trabalhara para que a moça pudesse comprar comida de qualidade, e por tudo isso, a família Ribas a detestava. Anabela sempre esteve ciente disso.
Ela era a filha adotiva da família Rabelo, mas não compreendia porque Crespo a havia adotado, se não se importava com ela. Se ele não queria uma filha assim, qual seria o seu propósito? Anabela nunca entendeu.
Jamais o chamou de "pai". Quando completou dezoito anos, ela pensou que poderia se livrar daquela casa, que não podia chamar de "lar", mas ao invés disso, Crespo a havia levado para onde se encontrava agora.
A garota simplesmente não pôde se negar, não pôde resistir diante das palavras envolventes de Crespo. E para compensar a suposta bondade dele em criá-la, ela teve que vender sua vida para José, um demônio.
Seu marido não voltava para casa há três dias, então Anabela saiu do quarto e ficou no jardim. Exceto pelos criados, ele não tinha deixado nenhum guarda-costas para restringir sua liberdade.
Apesar disso, ela não saiu secretamente. José disse a Maria que iria cuidar de negócios particulares e que voltaria logo. Desta vez, Anabela não pediu aLeonel, o motorista, para levá-la; ao invés disso, ela se dirigiu à estação de ônibus mais próxima e pegou um que passaria pelo centro. Ao chegar à escola, a menina se encontrou com Verónica e Linda. "Anabela, finalmente você apareceu. Por acaso aquele homem mantém você trancada e você nem pode vir à escola? Se não vier, terá problemas, pois o Reitor já veio procurá-la muitas vezes, mas não conseguimos nos comunicar com você", disse Linda, bombardeando Anabela com muitas perguntas assim que a viu.
Verónica puxou Linda pela manga da blusa e disse: "Anabela, você pode falar com o Reitor e tudo ficará em ordem. A propósito, durante sua ausência, um homem chamado Telmo veio procurá-la aqui no portão muitas vezes."
"Telmo veio aqui na faculdade? Disse alguma coisa?" Ela perguntou, na mesma hora. 'Se ele me tinha ido procurar na escola, teria ido à casa da família Rabelo também? Será que ele já sabia o que havia acontecido?', Anabela se pergutnou.
"Esse homem deve ser também muito bom! Parece pertencer à elite empresarial e se veste com ternos de marca. Ele também é seu namorado?", Linda tagarelou novamente. Na verdade, não gostava muito de Anabela, devido a ela ser uma boa aluna. A moça sempre foi elogiada pelos professores. Mas não era tão boa no que dizia respeito à socialização e passava um bom tempo na biblioteca da escola todos os dias. Também trabalhava em seu pouco tempo livre. Uma mulher assim não tinha história familiar, mas na escola muitas pessoas se preocupavam com ela.
Linda não era ruim, porém, sentia-se desconfortável, porque Anabela sempre parecia ofuscar seu caminho para a glória.
Verónica voltou seu olhar para Linda e disse: "Aquele homem lhe deu seu cartão de visita, não deu?"
Anabela tomou o cartão dela na mesma hora. Felizmente! Antes que ela pudesse registrar em algum lugar o número de Telmo, José quebrara seu celular.
"Muito obrigada. Agora eu preciso ir. Vocês poderiam pedir aos professores alguns dias de férias para mim?", pediu Anabela, que não podia voltar para as aulas sem a permissão de José.
Verónica simplesmente assentiu. Ela pressentia que havia algo de errado com a colega, mas a garota nada lhe contou. Também não ousaria perguntar, pois sabia que Anabela não era uma pessoa que gostasse de muita conversa.
Dentro do café, Anabela já estava sentada em uma das mesas, segurando o cartão deTelmo com força nas mãos. Finalmente, ela discou o número dele, depois de pensar muito.
"Olá!" A voz de Telmo estava muito séria, não tão emocionada e ansiosa como ela havia imaginado.
"Telmo, sou eu", Anabela falou baixinho.
Ao ouvi-la, Telmo fez uma pausa, olhou para Julia, sentada no sofá, e perguntou: "O que aconteceu?"
"Você está ocupado agora?", indagou a garota. Ela não queria interromper o trabalho dele, mas se não esclarecesse as coisas naquele dia, talvez não tivesse outra chance.
"Não, pode continuar, me conte", ele respondeu, parecendo muito calmo por fora, embora seu coração estivesse batendo rápido.
"Eu gostaria de ver você hoje, posso? Se estiver ocupado, posso esperar." Anabela se deu conta de que Telmo poderia estar ocupado no momento e talvez fosse inconveniente para uma conversa.
Ela disse a Telmo onde estava e que ficaria esperando até ele chegar. Acreditava de verdade que ele iria.
Telmo desligou o telefone com uma expressão séria, desejando poder ir ver Anabela na mesma hora. Ele queria saber o que havia acontecido com a moça durante todos aqueles dias, estava muito preocupado com ela. Sempre teve um vínculo afetivo muito grande com aquela garota, e só quando ela estava ao seu lado, ele podia se sentir em paz.
Julia também notou que algum pensamento estranho se passava na cabeça de seu noivo, depois de receber aquela chamada.
"Algo errado, Telmo? Aconteceu alguma coisa?" Ela perguntou, enquanto se aproximava dele e o observava um tanto inquieta.
Telmo pegou a mão dela e disse: "Não aconteceu nada, Julia. Se está entediada de ficar sentada aqui, você pode ir às compras."
A noiva percebeu que o homem estava querendo ver-se livre dela. 'Então, será que ele iria se encontrar com outra mulher?', pensou. Julia não o deixaria só como ele desejava. Esse homem poderia pertencer somente a ela.
"Eu não quero ir às compras sozinha, se você for comigo, sim eu quero ir", disse Julia caindo nos braços do noivo.
Os braços de Telmo rodearam imediatamente a cintura esbelta da mulher. Não havia nada de errado com ela, não obstante, ele já tinha Anabela no coração.
"Mas, eu estou trabalhando", disse ele, com um sorriso. Telmo vinha inventando várias desculpas para se manter a certa distância dela.
Julia então levantou a cabeça e o beijou nos lábios, enquanto seus braços delgados envolviam o pescoço do noivo. Nenhum homem poderia resistir àqueles lábios, nem mesmo Telmo.
"Telmo, você pode dormir na villa esta noite? Por favor." Apesar de estarem oficialmente noivos, Telmo havia dito que era melhor que os dois vivessem separados até o casamento.
Telmo não proferiu uma única palavra. Ele apenas acariciou os cabelos dela e disse: "Vamos fazer compras!"
Naquele momento, ele havia perdido a vontade de trabalhar, pois só conseguia pensar em Anabela.