Apaixonada pelo CEO Frio
José estreitou os olhos e chegou mais perto de sua esposa. "Dizem que você é ousada, pelo que tenho ouvido. Então, por que você está com medo agora?"
"Eu... eu só quero ir para a faculdade..." Anabela gaguejou, abaixando a cabeça.
"Se você veio aqui para me falar sobre isso, não precisava, porque isso não vai acontecer." O homem jamais havia pensado que Carolina pediria sua permissão para estudar. Ele pensava que ela estava tentando enganá-lo para que pudesse se encontrar com seus amigos fora de casa e fazer o que quisesse.
A garota sentiu-se arrasada quando ele negou seu pedido. Será que algum dia ela poderia voltar para a faculdade? Só faltavam dois anos para se formar. Se José não a deixasse ir agora, ela nunca poderia realizar seu sonho.
Vendo que a garota ficou desnorteada, José a ignorou e foi para o banheiro, esperando que ela fosse embora. No entanto, quando ele saiu, ela ainda permanecia parada na porta. Realmente, Anabela era uma mulher muito teimosa.
Como José continuava a ignorá-la, ela abaixou a cabeça. E com o coração partido, Anabela se virou para sair.
"Espere um minuto!" O homem disse, detendo-a.
Imediatamente, ela se virou para ele com alguma expectativa. A esta altura, o homem estava sentado no sofá, fumando um cigarro.
Seus olhares se cruzaram enquanto ela esperava que ele dissesse algo, mas ele não falou nada até terminar de fumar. Seu olhar era tão intimidante, que ela ficou muito assustada. Ela se lembrou do que tinha acontecido na noite anterior, como se fosse um pesadelo, e não queria que aquilo acontecesse de novo. A única coisa que Anabela queria naquela hora era fugir e se esconder dele.
Ao se dar conta de que ele não ia dizer nada, ela se virou novamente para sair. "Essa é toda a paciência que você tem?" José perguntou, provocando-a. A voz do marido a deteve novamente, e desta vez ela não ficou parada na porta. Aproximou-se dele e perguntou: "Então, você me dá sua permissão?"
José se levantou e parou a trinta centímetros dela. Ele ergueu o queixo dela com a ponta do dedo e a fez mirá-lo nos olhos. "Quantos homens estão esperando por você fora daqui? Por que você tem tanta vontade de sair? Hein?" Ele questionou num tom de voz firme.
"O quê? Não tenho ideia do que você está falando. Eu só quero ir estudar!" Não importava o quão tímida sua resposta parecesse, Anabela não se daria por vencida.
Ela sabia que tipo de pessoa era sua irmã. O motivo pelo qual ela havia se casado com esse homem em lugar de Carolina, era proteger a família Rabelo e seu pai adotivo, Crespo.
Tudo o que ela fez até agora foi para recompensá-lo, mas não podia perder seus próprios objetivos e sonhos.
"Você sabe de uma coisa? O que mais odeio no mundo é que alguém me engane", disse José com aspereza.
A garota assentiu prontamente com a cabeça. Ela não havia mentido para ele, exceto para encobrir sua identidade.
"Se eu descobrir que está mentindo, você nem imagina o quanto terá que pagar!", disse o homem. José queria ver até onde sua esposa poderia ir, e tinha ganas de pegá-la em flagrante.
"Está bem, eu compreendo. Irei para a escola e de volta para casa, não irei para qualquer outro lugar", prometeu a garota. O homem a autorizou a ir à escola, mas ela não poderia continuar com seu trabalho, pois obviamente ele não o permitiria.
"Agora saia do meu quarto!", ordenou José. Não lhe agradava a presença da mulher no segundo andar, especificamente em seu quarto.
Anabela fez uma reverência e agradeceu: "Obrigada, senhor José." Ela tampouco não queria chegar perto daquele demônio, então foi embora em silêncio.
A verdade era que não havia nenhuma diferença entre viver com a família Rabelo e viver com a família Fernandes. Seus pais biológicos a haviam abandonado ao nascer. Portanto, Anabela estava convencida de que seu destino era ficar sozinha por toda a vida. Por isso, ela havia se concentrado em realizar seus sonhos para se manter sozinha.
José não disse mais nada, e a viu desaparecer enquanto apertava os dentes.
Anabela foi dada um pequeno quarto no primeiro andar, no qual havia uma pequena cama e uma escrivaninha. Havia também uma janela, para iluminar o quarto com luz natural. Na verdade, era melhor do que o quarto que ela tinha na casa da família Rabelo. A única diferença era que aqui, ela não tinha mais sua liberdade.
"O senhor José me pediu para informá-la de que você não pode deixar a mansão, a menos que ele autorize. Se você precisar de algo, pode me pedir", disse Maria com toda a educação.
"Obrigada, dona Maria. Vou pedir se precisar", disse a garota. Parada no meio da sala, ela observava tudo. Ali não havia nada que lhe pertencesse. A maior parte de suas coisas ainda estava em sua antiga casa e muitas outras estavam na escola. Anabela precisava comprar alguns itens essenciais, como roupas, por exemplo.
Mas ela não podia sair.
Pouco tempo depois, Maria lhe trouxe algumas coisas de uso diário e roupas novas, coisas de que ela estava precisando. Ela se sentiu muito aliviada depois de ver tudo isso, e deduziu que morar ali não seria tão ruim quanto dizia sua intuição.
Anabela foi até a cozinha para ajudar, já que não tinha nada para fazer em seu quarto. Maria ficou surpresa ao vê-la ali, porque havia escutado que o senhor José havia se casado com uma mulher arrogante e mimada. No entanto, essa senhora ainda não havia mostrado qualquer traço que pudesse coincidir com aquela descrição.
Ao perceber que a jovem era especialista em lavar e cortar verduras, Maria perguntou-lhe: "Senhora Carolina, você sabe cozinhar?"
A garota respondeu com um sorriso: "Nem tudo, mas algumas coisas mais simples, sim." Ela havia aprendido a cozinhar graças aos empregados da família Rabelo.
"Você gostaria de fazer o almoço para o senhor José?", Maria perguntou-lhe, de repente. A mulher que haviam descrito como a senhora Carolina era apenas uma mulher rica e mimada, com um temperamento ruim. Mas, naquele momento, Maria podia ver que ela era muito diferente do que tinha escutado.
Anabela parou de lavar os vegetais e se voltou para ela. "Isso não poderia deixar o senhor José zangado?" Ela realmente tinha muito medo. Além disso, não queria perder a oportunidade de ir à faculdade, apenas por cozinhar algo para ele.
"Não, ele não vai se incomodar. O senhor José não é falador e pode parecer intimidador, mas, na verdade, não é difícil se dar bem com ele. Além disso, não é muito exigente com comida, ele nem vai notar." Como Maria já trabalhava na mansão havia muitos anos, ela conhecia José muito bem e sabia como ele poderia reagir.
Anabela considerou as palavras de Maria com bastante cuidado. Maria acabara de dizer que não era difícil conviver com José. Para Anabela, isso não era tão certo, pois um olhar intimidador dele poderia fazê-la estremecer por completo. Ela tinha certeza de que eles dois nunca se dariam bem.
Aquele olhar frio sempre a fazia sentir como se estivesse num mundo de gelo e escuridão.
No entanto, desde que ele não tornasse as coisas difíceis para ela de propósito, Anabela cumpriria seu próprio dever e se ocuparia de seus próprios assuntos. Para não incomodá-lo, ela sempre o escutaria, não importava o que ele exigisse dela, pois afinal ela era sua esposa, que ele havia comprado com seu dinheiro.